🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

A inflação nos EUA vai afetar os seus investimentos. Veja por que e o que fazer

Como o Fed assumiu uma postura permissiva em relação à inflação, os investidores começam a temer uma elevação da taxa de juros antes do esperado

2 de março de 2021
6:42 - atualizado às 23:23
Nota de dólar queimando, simbolizando a inflação
Nota de dólar queimando - Imagem: Shutterstock

O encerramento do primeiro bimestre de 2021 foi bem pior do que o esperado, pelo menos frente às expectativas formadas logo no início do ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O motivo? Bem, aqui no Brasil vivemos nossa própria realidade, na qual as pressões fiscais e políticas ainda fazem sombra sobre os ativos de risco. No exterior, porém, a história é outra.

Tudo tem a ver com uma coisinha chamada curva de juros.

Basicamente, a curva de juros é uma curva que mostra vários rendimentos até o vencimento ou taxas de juros em diferentes maturidades de um determinado título (dois meses, dois anos, 20 anos e assim por diante). A curva mostra a relação entre o nível da taxa de juros (ou custo do empréstimo) e o prazo de vencimento da dívida.

As taxas de juros dos EUA, por sua vez, ligadas aos títulos do Tesouro americano, são acompanhadas de perto por muitos financistas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A razão?

Em poucas palavras, o Tesouro americano é considerado como sendo o garantidor de crédito mais seguro do mundo. Logo, suas taxas de juros são tidas como as livres de risco global.

Leia Também

Isso mesmo, a dívida americana é utilizada ao redor do mundo interior para arbitrar todos os investimentos, uma vez que, em finanças, a atividade dos investimentos é medida por quanto um dado ativo te paga acima do ativo livre de risco; isto é, o prêmio de risco.

Com isso em mente, se observarmos a curva de juros nas últimas semanas, podemos observar uma elevação da curvatura; ou seja, a curva se tornou mais inclinada. Neste caso, houve elevação da expectativa de juros por parte do mercado.

E por quê?

Tudo se resume às expectativas de inflação. Em outras palavras, uma maior retomada do nível de atividade, a normalização da situação econômica ao passo em que a população é vacinada e uma continuidade dos estímulos monetários e fiscais, pressiona as projeções dos agentes para a economia, indicando uma maior inflação no curto prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como o Banco Central dos EUA, o Fed, assumiu uma postura permissiva em relação à inflação, permitindo que a mesma supere a meta de 2%, os investidores começam a temer uma necessidade de elevação da taxa de juros antes do esperado. Segundo a autoridade, isso não será o caso, pois a inflação que estamos verificando hoje é temporária e extraordinária, mas o mercado tem operado cautelosamente quanto a essa afirmação.

Essa queda acentuada nos preços dos títulos do governo (pressão vendedora), que proporciona uma alta dos juros de prazos mais longos (se o preço do título cai, a taxa de juros sobe), sugere que, embora os investidores estejam acreditando em certa medida nas palavras dos bancos centrais globais de que permanecerão acomodados no curto prazo, eles estão apostando que os formuladores de políticas ficarão "atrás da curva de inflação” (ou “correndo atrás do próprio rabo”) e serão forçados a subir mais agressivamente no futuro.

Para nós, portanto, valem as seguintes questões:

  • Quais são as implicações para os ativos de risco?
  • As ações continuarão subindo com a ampla liquidez existente ou os ativos vão operar em queda com o impacto de uma taxa de desconto mais alta (juros mais altos aumentam a taxa de desconto e reduzem o valor presente dos ativos)?

A resposta depende do que chamamos de duration dos ativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isto é, ações de maior duration, ou mais sensíveis às variações de juros, como ações de crescimento (setores de tecnologia e saúde, por exemplo), são mais sensíveis ao movimento da taxa de desconto. Isso é especialmente verdadeiro quando o valuation está tão elevado como os de hoje.

Enquanto isso, os setores de duration curta, com rendimentos de dividendos mais elevados, são menos vulneráveis. Esse é especialmente o caso do setor financeiro, que se beneficia de uma curva de rendimento cada vez mais inclinada.

Em momentos de alta de juros, ações com duration mais curta, ou da “velha economia” (setores cíclicos ou tradicionais), costumam ter uma performance acima da média.

Este é o chamado reflation trade, ou movimento de fluxo em direção aos ativos que se beneficiam de momentos inflacionários. A rotação setorial de hoje tem se dado nesta sequência.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A questão que fica, portanto, é: seria uma tendência que veio para ficar ou vamos voltar à lógica anterior em um segundo momento?

Entendo que a tendência vai poluir o cenário ao longo de todo 2021, com momentos de retorno do reflation trade pontualmente no ano, mas a tendência de longo prazo permanece.

Isto é, acredito na tese do Fed de que a inflação de agora é mais pontual, ainda fruto da expansão de liquidez exacerbada e do choque na cadeia de suprimentos decorrente da pandemia.

Logo, ainda que haja temor do mercado no curto prazo, o longo prazo promete trazer de volta a tendência original. Veja, a volatilidade faz parte e, por isso, não me assustaria de ver algumas correções de até 20% nesta jornada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E por que o ouro está caindo?

O ouro não paga juros nem dividendos. É, portanto, negativamente correlacionado às taxas reais dos EUA. Quando as taxas reais dos EUA atingiram -1,10%, o ouro atingiu quase US$ 2.000. Agora, com as taxas reais caindo para -0,80%, o ouro está em US$ 1.750.

Se houver inflação no curto prazo, e os juros se mantiverem sem esticar muito, acredito que o ouro será um dos ativos de melhor desempenho nos próximos anos. Adicionalmente, não se pode ter muito de metais preciosos, devido a volatilidade. Não consideraria mais do que a faixa entre 3,5% e 5%, no máximo — diversificado em veículos e metais.

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

Os esforços de se identificar a melhor oportunidade para se investir só vão crescer ao longo da próxima década. O mercado se torna cada vez mais competitivo e volátil. Para sermos bem-sucedidos, é necessário que estejamos bem acompanhados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É como estão os leitores de Felipe Miranda, estrategista-chefe e fundador da Empiricus, a maior casa de análise de investimentos para o varejo da América Latina. Em sua série best-seller, a “Palavra do Estrategista”, Felipe compartilha suas melhores ideias para os mais diferentes tipos de investidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)

11 de setembro de 2025 - 7:54

Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted

10 de setembro de 2025 - 20:00

A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)

10 de setembro de 2025 - 8:00

Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)

9 de setembro de 2025 - 8:03

Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA

Insights Assimétricos

A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional

9 de setembro de 2025 - 7:15

Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Tarcisiômetro

8 de setembro de 2025 - 20:00

O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)

8 de setembro de 2025 - 8:05

Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada

TRILHAS DE CARREIRA

Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham

7 de setembro de 2025 - 7:32

Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar