O manual que todo investidor deveria ler para não perder dinheiro; confira

Assim como são inegáveis os benefícios da leitura, é assustadoramente comum encontrar pessoas que simplesmente não leem. Não me refiro apenas a livros excessivamente eruditos, extensos, muito técnicos ou de difícil compreensão.
Na minha experiência, destaco a recorrência com que encontro pessoas que não leem pequenos textos, instruções e manuais com um conteúdo extremamente prático e de impacto relevante.
Você também já deve ter ouvido ou presenciado situações em que alguém pagou por uma visita técnica de poucos minutos para instalar ou consertar algum aparelho eletrônico, simplesmente porque a solução para o “problema” estava em uma etiqueta que nunca foi lida.
Quando a compra do produto é feita de forma impulsiva e estimulada por irresistíveis apelos publicitários, é ainda mais comum que se presuma que o produto adquirido seja de simplíssimo manuseio e, claro, dispense a leitura atenta de quaisquer orientações fornecidas pelo fabricante.
A negligência pode resultar em incômodas dores de cabeça, indesejadas frustrações e, invariavelmente, em perda de dinheiro.
Vivemos um momento histórico de acesso rápido e relativamente fácil a uma quantidade de informações sem precedentes. Mas surpreendentemente o interesse em aprofundar o conhecimento revela-se cada dia menor.
Leia Também
No universo de investimentos em fundos globais não é diferente. Nunca houve tanto conhecimento à disposição do investidor. Este, contudo, parece ter cada vez mais contato com um verdadeiro oceano de informações com pouco mais de um centímetro de profundidade.
Hedge Funds
Destaco aqui a classe de hedge funds, que se tornou especialmente popular depois dos anos 1990 e tem adentrado as fronteiras brasileiras nos últimos anos.
Sabe-se que os hedge funds são pouco regulados, mas pouco se sabe sobre o que isso representa na prática.
Primeiramente, é importante entender que a regulação (ou ausência desta) varia de acordo com a geografia em que o fundo é sediado e comercializado.
As Ilhas Cayman, por exemplo, são um destino comum para gestoras que procuram liberdade para implementação de estratégias mais sofisticadas.
Contudo, quando o assunto é diversificação do passivo e distribuição para o público europeu, os fundos recebem uma roupagem regulatória mais robusta e passam a comercializar a versão denominada Ucits (Organismo de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários, em tradução livre). Ela é uma espécie de selo de qualidade de gestão de risco.
Aqui, atenta-se muito para as restrições de ativos (commodities físicas, por exemplo) e limite de concentração do portfólio, o que muitas vezes leva o investidor a achar que a versão Ucits é uma estratégia diluída e pouco eficiente.
Contudo, aqueles que se propõem a ler instruções e manuais percebem que o tema crítico do arcabouço regulatório europeu é a liquidez. Os fundos Ucits seguem uma espécie de manual de boas práticas de gestão de liquidez que protege o acionista de decisões arbitrárias dos gestores.
Diferenças entre Cayman e Ucits
Ressalto algumas diferenças importantes entre as versões irrestritas, ou Cayman, como são comumente chamadas, e os veículos Ucits:
• Divulgação de cotas : na versão irrestrita (Cayman) não existe exigência regulatória. Já o fundo Ucits tem que divulgar sua cotação ao menos duas vezes ao mês e, na prática, isso é feito diariamente.
• Portas de resgate (gates): neste caso, o gestor limita o pedido de resgate de cotas por dia no fundo Cayman quando os pedidos excedem 20% do valor patrimonial líquido do fundo, o que ocorre mais frequentemente em momentos de estresse do mercado. Também é aplicado quando o resgate excede 25% do capital do investidor, o que independe do momento de mercado. Já na versão Ucits, os gates são permitidos apenas em algumas jurisdições europeias. Na Irlanda, por exemplo, só podem ser aplicados em resgates que representarem mais de 10% do patrimônio líquido do fundo e, na prática, são muito menos usados.
• Suspensão e diferimento de resgates : nas versões irrestritas, pode haver suspensão e/ou diferimento de resgate, ainda que não haja cláusulas específicas nos documentos do fundo. Em uma situação de pânico nos mercados, mesmo que os ativos da carteira do fundo não apresentem disfuncionalidade de precificação, o gestor pode decidir suspender ou diferir resgates. Já nos fundos Ucits, embora possíveis, ocorrem em circunstâncias excepcionais de difícil precificação dos ativos que compõem o portfólio do fundo e por períodos bem curtos de tempo (parte do dia ou poucos dias).
Em momentos de estresse do mercado, a liberdade pode se tornar uma prisão dos recursos e o paraíso pode virar pesadelo.
A solução, porém, não é ficar de fora e perder de vista os benefícios de diversificação e elevados retornos potenciais, mas dimensionar corretamente o tamanho da posição (sizing) em relação ao seu perfil de investimento.
Na semana passada, nós aqui da série Os Melhores Fundos de Investimento publicamos um relatório sobre as diferenças entre as versões Ucits e Cayman dos hedge funds e os principais conceitos que permeiam o universo dos hedge funds em que o investidor deveria se aprofundar.
O nosso intuito é trazer mais profundidade de conhecimento e evitar as dores de cabeça, as frustrações e, principalmente, a perda de dinheiro.
Este é um dos “manuais” que o investidor global deveria ler.
Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá
Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano
O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas
Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si
Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco
Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada
De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos
Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA
Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária
Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança
Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?
Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)
Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas
Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã
Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo
É tempo de festa junina para os FIIs
Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado
Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã
Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil
Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos
É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente.
Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã
Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?