Existem várias formas de explicar o bitcoin para leigos e não considero nenhuma delas melhor que a outra.
Cá entre nós, são todas ruins, por motivos diferentes, mas são.
Descrever algo tão complexo exige repertório, dedicação e um pouco de sedução de quem apresenta.
Além disso, as boas explicações demandam tempo, boa concatenação de ideias e um ouvinte muito atento e livre de preconceitos.
Essas características juntas são quase impossíveis de conseguir.
Por outro lado, se optarmos por uma explicação simples, deixaremos vários aspectos importantes de lado e isso possivelmente irá gerar dúvidas no ouvinte e posterior descrença na explanação a respeito do bitcoin.
Dessa forma, vejo que ensinar sobre esse ativo, escassez digital, Web 3.0, finanças descentralizadas (DeFi), tokens não fungíveis, etc. é um processo longo e quase penoso, tanto para quem ouve quanto para quem explica.
Claro que temos boas analogias no mercado, que de alguma forma ajudam a encantar quem as escuta.
Uma das minhas preferidas é quando explicamos a revolução do blockchain pela ótica de desconstrução das verdades e das objeções falaciosas.
“Bitcoin não tem lastro!”
Tem razão, mas o seu dinheiro também não tem lastro. Aliás, o termo “moeda fiduciária” tem origem na palavra “fé” (fides). Sim, o dinheiro do “Banco Imobiliário” não vale nada e a cédula de R$ 10 vale o que vale porque uma nação acredita nisso.
Já mencionei isso algumas vezes: o dinheiro como o conhecemos não passa de uma realidade intersubjetiva.
“Uma canetada dos EUA e o bitcoin já era.”
Uma classe que atingiu a marca de US$ 1 trilhão já deveria ter sido extinta se os congressistas americanos o pudessem fazer por meios que conhecem.
“Bitcoin é dinheiro de máfia.”
Não mais do que todas as outras moedas fiduciárias. O bitcoin existe desde 2009 e não foi há apenas uma década que o termo “lavagem de dinheiro” surgiu.
Além disso, a cripto é o pior meio para se lavar dinheiro. Isso porque todas as transações são registradas no blockchain, diferentemente das transações com dinheiro físico.
“Bitcoin consome mais energia que a Argentina.”
Aí você me pegou, acredito que vamos ter que acabar com aquilo que não gera valor, desculpa hermanos (ba dum tss).
Brincadeiras à parte, um sistema global de transferência de valor que funciona há mais de uma década sem interrupções e nunca foi hackeado deve, sim, consumir energia.
Além disso, o bitcoin representa apenas 0,59% do consumo mundial de energia e está longe de ser comparado ao consumo de EUA e China.

Fonte: Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index
Caso não queira ser guiado por argumentos falhos e falaciosos e queira aprender de fato de que se trata o bitcoin, o melhor meio é o Empiricus Crypto Legacy.