Em que jogo você está? Os pessimistas têm lá seus argumentos, mas estamos em uma zona compradora na bolsa brasileira
Seja qual for o seu jogo, fique devidamente entrincheirado e não aceite conselhos de quem joga um jogo diferente do seu
Sim. A Bolsa brasileira está barata.
No agregado do Ibovespa, o múltiplo de preço sobre o lucro estimado para os próximos 12 meses está em 7 vezes. Mais uma vez, criamos uma nova mínima no ano. Na média de outubro, o índice negociou a 7,1 vezes. De setembro, 7,5 vezes. Agosto, 8,5.
O que dizem os pessimistas
O ponto, no olhar dos pessimistas com o país – que têm feito esses preços –, é que esses múltiplos, na verdade, estão caros. Isso porque as estimativas para os lucros do próximo ano, dizem, não refletem a realidade. Então, colocando as estimativas em um patamar mais realista, o múltiplo atual seria, na verdade, mais alto. Quiçá mais alto até que a média histórica.
A narrativa segue que os lucros serão mais baixos por causa de uma inflação crescente, juros ascendentes e economia em desaceleração. Porque as empresas que não conseguem repassar a pressão inflacionária nos seus custos sentirão o impacto nos seus lucros. Ainda, que um juro crescente reduz a demanda por bens e serviços. Com isso, não só as margens seriam pressionadas, mas as receitas também enfrentariam uma desaceleração, em conjunto com toda uma economia em arrefecimento.
No campo das commodities, a demanda chinesa, provavelmente a maior determinante individual dos preços, tem uma expectativa de desaceleração. Para a China, qualquer dado de crescimento além do estelar se torna sinônimo de desaceleração.
Um juro americano com perspectivas de subida também não ajuda, com qualquer ponto percentual a mais no Treasury fazendo um arrasto de capital no mundo todo. Pagando mais, todo mundo quer os títulos soberanos mais seguros do globo. Nesse cenário, não há perdão para as Bolsas de países emergentes.
Leia Também
Pois bem. Essa é a narrativa.
E não digo que está errada. Com as informações que temos hoje, esse é o cenário mais provável.
Estamos em uma zona compradora na bolsa brasileira
O ponto, entretanto, é que estamos em uma zona compradora de Bolsa brasileira – mas não sei por quanto tempo nem com qual intensidade. De fato, pode piorar antes de melhorar.
Quem tem cota diária se vira nos 30 para ganhar dinheiro nesse cenário. Vende Bolsa brasileira para comprar ativos americanos. Entra vendido em juros. Usa derivativos a torto e a direito para mostrar um número positivo no final do mês (ou menos negativo).
As perguntas que precisam ser respondidas
Mas e você: qual jogo você está jogando?
Você tem estômago para montar uma estratégia vendida em Brasil e ver seus rendimentos derreterem quando qualquer surpresa eleitoral positiva pode virar o jogo?
Sim, porque o cenário eleitoral virou um fator de decisão relevante para quem movimenta grandes quantias de capital e, no final do dia, os preços.
Você estaria confortável com uma carteira predominantemente internacional sendo que seu poder de compra é definido em reais brasileiros?
Ou, do outro lado da moeda, por quanto tempo você aguenta esperar até que a Bolsa brasileira volte a negociar em patamares normalizados, para colher retornos maiores à frente?
Você está no jogo de mais risco e mais retorno? Ou o caminho inverso?
Essas são as perguntas a que você precisa responder.
Se você consegue esperar com algum nível comprado em Bolsa brasileira, readeque sua carteira para atravessar esse momento de incerteza.
Priorize ações defensivas. Evite empresas muito alavancadas. Esteja em empresas líderes nos seus mercados e, se possível, que se beneficiam com uma demanda o mais inelástica possível à variação de preços.
Se você quiser permanecer nessa guerra, que esteja devidamente entrincheirado.
De toda forma, não aceite conselhos de quem joga um jogo diferente do seu.
Sua paz de espírito é soberana.
Um abraço,
Larissa
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos