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Cotações por TradingView
Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Balanço do mês

Bolsa é o melhor investimento de abril e bitcoin amarga lanterna do ranking

Com aprovação do Orçamento 2021, Ibovespa tirou obstáculo da frente e conseguiu terminar mês com alta de quase 2%; bitcoin foi o pior investimento, com queda de quase 5%

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
1 de maio de 2021
9:37 - atualizado às 10:07
bitcoin bolsa
Imagem: Shutterstock

O antigo rei perdeu a majestade: já habituado a ocupar o ponto mais alto do pódio, o bitcoin amargou um tombo de quase 5% (em reais) e foi o pior investimento de abril. Já os melhores investimentos do mês foram as ações, na figura no Ibovespa, que fechou o período em alta de 1,94%, aos 118.893 pontos, quase zerando as perdas no ano.

A ligeira redução na percepção de risco fiscal em abril, com a aprovação do Orçamento de 2021, contribuiu para a alta da renda variável, o alívio do dólar e também uma queda dos juros futuros de prazos mais curtos.

Com isso, a moeda americana apresentou uma das maiores quedas do mês, enquanto os títulos públicos prefixados de vencimento mais próximo conseguiram fechar abril com desempenho positivo.

Os melhores investimentos de abril

Uma leve melhora

No mercado doméstico, abril foi marcado pela aprovação do Orçamento de 2021, tirando da frente pelo menos um fator que vinha pressionando o nosso risco fiscal.

Não foi o orçamento dos sonhos, é verdade. Depois de muita discussão e negociação, ele foi sancionado ainda prevendo R$ 35,5 bilhões para emendas parlamentares. Além disso, foi necessário alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 e deixar R$ 125 bilhões em gastos fora do teto.

Em outras palavras, não foi um orçamento exemplar na contenção de despesas, pelo contrário. Mas o simples fato de ter passado sem abrir brecha para acusar o presidente de crime de responsabilidade fiscal e teoricamente dentro das regras fez com que o mercado interpretasse que era um obstáculo a menos pela frente, no curto prazo.

Assim, os investidores entenderam que, dali em diante, o Congresso poderia voltar a focar nas reformas, e de fato tivemos sinalizações de que a reforma tributária deve começar a andar. Ela deve ser inclusive fatiada, o que pode facilitar sua aprovação.

Com um problema a menos, vimos um alívio no câmbio e nos juros futuros de curto e médio prazo. O dólar conseguiu recuar no acumulado do mês, fechando a R$ 5,43. No ano, porém, a moeda americana ainda acumula alta ante o real da ordem de 4,5%.

Já o Ibovespa encontrou espaço para andar um pouco mais e retornar aos 120 mil pontos, marca que acabou perdendo no pregão de ontem. Romper os 122 mil pontos, porém, está difícil; o cenário vai precisar melhorar mais um pouco para isso.

Afinal, por aqui a pandemia de coronavírus ainda é um grande fator de risco. A vacinação continua lenta, e os números de novos casos e mortes se estabilizaram num patamar alto. Atingimos a triste marca de 400 mil mortos pela covid 19, e cerca de 70% dos adultos brasileiros já viram pelo menos uma pessoa conhecida morrer da doença - eu já, e você?

Com isso, nossa recuperação econômica ainda patina em incertezas. Para complicar a situação, foi instalada no Congresso uma CPI para investigar as responsabilidades do governo Bolsonaro na má gestão da pandemia, relatada pelo senador opositor Renan Calheiros.

Nos EUA, recuperação econômica e mais estímulos

Lá fora, parece haver um cabo de guerra entre fatores que empurram para cima e outros que empurram para baixo as perspectivas de inflação nos Estados Unidos, os juros futuros americanos e o dólar.

A economia americana sem dúvida apresenta sinais de recuperação, como mostraram os dados divulgados ao longo do mês; porém ainda não são sinais inequívocos de superaquecimento.

Tanto que o presidente Joe Biden anunciou ainda mais estímulos fiscais trilionários no último mês, que incluem um pacote de US$ 2 trilhões para obras de infraestrutura e um de US$ 1,8 trilhão para socorrer as famílias americanas.

Além disso, o Federal Reserve, o banco central americano, manteve novamente em abril os juros básicos do país na faixa de zero a 0,25%, e reafirmou que o atual patamar de estímulos monetários deve ser mantido por um bom tempo.

A instituição não reduziu o ritmo de compra de títulos públicos e títulos hipotecários, medida que lança mais dinheiro na economia, e seu presidente, Jerome Powell, reforçou que eventuais pressões inflacionárias serão apenas momentâneas.

Assim, temos de um lado um caminhão de estímulos monetários e fiscais que têm tudo para enfraquecer o dólar - grande oferta é fator de desvalorização da moeda -, e um Estado que entende que a economia ainda não está bombando tanto assim, então todos esses estímulos ainda se fazem necessários.

Do outro, temos uma economia que já reage e uma vacinação que vem se mostrando muito bem-sucedida na contenção da pandemia, fatores que pressionam os juros futuros e o dólar para cima, pois levam o mercado a temer um repique inflacionário, com uma consequente alta de juros antes do esperado para contê-lo.

Por esses motivos, já havíamos visto, em março, a disparada dos juros futuros americanos e da remuneração dos títulos públicos daquele país, os Treasuries, além de um fortalecimento do dólar. Quando a perspectiva é de alta dos juros, e a remuneração dos títulos americanos melhora, eles se tornam mais atrativos que os ativos de risco. Os investidores, então, correm para a sua segurança, o que fortalece a moeda americana.

Porém, em abril, quem venceu o cabo de guerra foi a visão de que sim, talvez os estímulos ainda sejam necessários e a questão da inflação ainda não esteja tão grave assim. Vimos um certo alívio nos juros americanos e no dólar, mas não que a pressão inflacionária tenha se dissipado totalmente.

Em compensação, no resto do mundo desenvolvido ainda não temos uma reação tão forte assim das economias, com a Europa e o Japão ainda preocupando, tanto no quesito recuperação quanto no quesito vacinação.

Renda fixa deu uma melhoradinha

O alívio no mercado de juros americano e no dólar num nível global também contribuíram para o recuo nos juros futuros locais e na cotação da moeda americana ante o real.

Por aqui, também vimos nosso Banco Central reafirmar um novo aumento de 0,75 ponto percentual na Selic na próxima reunião do seu Comitê de Política Monetária (Copom), sinalizando uma postura dura no controle da inflação.

Assim, na renda fixa vimos os títulos prefixados e atrelados à inflação de curto e médio prazos se valorizarem com a queda dos juros futuros desses vencimentos e das suas taxas de remuneração (os preços desses papéis sobem quando os juros caem e vice-versa).

Com isso, esses títulos, que vinham se desvalorizando nos meses anteriores, conseguiram colocar o nariz para fora d'água e ver alguma recuperação em abril. Contudo, no ano, como você pode ver na tabela acima, o retorno acumulado desses papéis ainda é negativo.

Tal desempenho dos juros também deve ter sido um dos responsáveis pelo bom desempenho das debêntures no mês. Embora seja uma classe de ativos bastante diversa, em que os papéis também são muito influenciados pelo risco de crédito das empresas, tivemos em abril dois fatores macroeconômicos que podem ter beneficiado esses ativos.

De um lado, o alívio nos juros futuros de curto e médio prazos favorecem as debêntures prefixadas e atreladas à inflação, cuja lógica da variação de preços é similar à dos títulos públicos com essas mesmas características de remuneração. De outro, a perspectiva de alta na Selic favorece as debêntures indexadas ao CDI, taxa de juros que caminha junto da taxa básica.

Já os títulos de longo prazo continuaram apanhando em abril. Os juros longos por aqui não cederam, com nosso risco-país ainda alto. Assim, estes papéis amargam um retorno ainda mais negativo no acumulado do ano.

Lembrando, apenas, que a variação de preços dos títulos de renda fixa afeta somente a marcação a mercado dos fundos e carteiras, pois o prejuízo só é realizado de fato quando o investidor os vende antes do vencimento. Afinal, todas as vendas são feitas a valor de mercado. Quem leva esses títulos até o vencimento, porém, recebe exatamente a remuneração acordada na data da compra.

O que aconteceu com o bitcoin

E o bitcoin, hein? Em abril, a criptomoeda que vinha sendo a campeã de rentabilidade nos meses anteriores sofreu um baque e amargou uma perda de 4,95% em reais. Sua cotação terminou o mês em US$ 57.885,20, o equivalente a R$ 314.799,17.

Afora a desvalorização da moeda americana ante o real, o bitcoin sofreu também uma queda em dólar no acumulado do mês, após um período de muita turbulência. No pior momento de abril, a criptomoeda chegou a cair abaixo de US$ 50 mil.

Tudo começou com a explosão de uma importante mina de carvão na província de Xinjiang, na China, o que paralisou a produção de energia elétrica e gerou um blackout temporário na região.

O corte brusco numa das principais fontes de energia do país, principal polo de mineração de bitcoin no mundo, deixou boa parte dos mineradores "fora de combate", incapazes não apenas de minerar, mas também de validar as operações.

Com isso, a rede do bitcoin ficou mais congestionada e, de certa forma, até "menos segura", o que reduziu o apetite por risco dos investidores e provocou uma grande onda de vendas de criptomoedas no mundo.

Também pesaram no mercado de criptomoedas o anúncio de que o presidente dos EUA aumentaria impostos sobre ganhos de capital (o mercado de ações também não gostou muito desta notícia) e o anúncio de que a Turquia proibiu pagamentos em criptomoeda no país.

Tudo isso gerou um pânico momentâneo no mercado, e dada a natureza volátil desses investimentos, reações bruscas como a vista em abril são normais nessa classe de ativos.

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