A pulga atrás da orelha do Sr. Mercado: afinal, quando o Fed vai retirar os estímulos?
Os eventos reservados para amanhã podem enfim responder à questão que assombra os investidores há meses
A véspera de sexta-feira teve um gostinho diferente para o mercado financeiro global hoje (26). Mais do que a ansiedade pelo sempre aguardado fim de semana, os eventos reservados para amanhã podem enfim responder à questão que assombra os investidores há meses — quando o Federal Reserve irá começar a reduzir o ritmo da recompra de ativos?
As pistas estão sendo colecionadas há algum tempo. Na ata da última reunião do Fed, ficou claro que não existe consenso entre os dirigentes, visão que é reforçada cada vez que um deles faz um pronunciamento, mas as conversas convergem para uma redução ainda este ano.
Amanhã, o tradicional simpósio de Jackson Hole, que reúne as principais autoridades monetárias do mundo, ficará marcado pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Hoje, Esther George, James Bullard e Robert Kaplan, dirigentes do banco central americano, defenderam a retirada dos estímulos, aumentando a expectativa pelas palavras do chefe da autoridade monetária.
Ainda que Powell não anuncie o início da retirada dos estímulos, suas palavras serão observadas atentamente em busca de pistas e, por isso, o mercado entrou em compasso de espera.
As bolsas americanas, que renovaram máximas nos últimos dias, voltaram a recuar. Um ataque terrorista em Cabul, no Afeganistão, voltou a elevar a tensão no Oriente Médio e se refletiu no preço do petróleo.
No Brasil, muito se falou ao longo do dia a respeito da crise em Brasília, mas quase nenhuma mudança no cenário foi sentida. O ministro da Economia, Paulo Guedes, segue defendendo o parcelamento do pagamento de precatórios, e Arthur Lira, presidente da Câmara, reforçou o seu compromisso com as reformas que estão travadas no Congresso.
Diante do complicado cenário doméstico e após dois dias de alta, o Ibovespa recuou com mais força do que seus pares internacionais, fechando o dia em queda de 1,79%, aos 118.723 pontos. Amparado pela perspectiva de alta da Selic por aqui, o dólar à vista fechou longe das máximas, mas avançou 0,87%, a R$ 5,2568.
A cautela na bolsa e no câmbio desviou do mercado de juros hoje. Seguindo o mesmo roteiro dos últimos dias, a antecipação dos leilões pelo Tesouro e a redução da oferta de prefixados trouxeram estabilidade aos principais contratos de DIs.
E vem mais oferta de ações por aí! Hoje a Sinqia anunciou que pretende levantar R$ 275 milhões em nova oferta para financiar seus planos de expansão. Já a empresa de cosméticos Coty, dona das marcas Monange, Risqué e Bozzano, engrossa a lista de companhias que entraram com pedido de IPO na CVM.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do pregão e as ações com o melhor e o pior desempenho.
DESTAQUE DO DIA
Banco Inter pega carona no plano ambicioso de IPO do Nubank e lidera altas do Ibovespa
Notícia de que Nubank espera abrir capital avaliado em US$ 100 bilhões – mais que o Itaú, maior banco brasileiro – impulsionou ações do Inter, supostamente subavaliado.
CREMES, ESMALTES, PERFUMES, GEL...
Cosméticos na bolsa: saiba mais sobre o IPO da Coty, dona das marcas Monange, Risqué e Bozzano
Abertura de capital diz respeito às operações brasileiras da companhia, controlada por uma gigante global de produtos de beleza. A oferta é primária e secundária.
O MERCADO ERROU?
Queda da bolsa nas últimas semanas foi exagerada, diz Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde
Em evento promovido pela XP, o gestor do Fundo Verde, Luis Stuhlberger, se mostrou otimista com a economia brasileira, apesar das tensões.
FIM DO IMBRÓGLIO
Palavra final: STF forma maioria e confirma autonomia do Banco Central
Julgamento foi encerrado no início da noite, e placar a favor da sanção da lei aprovada em fevereiro terminou em 8 a 2.
ACIMA DAS EXPECTATIVAS
Mercado de trabalho cria mais empregos em julho e registra saldo positivo
Segundo o Caged, foram criadas 316.580 vagas de emprego formal no mês passado, acima da mediana de estimativas do mercado, de 300 mil.
Mais uma camada de cautela: Super Quarta à vista, funeral da rainha, inverno dos NFTs e as notícias que mexem com seus investimentos hoje
Os investidores mantêm a cautela da semana passada com a reunião de política monetária do Federal Reserve. Analistas acreditam que o Fed fará a terceira elevação seguida na taxa básica de juro nos EUA
O ethereum pós-The Merge, tensão pré-Fed e outros destaques do dia
A queda acumulada de 2,69% do Ibovespa nesta semana indica que não foram dias fáceis — e o apetite por risco deve permanecer fora da mesa pelo menos até que a tensão que toma conta dos mercados antes da Super Quarta se dissipe. Os dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, divulgados na terça-feira […]
Você vai jogar a toalha? Tempestade nas bolsas, o adeus do Nubank, dividendos da B3 e outras notícias que mexem com os seus investimentos hoje
Os investidores parecem ter jogado a toalha — e é improvável que a pressão sobre os ativos de risco diminua antes da Super Quarta na próxima semana
A grande cautela dos mercados: Fusão do ethereum, ações do Magazine Luiza (MGLU3), big techs e outras notícias que mexem com seus investimentos
Investidores parecem dispostos a manter os ativos de risco em território positivo após a inflação nos EUA ter derrubado as bolsas nesta semana, mas pisam em ovos hoje
Depois da queda, o coice? Bolsas sob tensão, o inferno da Méliuz (CASH3), dividendos da Petrobras (PETR4) e outras notícias que mexem com seus investimentos
Após a queda dos ativos de risco, os investidores parecem se preparar para um coice, mas a espera pode não passar de puro pessimismo
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Enquanto as restrições impostas pelo coronavírus saíam por uma porta, o dragão da inflação se preparava para entrar pela outra nos Estados Unidos. Seguindo todos os clichês de uma visita indesejada, ele foi chegando de fininho, prometendo ficar por apenas meia hora, mas parece ter se estabelecido de vez na poltrona mais confortável da sala […]
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