Por que o dólar continua tão alto, mesmo após o aumento da Selic?
Expectativa era de que alta da taxa básica de juros brasileira baixasse o câmbio, mas outros fatores estão mantendo o dólar alto
Desde o início do ano, o dólar sobe mais de 10%. Agora cotado a quase R$5,80, considerável parcela do mercado esperava que o dólar aliviasse a pressão depois da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que claramente não aconteceu.
Vamos entender as razões para isso. Primeiro, vamos revisar as determinantes na variação cambial (paridade real - dólar).
Podemos ilustrá-las em quatro principais derivadas:
- a diferença entre a taxa de juros do Brasil e dos EUA;
- os preços das commodities ao redor do mundo;
- a força do dólar no mundo; e
- o risco-país.
A reunião do Copom poderia aliviar o primeiro indicador, da diferença entre os juros, mas não os demais.
Mas vamos por parte, explicando cada um dos pontos.
Brasil x Estados Unidos
Saímos do último encontro do BC com a noção de que os juros brasileiros não só estavam subindo mais do que o esperado, em 0,75 ponto percentual (p.p.), como também teríamos outra elevação da Selic na próxima decisão. Ou seja, a autoridade monetária contratou mais uma elevação dos juros, levando a Selic de 2,75% para 3,50%.
Leia Também
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai cerca de 5% na bolsa
Enquanto isso, nos EUA, o Fed, o banco central americano, insiste em manter sua política expansionista, argumentando que a inflação vigente é de curto prazo (um fenômeno transitório) e que, portanto, a autoridade monetária deveria ficar indiferente a tais variações temporárias, ainda que as acompanhe com atenção.
Logo, você tem uma alta dos juros brasileiro e uma manutenção dos juros americanos, elevando o diferencial de juros e atraindo dólares para cá.
A atração de dólares seria natural em um ambiente como esse, valorizando o real.
Mas isso não ocorreu.
Por quê?
Bem, justamente pelos demais pontos apresentados.
É no mundo todo
Se, por um lado, as commodities estão em alta no mundo, engajados por uma força compradora estimulada pela alta das expectativas de demanda - desde 2020 as commodities têm ganhado espaço, na expectativa de uma retomada da economia, novo ciclo de emergente e uma abordagem mais multilateralista dos EUA -, por outro, a moeda americana também tem se fortalecido mais recentemente.
A força do dólar no mundo depõe bastante contra a nossa moeda.
Depois de um grande ciclo de valorização do dólar, nos pós 2008, o triênio de 2018 a 2020 serviu para criar uma tese robusta de que o dólar começaria a se desvalorizar, principalmente por conta do grande expansionismo monetário e fiscal nos EUA. Isso, porém, teve um freio diante do processo de retomada econômica e da alta dos juros de 10 anos nos EUA.
Lembra que comentamos que o Fed não quer subir a taxa de juros?
Então, o mercado começa a temer que ele esteja agindo errado e começa a precificar uma maior inclinação da curva de juros. Esse processo atrai recursos para os EUA, valorizando a moeda americana.
Veja abaixo como o mercado está precificando um Fed significativamente mais agressivo em relação às expectativas do Fomc (Copom dos EUA). Historicamente, os mercados tendem a antecipar prematuramente aumentos nas taxas do Fed. Na maioria das vezes, choques deflacionários imprevistos forçam o Fed a permanecer mais dovish (postura mais complacente com a inflação) do que os mercados anteciparam.
É improvável que o Fed dê ouvidos ao mercado por enquanto.
Hoje, a autoridade opera sob uma estrutura que visa o crescimento inclusivo, que tolera uma inflação mais alta em relação ao passado e reage à inflação real em vez da projetada.
Adicionalmente, os EUA parecem estar saindo com muita força da pandemia, vacinando a população e com grandes pacotes de estímulos.
Assim, um dólar mais forte no mundo em nada ajuda o real.
Nossos próprios problemas
Por fim, temos o ponto mais importante talvez, que tem pressionado bastante a nossa moeda, o risco-país – aqui medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, ou o prêmio para se proteger de um calote brasileiro nesse horizonte temporal.
Notamos um grande estresse no indicador de risco-país, principalmente por conta de:
- pior momento da pandemia;
- panorama fiscal complicadíssimo; e
- imbróglios políticos e jurídicos em Brasília.
Esses fatores desgastam a percepção positiva do Brasil, retirando dólares.
Por isso, enquanto não arrumamos nossa casa, dificilmente veremos um dólar mais fraco aqui, mesmo que o diferencial de juros e a alta das commodities nos ajudem, uma elevação de 1,50 p.p. (somatório da última e da expectativa da próxima reunião do Copom) dificilmente conseguirá debelar a alta do CDS e do dólar no mundo.
Com tanta volatilidade e surpresa o investidor não pode se dar ao luxo de ficar desacompanhado.
Diante da problemática, Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, a maior casa de análise de investimentos para pessoa física da América Latina, desenvolveu um projeto novo que se chama Investidor Definitivo.
Nele, Miranda pretende deixar tudo o que aprendeu em 20 anos de mercado, como se fosse o seu último projeto nesse formato, que terá participação integral dele por uma razão: muito provavelmente vai ser mesmo o seu último projeto com esse nível de participação e comprometimento.
Ele é "Definitivo" não só porque visa mudar a sua vida financeira com resultados significativos, mas porque esta é a primeira e única vez que vamos oferecer esse pacote.
O momento não poderia ser mais oportuno. Vivemos uma combinação de fatores raríssimos, um momento histórico que colocou muitas variáveis econômicas em nível que a gente nunca viu ou viveu antes. É a chance do investidor se valer das melhores cabeças do mercado nacional por meio do Investidor Definitivo.
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores