Dólar a R$ 4,10? Analistas veem espaço para moeda cair ainda mais, mas eleição pode atrapalhar
O dólar segue em queda livre e os analistas acreditam que ainda existe espaço para o real se valorizar em 2022

Mesmo após um um recuo de mais de 14% no ano, o dólar à vista segue perdendo espaço para o fortalecimento do real. Em mais um dia de alívio no câmbio, a moeda americana recua mais de 1%, se aproximando cada vez mais da marca de R$ 4,70. Você pode acompanhar nossa cobertura completa de mercados neste link.
Com o forte ingresso de capital estrangeiro que vem marcando o ano de 2022, a divisa já é negociada nos níveis pré-pandemia. O real apresenta o melhor desempenho neste ano contra o dólar dentro de uma cesta de 33 moedas, revertendo a forte desvalorização que sofreu ao longo de 2020 e 2021.
E tem gente apostando que a moeda pode ir a patamares ainda mais baixos, como os economistas do Credit Suisse e alguns gestores do mercado. Modelos alimentados pelo banco apontam para um intervalo entre R$ 4,10 e R$ 4,80 nas cotações, com mediana em R$ 4,50 agora em março.
Mas essa não é a projeção oficial do banco suíço para a moeda americana. Para o Credit, o dólar deve ficar na faixa dos R$ 5 nos próximos três meses e em R$ 5,30 em 12 meses. Confira outras instituições que revisaram para baixo suas projeções para o câmbio recentemente
- O Santander Brasil tem uma projeção de R$ 5,35 para os próximos 12 meses e de R$ 4,81 para o mercado à vista. Apesar da queda recente, o banco acredita que o aperto monetário nos Estados Unidos deve enfraquecer o real no segundo semestre;
- A Necton cortou a sua projeção de R$ 5,20 para R$ 5, citando os juros mais elevados no país e a alta dos preços das commodities;
- O Itaú BBA mantém a projeção do dólar a R$ 5,50 ao fim do ano, citando incertezas externas e domésticas.
4 razões para a queda do dólar e o que ainda pode dar errado
1) Olho na taxa de juros
Atualmente, a Selic está na casa dos 11,75% ao ano e deve ir a, pelo menos, 12,75% – lembrando que o Banco Central deixou uma alta de 1 ponto percentual contratada para a próxima reunião, sem indicar se esse será o fim do ciclo de alta.
Com uma inflação de 6,5% projetada para este ano, a perspectiva é que o Brasil trabalhe com juros reais de mais de 6% até dezembro, um número muito maior do que o de países desenvolvidos, que ainda trabalham com juros negativos expressivos, o que torna a B3 uma forte candidata a receber o dinheiro de investidores estrangeiros.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
2) O dólar ainda está caro
Mario Schalch, gestor de multimercados da Neo Investimentos, chama a atenção para alguns fatores históricos que ajudam a compreender a razão pela qual os gestores acreditam que o patamar atual do dólar pode ser considerado caro.
Observando a média dos últimos 30 anos, o nível atual da moeda americana frente ao real está mais de um desvio-padrão acima da média histórica. Nem mesmo em momentos mais conturbados, como o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o indicador foi tão alto.
Na análise do gestor, o Brasil não está em seu pior momento dos últimos trinta anos, tendo avançado significativamente em pontos importantes para aumentar a segurança jurídica, como um banco central independente, um regime de metas de inflação e órgãos de controle que prezam pela saúde fiscal do país – ainda que esse seja um tema delicado no curto prazo diante da crise herdada da pandemia.
3) Welcome gringo!
O fluxo estrangeiro positivo tem sido um dos principais fatores que explicam a alta da bolsa brasileira e a forte queda do dólar frente ao real em 2022 e a tendência é que esse movimento continue. O primeiro atrativo é justamente o diferencial de juros exposto no tópico anterior.
Na sequência, temos o bom posicionamento do mercado brasileiro frente aos demais países emergentes. Com a Rússia travando uma guerra e sofrendo fortes sanções econômicas, uma fatia das carteiras destinadas às nações em desenvolvimento voltam a encarar o Brasil como uma boa escolha até mesmo quando comparado aos outros pares na América Latina.
4) Balança comercial firme e forte
Outro fator de destaque é a balança comercial brasileira. Mesmo com a valorização do real desde o início do ano, os preços de commodities como soja, café, carne e outros grãos não caíram. Nessa conta entra a guerra da Ucrânia, já que o país é grande exportador de grãos, e as projeções de que as próximas safras de café e soja devem ser superiores aos últimos anos.
As oscilações de mercado são uma realidade inegociável, mas ao que tudo indica, os preços dessas commodities não devem cair tão cedo. Com uma balança comercial positiva, a tendência é que o real siga valorizando frente às demais moedas.
Um fator de atenção
Os próximos meses devem ser de volatilidade para o ativo – e é o que faz muitas casas ainda terem projeções mais conservadoras.
O mercado passa a olhar para a eleição presidencial de outubro e até que os investidores tenham mais clareza sobre quais serão os planos de governo de cada um dos principais candidatos, a trajetória da moeda é incerta.
Ainda que os investidores possam ter os seus favoritos, parte do mercado não acredita que a deterioração deve ser tão relevante dado que o Centrão deve seguir tendo a maioria do Congresso. Ou seja: qualquer projeto radical de qualquer um dos lados deve encontrar dificuldades de aprovação.
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3): Empresa descarta necessidade de oferta pelas ações dos minoritários após reestruturação societária
Minoritários pediram esclarecimentos sobre a falta de convocação de uma OPA após o Fundo Centaurus passar a deter uma fatia de 16,05% na empresa em novembro de 2024
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Ação da Petz (PETZ3) acumula queda de mais de 7% na semana e prejuízo do 4T24 não ajuda. Vender o papel é a solução?
De acordo com analistas, o grande foco agora é a fusão com a Cobasi, anunciada no ano passado e que pode ser um gatilho para as ações
Hora de comprar: o que faz a ação da Brava Energia (BRAV3) liderar os ganhos do Ibovespa mesmo após prejuízo no 4T24
A empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta reverteu um lucro de R$ 498,3 milhões em perda de R$ 1,028 bilhão entre outubro e dezembro de 2024, mas bancos dizem que o melhor pode estar por vir este ano
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
A bolsa da China vai engolir Wall Street? Como a pausa do excepcionalismo dos EUA abre portas para Pequim
Enquanto o S&P 500 entrou em território de correção pela primeira vez desde 2023, o MSCI já avançou 19%, marcando o melhor começo de ano na história do índice chinês
Vivara (VIVA3) brilha na B3 após praticamente dobrar lucro no 4T24 e anunciar expansão de lojas em 2025. É hora de comprar as ações?
Junto ao balanço forte, a Vivara também anunciou a expansão da rede de lojas em 2025, com a previsão de 40 a 50 aberturas de unidades das marcas Vivara e Life
Mercado Livre (MELI34) recebe o selo de compra da XP: anúncios e Mercado Pago são as alavancas de valor
Analistas esperam valorização da ação e indicam que o valuation no curto prazo aponta para um preço 40% abaixo da média histórica de 3 anos
Yduqs nas alturas: YDUQ3 sobe forte e surge entre as maiores altas do Ibovespa. O que fazer com a ação agora?
A empresa do setor de educação conseguiu reverter o prejuízo em lucro no quarto trimestre de 2024, mas existem pontos de alerta nas linhas do balanço
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
Ibovespa acima de 130 mil pela primeira vez em 3 meses: o que dá fôlego para a bolsa subir — e não é Nova York
Além de dados locais, o principal índice da bolsa brasileira recebeu uma forcinha externa; o dólar operou em queda no mercado à vista
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Depois de sofrer um raro ‘apagão’ e cair 20% em 2024, o que esperar de uma das ações preferidas dos ‘tubarões’ da Faria Lima e do Leblon?
Ação da Equatorial (EQTL3) rendeu retorno de cerca de 570% na última década, bem mais que a alta de 195% do Ibovespa no período, mas atravessou um momento difícil no ano passado
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Bolsa em disparada: Ibovespa avança 2,64%, dólar cai a R$ 5,7433 e Wall Street se recupera — tudo graças à China
Governo chinês incentiva consumo e uso do cartão de crédito, elevando expectativas por novos estímulos e impulsionando o mercado por aqui
Prio (PRIO3) sobe mais de 7% após balanço do quarto trimestre e fica entre as maiores altas do dia — mas ainda há espaço para mais
Os resultados animaram os investidores: as ações PRIO3 despontaram entre as maiores altas do Ibovespa durante todo o dia. E não são apenas os acionistas que estão vendo os papéis brilharem na bolsa