Carrefour Brasil faz big compra, adquirindo Grupo Big por R$ 7,5 bilhões
Aquisição da antiga operação do Walmart no Brasil dará musculatura ao Carrefour, que passará a ter R$ 100 bilhões em vendas brutas

O Carrefour Brasil (CRFB3) vai ficar ainda mais big. No caso, ele vai ficar com o Grupo Big, antiga operação da varejista americana Walmart no país, criando um gigante no setor, com vendas brutas de R$ 100 bilhões.
Em comunicado divulgado na madrugada desta quarta-feira (24) e que certamente pegou o mercado de surpresa, o Carrefour Brasil anunciou que fechou um acordo com o fundo de private equity Advent International e o Walmart para a aquisição do Grupo Big Brasil, por R$ 7,5 bilhões.
A aquisição visa expandir a presença do Carrefour Brasil em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e o Sul do país. Ela também permitirá à filial da varejista francesa ganhar musculatura em formatos pouco explorados, como supermercados, por meio da incorporação de 99 lojas das bandeiras Bompreço e Nacional, e das 97 unidades de mercados do tipo soft discount, que praticam preços descontados, com as lojas da marca Todo Dia.
O Carrefour Brasil ainda atuará no segmento de sistema de associados com o formato Sam's Club, através de um contrato de licenciamento com o Walmart.
A estimativa é que a base de clientes, atualmente estimada em 45 milhões de pessoas, cresça fortemente com a adição de mais de 15 milhões de consumidores do Grupo Big.
O Carrefour Brasil estima que a operação terá sinergias desde o primeiro ano, aumentando gradualmente para representar uma contribuição adicional líquida ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 1,7 bilhão anualmente, três anos após a conclusão da operação.
Como a incorporação será feita
A aquisição será realizada em duas etapas. Na primeira, o Carrefour Brasil vai adquirir 70% das ações do Grupo Big por R$ 5,25 bilhões, valor que será pago em dinheiro.
Em seguida, uma assembleia geral extraordinária de acionistas do Carrefour Brasil, que ainda será marcada, deliberará a incorporação das ações representativas a 30% do capital social remanescente do Grupo Big.
Para isso, será preciso aprovar a emissão de 116.822.430 novas ações do Carrefour para complementar o valor pago. O valor unitário dos papéis foi calculado com base na média ponderada da cotação dos 30 dias anteriores, ajustado com base nos termos do acordo.
O acordo prevê que o Advent e o Walmart poderão receber um valor a mais com base na eventual valorização das ações do Carrefour Brasil, calculado a partir da valorização das ações em reais entre a data da assinatura e seis meses após o fechamento da operação, multiplicada por um fator de 20 milhões.
Com a conclusão da operação, o grupo francês Carrefour passará a deter 67,7% de participação do Grupo Carrefour Brasil, versus os 71,6% atuais, e a Península Participações, de Abílio Diniz, ficará com 7,2%, enquanto a Advent e o Walmart, através de entidades afiliadas, terão juntos 5,6% de participação.
A expectativa é de que a operação seja concluída em 2022, dependendo da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos acionistas do Carrefour Brasil.
Big surpresa
A operação não era esperada pelo mercado. O Grupo Big, inclusive, estava se preparando para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), tendo divulgado um prospecto preliminar em outubro do ano passado.
A empresa surgiu em 2018, após a aquisição das operações da americana Walmart no Brasil pelo fundo de investimentos Advent. Além de obter recursos, a ideia do IPO era justamente permitir que os acionistas Walmart e FIP Momentum, da gestora de fundos de private equity Advent International, vendessem suas participações. O organograma societário mostra que o FIP Momentum possui 81,1% do capital social do Grupo BIG, enquanto a Brazil Holdings, do Walmart, tem os outros 18,9%.
O Walmart decidiu sair do País após sentir dificuldades em replicar seu modelo de negócios. A americana sentiu os efeitos de um mercado varejista altamente competitivo e extremamente promocional, além de questões internas, especialmente o fato de a gestão ser centralizada nos Estados Unidos. Ela estava no mercado brasileiro há mais de 20 anos, perdendo dinheiro a maior parte do tempo.
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