Bitcoin: comprar ou não comprar?
Dados apontam que o bitcoin está no caminho para atingir marca dos US$ 100 mil; ainda vemos grandes oportunidades de se fazer dinheiro

Os eventos iniciais ocorrem em espaços restritos. Na visão da maioria dos contemporâneos, ainda que com frequência figurem nas manchetes das primeiras páginas, suas várias implicações são em geral visíveis para uma minoria empreendedora.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADETechnological Revolutions and Financial Capital, de Carlota Perez
Não quero ser da turma do “eu avisei”, mas desde 2017 venho fazendo várias chamadas a respeito do que se trata o mundo das criptomoedas e do bitcoin.
Felizmente consegui convencer alguns a irem comigo e agora quero mostrar aos três leitores do Day One que ainda vale a pena comprar bitcoin e se arriscar nessa classe de ativos. Tenho pouco tempo e poucas linhas para isso, mas gostaria de tentar mesmo assim.
O primeiro passo é criar uma base mínima de conhecimento sobre o contexto em que tecnologias como a das criptomoedas nascem e se consolidam. O melhor modo de fazer isso é recorrer a Carlota Perez, estudiosa que analisou os ciclos de tecnologias disruptivas e autora da frase com que iniciamos o nosso papo de hoje.
Em seus estudos a respeito de como as tecnologias disruptivas se comportam, Perez traçou um framework que é usado como guia pelo Placeholder, fundo de investimento em cripto, e por nós também. O modelo prevê a evolução dessas tecnologias em duas fases (instalação e desenvolvimento) divididas em quatro momentos (irrupção, frenesi, sinergia e consolidação).

Fonte: carlotaperez.org
Antes que você pense que o bear market de cripto que vivemos em 2018 corresponda ao crash (quebra) apontado pela autora no seu modelo, quero dizer que não acredito nisso. Naquele momento, essa classe não chegou a valer nem US$ 1 trilhão, o que não a colocou em um patamar de comparação com o que foi a bolha pontocom. Por isso, creio que estejamos ainda na construção da fase de frenesi, que, segundo Perez, será bancada pelo capital institucional, o que, sem dúvida, está acontecendo.
Leia Também
Logo, penso que o modelo se encaixaria mais facilmente com o mercado cripto se fosse montado desta maneira:

Fonte: carlotaperez.org
Espero ver o ciclo de frenesi sendo escrito de fato com séries de IPOs de empresas cripto, que podem começar a aparecer em 2021 e se estender por até mais um ano. Quanto ao marco do tamanho de mercado até o próximo crash, imagino que o ciclo completamente esgotado não deve passar de um tamanho total de mercado de US$ 5 trilhões. Isso pensando no mercado dos criptoativos somado ao das empresas cripto que estiverem listadas na Bolsa.
No entanto, não quero deixar você apenas com esses números na cabeça como patamares que, ao serem atingidos, devem ser gatilhos para vender tudo. Isso porque existem métricas menos simplistas a serem acompanhadas e que são mais confiáveis. A primeira delas é a da dominância do bitcoin (BTC). O percentual do gráfico abaixo indica o quanto o principal ativo desse mercado representa do todo em capitalização.

Fonte: Tradingview
Os dados mais recentes, desde que os criptoativos passaram a se parecer mais com uma classe de ativos, mostram que uma dominância alta gira em torno de 70% e uma baixa, ao redor de 36%. Outro fator importante é que dominâncias altas significaram meios de ciclos de alta, e dominâncias baixas, fins de ciclos.
Atualmente, estamos no nível mais alto (70%), o que nos indicaria um meio de ciclo. Digo isso porque não podemos utilizar apenas uma métrica e cravar o estágio do mercado no qual nos encontramos. Devemos considerar o atual momento do mercado, que fica cada vez mais institucionalizado e comprador de bitcoin, por ora. Isso pode mudar a fase na qual estamos em comparação com o último ciclo de alta e fazer com que essa dominância permaneça nesses patamares por muito tempo. Caso isso aconteça, a dominância do bitcoin não deverá funcionar como um indicativo de momento do ciclo.
Por isso, devemos recorrer a um outro indicador que nos conta histórias melhores, o valor de mercado realizado. Essa métrica é uma daquelas que são intrínsecas ao mundo cripto e é possível de calcular com exatidão por se tratar de uma base de dados transparente.
O valor de mercado realizado é a soma dos preços de todos os bitcoins de acordo com a última vez em que foram movimentados. Se você possui, por exemplo, 10 bitcoins em carteira que não movimenta desde a primeira vez em que os comprou, quando cada um valia US$ 1.000, quer dizer que eles contribuem com US$ 10 mil para essa conta do valor de mercado realizado.

Fonte: Glassnode
Naturalmente, espera-se que essa métrica sempre seja menor do que o valor de mercado do bitcoin, que é calculado de maneira simples, apenas multiplicando todos os BTCs criados pelo valor atual do ativo. Isso acontece porque sempre teremos bitcoins que nunca serão movimentados dado que estão perdidos e na medida em que uma parte dos investidores não move seus BTCs por acreditar no seu futuro promissor.
Mesmo assim, essa métrica indica se estamos em um bull market e em qual momento dele nos encontramos. Quando vemos uma aceleração nesse número, podemos cravar que estamos em um mercado de alta e traçar um alvo baseado nos últimos ciclos. No ciclo de alta de 2014, o valor de mercado realizado se multiplicou por 5 vezes e, no último ciclo, em 2017, essa mesma métrica saiu de US$ 8 bilhões para atingir mais de US$ 90 bilhões, uma multiplicação de mais de 10 vezes.
Traçando um paralelo com o ciclo atual, se considerarmos o começo do ciclo de alta como sendo o início de 2019, temos a marca inicial de US$ 76 bilhões; já se levarmos em conta o começo de 2020, temos o patamar inicial de US$ 100 bilhões. Apenas fazendo uma projeção simples, podemos visualizar o valor de mercado realizado atingindo entre US$ 4 trilhões e US$ 10 trilhões no atual ciclo, o que facilmente colocaria o valor de mercado do bitcoin entre US$ 12 trilhões e US$ 30 trilhões.
Claro que não quero que você ache que estou aqui fazendo uma previsão do futuro. Existe pelo menos uma outra dezena de dados que analisamos internamente para avaliar o momento do ciclo em que nos encontramos. Caso queira estar por dentro de tudo isso, a assinatura da série Empiricus Crypto Legacy se encontra em preço promocional neste link.
Os dados apontam que o bitcoin está no caminho para atingir a incrível marca dos US$ 100 mil. Ou seja, ainda vemos grandes oportunidades de se fazer dinheiro nesse mercado.
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos