O que acontece com a Tina se os juros subirem
Se eu pudesse atribuir a euforia que vemos hoje na bolsa a um único fator, diria que o comportamento é provocado pela queda das taxas de juros para as mínimas históricas.
Com o rendimento da renda fixa mais conservadora perdendo até da inflação, o investidor em busca de mais retorno acaba naturalmente atraído para ativos de maior risco, como as ações.
Esse é um fenômeno global e até ganhou apelido lá fora: “Tina”, um acrônimo para "There Is No Alternative".
No exterior, os juros devem permanecer baixos por um longo período, como não se cansa de dizer Jerome Powell, o presidente do Fed, o BC dos Estados Unidos.
O mesmo não se pode dizer do Brasil. O repique recente da inflação, que fechou o ano acima do centro da meta em 2020, acendeu o sinal de alerta no mercado.
É praticamente consenso que a taxa básica de juros (Selic) vai subir em algum momento deste ano, apesar da sinalização contrária do BC. Mas como uma eventual alta das taxas mexe com a bolsa? Será o fim da Tina?
Esse é um dos temas que o Matheus Spiess trata na coluna de hoje. Confira com ele o que esperar da decisão do BC sobre a Selic e os impactos nas empresas listadas na B3.
MERCADOS
•O Ibovespa fechou ontem com alta de 0,74%, aos 121.241,63 pontos, com os investidores repercutindo positivamente a aprovação do uso emergencial da CoronaVac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca pela Anvisa. O dólar caiu 0,07%, a R$ 5,3042.
•O que mexe com os mercados hoje? A audiência no Congresso de Janet Yellen, indicada por Joe Biden como secretária do Tesouro dos Estados Unidos, é o grande destaque da agenda. A queda da popularidade de Jair Bolsonaro revelada pela pesquisa XP/Ipespe, e a possível reação do governo, também serão acompanhados de perto.
EMPRESAS
• A Itaúsa anunciou ontem o pagamento de juros sobre capital próprio adicionais aos acionistas. Saiba o quanto e como receber o valor.
• Com o preço do diesel no topo das insatisfações dos caminhoneiros com o governo Jair Bolsonaro e as ameaças de greve sinalizadas pela categoria, a Petrobras saiu em defesa da sua política de preços. Confira a visão da empresa.
• Sinal verde para a Simpar (antiga JSL). A empresa resolveu seguir adiante com o IPO da Vamos, subsidiária de locação de caminhões, em uma operação que pode resultar na arrecadação de R$ 1,7 bilhão.
• Por falar em oferta de ações, a PetroRio anunciou ontem uma nova captação que pode movimentar R$ 2,2 bilhões. O dinheiro será usado para investir em seus campos atuais e em novos ativos.
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