Google, Facebook e Apple: quanto as gigantes da internet sabem sobre você?
Existe privacidade na web? A visão hollywodiana traz a impressão de que estão te observando a todo momento, prontos para fazer o mal. Eu diria que não é bem assim…
“Minha esposa me perguntou o porquê de eu estar falando baixinho pela casa. Eu disse que era receio do Zuckerberg estar ouvindo.
Ela riu,
Eu ri,
Alexa riu,
Siri riu.”
Vi isso em algum lugar na internet e não pude deixar de pensar que é, ao mesmo tempo, trágico e cômico.
Espera. Notou algo de diferente? Sem aquele tradicional "olá, seja muito bem-vindo ao nosso papo de domingo que às vezes é sobre tecnologia...".
Pois é, temos novidades por aqui. Se você leu a última edição da Estrada do Futuro, já sabe que não é o Richard falando. Caso não, muito prazer, sou o Vinícius Bazan, mas pode me chamar apenas de Bazan.
Fico feliz e honrado por dividir este espaço com o Richard, do ponto de vista da escrita, e com você, do lado da conversa. Quinzenalmente, nos encontraremos para falar, às vezes sobre tecnologia, às vezes sobre investimentos, mas raramente sobre algo interessante.
Quando o Richard me convidou, combinamos que eu traria temas mais voltados ao uso de tecnologia no mercado, e a brincadeira no início do texto é exatamente sobre o assunto que gostaria de trazer nesta coluna inaugural:
Leia Também
Os “mais endinheirados” do mundo: Fortunas dos ultra-ricos somam quase US$ 2 trilhões; veja quem está no top 10
Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez
Quanto as gigantes da internet realmente sabem sobre você?
Essa é uma pergunta que tanto eu quanto o Richard recebemos frequentemente dos ouvintes do Tela Azul, nosso podcast semanal sobre a interface entre tech e dinheiro.
Por isso, decidi endereçar aqui, procurando jogar alguma luz sobre o tema e esclarecer, de forma geral, o que de fato acontece na internet e, claro, quão expostos estamos.
Antes, porém, deixe-me contar um pouco mais sobre mim. Afinal, estaremos juntos por um bom tempo.
Pode pesquisar no Google
Já que estamos falando sobre o quanto as big techs sabem sobre nós, é claro que o Google já me conhece. Então, se quiser procurar por Vinícius Bazan por lá, vai encontrar algumas verdades (e talvez umas mentiras) sobre mim.
Sou sócio da Empiricus e head de mobile na empresa, responsável pelo nosso SuperApp de finanças, um verdadeiro one-stop-shop para investidores e que abriga, inclusive, notícias do SeuDinheiro.
Apesar de trabalhar com tecnologia atualmente, já fiz de tudo um pouco. Sou engenheiro por formação (se você procurar "Vinicius Bazan braço mecânico Fátima Bernardes" vai encontrar um Bazan apaixonado por robôs, no programa da Fátima, na Globo) mas já tive outras faces.
Antes de ser "da TI", fui parceiro do André Franco na área de análise de criptoativos na Empiricus e talvez já tenha até interrompido sua paz no YouTube com algum anúncio.
Mas a verdade é que sempre tive um pezinho em tech.
Ao que interessa: quanto as gigantes da internet sabem sobre você?
Certamente você já se perguntou isso ao ter a experiência de dizer que estava com fome e receber uma notificação no seu celular ou, mais simples ainda, pesquisar passagens e ver promoções de hotéis no mesmo lugar.
Inclusive, em 2019, a Google confirmou que escutava gravações feitas pelo Google Assistant, levantando uma bandeira vermelha de muitos usuários.
Você não está sozinho. Todo mundo já ficou espantado por perceber como sites e aplicativos conseguem saber detalhes das suas preferências e recomendar coisas bastante específicas.
Apesar disso, fica a pergunta no ar: o que é verdade e o que é mito? Quais informações, de fato, são coletadas por essas plataformas? E como elas são usadas?
Em sua essência, é um questionamento sobre sua privacidade, tema sobre o qual falaremos já, já.
A verdade é que qualquer empresa relevante na internet depende de anúncios para sustentar seus modelos de negócio, seja pagando para veiculá-los em plataformas ou sendo o veículo em si.
E para que isso seja feito de forma assertiva (todos querem otimizar a performance, obviamente), dados são a matéria-prima essencial.
Em números
Apenas para citar os casos mais representativos, entre as Big Techs, veja a dimensão desse mercado.
O site Visual Capitalist produziu dois infográficos interessantíssimos. O primeiro, "How Big Tech Makes Their Billions" (Como as Big Techs fazem seus bilhões), disponível aqui, mostra o breakdown de receita das big techs (dados de 2020).
Destaco Alphabet (dona da Google) e Facebook, cujas receitas vindas de suas plataformas de anúncios ficaram na faixa de 83% e 98,5%, respectivamente.
O segundo, "How Much Does Big Tech Make Every Minute?" (Quanto as Big Techs ganham por minuto), disponível aqui, mostra a dimensão das receitas dessas empresas, baseado nas informações da divulgação de resultados corporativos mais recentes.
Junte uma coisa com a outra e você imediatamente verá a dimensão real de quanto dinheiro é feito com anúncios.
E você no meio disso?
No meio do caminho tinha seus dados. Tinha seus dados no meio do caminho.
Como suas informações são tratadas na web
Precisamos endereçar a pergunta que deu origem a este texto. Até onde vai a coleta de informações sobre nós na internet?
Se você assistiu ao documentário “The Social Dilemma” (O Dilema das Redes), da Netflix, lançado no ano passado, deve ter ficado horrorizado. A visão hollywodiana traz a impressão de que estão te observando a todo momento, prontos para fazer o mal.
Eu diria que não é bem assim…
De fato, se você navega pela internet como 99,9% das pessoas, tudo, absolutamente tudo o que você faz, está sendo monitorado.
Porém, você, no nível pessoal (seu nome, CPF, sua alma) não é o objeto de maior interesse. Seu comportamento que é.
Em outras palavras, o Google ou o Facebook não estão assim tão interessados na sua pessoa, mas em que você faz e qual a probabilidade, baseado nos cálculos de seus algoritmos, você tem de interagir com uma certa peça de publicidade ou outra.
O comportamento de um indivíduo é tão importante que, como relatado no livro O Poder do Hábito, em 2012, a varejista americana Target conseguiu um feito curiosamente incrível.
Como? A varejista era famosa por usar cupons de desconto como forma de fidelizar clientes. A equipe de análise de dados da companhia, então, elaborou uma lista de produtos que mulheres grávidas costumavam comprar.
Eles até mesmo conseguiam "prever" com alguma precisão o estágio de gravidez de uma mulher. Como estratégia, enviavam ofertas personalizadas para potenciais grávidas, até que essas ofertas chegaram à filha adolescente de um morador de Minneapolis, que logo foi tirar satisfação com a loja, enfurecido.
Dias depois, o pai ligou para a loja para se desculpar. De fato, sua filha estava grávida e ele (e provavelmente ela também) não sabia.
Trazendo o exemplo do mundo dos cupons para o dos sites, em 2019, um jornalista do The New York Times chamado Farhad Manjoo se submeteu a um experimento sobre coleta de dados.
Ele navegou por 47 sites usando uma versão modificada do Firefox para registrar todas as informações que eram coletadas sobre ele.
Encurtando a história, cada pequena interação online foi registrada, segundo ele, "com um nível obsceno de detalhes". Ele ainda adiciona: "mesmo em olhadas rápidas na web, apenas para checar fatos e me atualizar das notícias, a quantidade de informação coletada sobre minhas empreitadas é impressionante".
Quais sites você visitou, o que pesquisou, o modelo do seu celular ou computador e até mesmo sua localização aproximada são dados normalmente coletados (a menos que você impeça o rastreio, opção disponível em alguns casos ou com o uso de plugins).
E, além, dos dados em si, entra o ponto que trouxe sobre a Target: como algoritmos cruzam esses dados, justamente para tirar conclusões e direcionar propagandas e "experiências" ultra-personalizadas.
Temos, de fato, privacidade?
Bem, a pergunta acima é extremamente complexa. Definir privacidade de forma precisa é quase impossível. Isso porque é um conceito variável para cada pessoa.
De forma geral, você deve concordar comigo que privacidade significa ter sua intimidade respeitada.
A questão é justamente qual é essa intimidade. A resposta é dada com outra pergunta: o que importa para você?
Esse tema tem ficado tão quente que não só virou lei, com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) entrando em vigor no Brasil em 2020, como gerou um verdadeiro duelo de titãs entre as big techs.
Desde que a Apple anunciou a política de Ad Tracking Transparency (ATT), que acabou sendo adiada para entrar em vigor apenas recentemente, os debates com a Facebook ficaram acalorados.
Deixa eu te contar a história. A Apple é uma empresa que tem a maior parte de sua receita vinda da venda de hardware: iPhones, iPads, AirPods, etc., e tem pouco interesse nos dados dos usuários.
Não só isso, ela historicamente se posiciona como uma empresa focada em privacidade (o que quer que isso signifique).
Pois bem, todo dispositivo móvel da Apple possui um identificador único, chamado IDFA. Uma sequência de letras e números que identifica um iPhone, por exemplo.
Essa informação era, até então, crucial para plataformas que veiculam anúncios, como o Facebook. Afinal, é uma das principais e mais assertivas formas de identificar um certo dispositivo e vincular todos os dados e registros de comportamentos a ele.
Com a ATT, a Apple decidiu parar de compartilhar automaticamente com terceiros o IDFA do usuário e os dados gerados. Para tal, o usuário deve explicitamente aceitar o compartilhamento de informações.
Logo, de um lado a Apple está "protegendo a privacidade de seus usuários", enquanto de outro, o Facebook está perdendo a capacidade de direcionar anúncios de forma otimizada aos interesses de cada usuário, impactando diretamente sua receita.
Mas como você já deve ter percebido até agora, a discussão é extremamente profunda.
Tome este outro exemplo, sobre o qual conversamos com o Lincoln Ando, fundador da idwall, no Tela Azul. Seus dados são seus, é a SUA privacidade. Mas e se você pudesse abrir seu histórico de pagamentos e transações financeiras para empresas com bancos e lojas?
Isso já existe e se chama cadastro positivo. Você, como cliente, pode compartilhar com algumas empresas dados que comprovem que você é um bom pagador e, com isso, você tenha acesso a crédito mais barato ou possa parcelar em mais vezes uma compra, sem juros.
Em outras palavras: abrir suas informações pessoais para outras empresas não é necessariamente ruim, muito menos uma violação da sua privacidade. A linha tênue aqui é, justamente, o que VOCÊ entende que pode ser, ou não, compartilhado.
É isto que acontece a partir de agora
A pergunta que resta é: ter sua privacidade invadida (seja lá o que isso signifique para você) é ruim?
Definitivamente, em boa parte dos casos, sim. Não queremos que olhos escondidos nos observem a todo momento, a cada passo.
Por outro lado, separe um minuto para imaginar o completo oposto: um mundo da internet sem absolutamente nenhuma informação para você.
Arrisquei imaginar isso e penso em algumas situações que aconteceriam:
- Você dificilmente encontraria aquela série que amou assistir no Netflix, mas que não conhecia e foi gentilmente inserida na lista "Recomendados para você" ou "Porque você gostou de Black MIrror";
- Seu tempo no YouTube seria em maior parte gasto vendo anúncios do que conteúdo. Afinal, sem o algoritmo saber do que você gosta, para manter as taxas de retorno dos anunciantes, seria necessário te mostrar 20 vezes mais anúncios;
- Se você é solteiro ou solteira e usa o Tinder, talvez nunca encontrasse o amor da sua vida.
Isso, só ficando na superfície.
O interessante é que esse debate acalorado sobre privacidade vem mudando bastante as coisas no mundo tech. Práticas melhores vêm surgindo, seja impulsionadas por leis ou por bom senso.
A Google anunciou recentemente que planeja parar de vender anúncios baseado no comportamento de indivíduos entre diferentes sites.
Ou seja, a Alphabet Inc., sua empresa mãe, pretende parar de usar e investir em tecnologias de rastreamento que identifiquem o usuário de forma única conforme ele navega pela web.
Estamos caminhando para um mundo mais bonzinho?
Deixo para você a reflexão com o tuíte a seguir, de Paul Graham.
Traduzindo de forma livre: "O que essa notícia me diz é que a Google achou uma forma de direcionar anúncios de forma igualmente efetiva sem usar esses dados".
Bom ou ruim, no fim, o compartilhamento de dados é uma clara questão de trade-offs. E resta a você definir onde está a linha de corte.
Antes que eu me esqueça
Se você chegou até aqui, muito obrigado pela companhia ao longo desta minha estreia na coluna. Desculpe o texto longo, mas é mais difícil escrever pouco.
Espero que tenha curtido. Para que eu possa realmente saber o que você achou, deixo aberto nosso canal de comunicação: telaazul@empiricus.com.br. Escreva para mim (e para o Richard também, por que não), dizendo o que achou.
E, claro, se ainda não conhecia nosso podcast, que fazemos juntos, o Tela Azul, não deixe de seguir no Spotify e ouvir nossas edições recentes. A cada semana, um pouco de tech e um pouco de investimentos.
Fico por aqui. Se cuide!
Em busca de ar para respirar: Depois de subir pela primeira vez em 2025, Ibovespa busca nova alta, mas não depende apenas de si
Ausência de uma solução para a crise fiscal vem afastando do Ibovespa não só os investidores locais, mas também os estrangeiros
Não é o fim da história: rede de livrarias físicas abre 13 novas lojas no Brasil em 2024 e ‘desafia’ a dominância da Amazon
Em um cenário de preços competitivos no e-commerce e diminuição da leitura entre brasileiros, esta varejista tem conseguido ‘remar contra a maré’
Oportunidade de ouro: Microsoft quer investir US$ 80 bilhões em inteligência artificial — e CEO revela o que os EUA precisam fazer para vencer a China na corrida da IA
A gigante da tecnologia anunciou planos para investir em torno de US$ 80 bilhões só no ano fiscal de 2025 para a construção de data centers para IA
A vitrine mudou de lugar: Depois de começar o ano com o pé esquerdo, Ibovespa tenta recuperação em dia sem agenda
Agenda vazia e recesso em Brasília dificultam identificação de gatilhos para eventual recuperação do Ibovespa hoje
Mensagem certa à pessoa certa: Magazine Luiza (MGLU3) renova plataforma de retail media e já recebe 430 milhões de visitas mensais
Novo sistema permite gestão de campanhas em tempo real, segmentação de iniciativas e outras vantagens aos 360 mil vendedores do marketplace do Magazine Luiza
O ChatGPT fez um novo milionário? Veja o desempenho da inteligência artificial na Mega da Virada de 2024
Assim como fizemos em 2023, pedimos um palpite ao ChatGPT para a Mega da Virada; o resultado você confere a seguir
Os bilionários ficaram mais ricos em 2024: Elon Musk ganha R$ 561 bilhões no ano e se isola como maior ricaço do planeta; confira o ranking completo
Atualmente, as riquezas das 10 pessoas mais ricas do mundo valem, juntas, em torno de US$ 1,9 trilhão (R$ 11,7 trilhões)
A energia ‘queridinha’ das big techs para alimentar a inteligência artificial é sustentável e eficiente, mas perigosa
Grandes nomes como Google, Meta, Microsoft e Amazon estão criando uma nova tendência na indústria
Mega da Virada, B3 no fim do ano, IA de Elon Musk e o erro do Google: veja quais foram as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Reportagens sobre a Mega da Virada foram as campeãs de audiência do SD, seguidas da matéria sobre o funcionamento dos mercados nas duas últimas semanas de 2024
Morning Star, que forneceu dados errados sobre dólar para o Google, admite problemas na coleta da cotação
No último dia 25, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Banco Central (BC) esclarecimentos sobre a cotação do dólar no Google
Além do bitcoin (BTC): Veja as criptomoedas que mais subiram e caíram no ano de 2024 — uma delas subiu mais de 21.000% no ano
Mesmo entre as criptomoedas que mais perderam valor no ano, as quedas foram limitadas pelo otimismo geral do mercado
Google tira cotação do dólar da pesquisa após mostrar resultado errado, mas vai ter que se explicar
Advocacia Geral da União (AGU) pedirá informações ao Banco Central sobre o valor do dólar após Google apresentar cotação errada de R$ 6,35
Provocamos o ChatGPT (de novo) e ele nos deu 6 números para a Mega da Virada de 2024 — e agora vamos ter que apostá-los
Repetimos a experiência do ano passado, quando pedimos ao ChatGPT um palpite para o bolão da firma para a Mega da Virada
Como as empresas ocidentais estão reduzindo sua presença na China diante da crise econômica e da concorrência
Gigantes como Unilever e Lufthansa estão adotando estratégias como corte de preços e realocação de investimentos para driblar a concorrência e a queda no consumo
Papai Noel trouxe presente mais cedo: bolsas e criptomoedas saltam no pregão da véspera de Natal; veja desempenho dos ativos
Assim, a Tesla, do bilionário Elon Musk, liderou o segmento de tecnologia, com um avanço de 7,36%
Com Inteligência Artificial e iPhone 16, Apple está cada vez mais próxima dos US$ 4 trilhões em valor de mercado
Nesta segunda-feira (23), as ações da gigante com sede na Califórnia eram negociadas a US$ 254,08, elevando seu valor de mercado a US$ 3,84 trilhões
Por trás do lançamento do Haul, nova aposta da Amazon que vende tudo a menos de US$ 20 para concorrer com a Temu e a Shein nos EUA
Área exclusiva para dispositivos móveis foi lançada em novembro e é voltada para produtos com preços extremamente baixos
Bolsa em tempos de turbulência: BTG Pactual recomenda 5 ações e 3 fundos imobiliários defensivos para investir em 2025
Risco fiscal e alta da taxa básica de juros devem continuar afligindo os mercados domésticos no próximo ano, exigindo uma estratégia mais conservadora até na bolsa
Caça ao tesouro (Selic): Ibovespa reage à elevação da taxa de juros pelo Copom — e à indicação de que eles vão continuar subindo
Copom elevou a taxa básica de juros a 12,25% ao ano e sinalizou que promoverá novas altas de um ponto porcentual nas próximas reuniões
China passa a investigar Nvidia (NVDC34) por acusações de prática de monopólio, e ações caem até 2% em Nova York
De acordo com a agência estatal de regulação do mercado, são examinadas algumas das ações recentes da fabricante de chips e semicondutores