Bolsa sobe puxada pelo bom desempenho das siderúrgicas; dólar recua
No exterior, as bolsas operam sem um sinal único definido. Por aqui, os investidores aguardam a decisão do Copom
A alta de 0,75 p.p que deve elevar a taxa básica de juros para 3,50% já está contratada, mas os investidores seguem de olho nos sinais dos próximos passos que serão dados pelo Banco Central.
Enquanto aguarda a decisão, o Ibovespa opera em alta de 1,63%, aos 119.632 pontos, por volta das 15h. Já o dólar à vista perde força e recua 1,17%, cotado a R$ 5,3661 no mesmo horário. O fluxo de entrada de investimento estrangeiro, principalmente no setor de commodities, sustenta o movimento.
O que dá gás ao índice é a reação do mercado aos últimos balanços corporativos, o que impulsiona principalmente o setor ligado às commodities metálicas, com a Gerdau liderando os ganhos. A alta do petróleo no mercado internacional também ajuda no bom humor local.
Após um dia de alta, o mercado de juros futuro opera em leve queda, sem grandes movimentações antes da decisão do Copom. Confira:
- Janeiro/2022: estável em 4,79%
- Janeiro/2023: de 6,54% para 6,49%
- Janeiro/2025: de 8,04% para 7,96%
- Janeiro/2027: de 8,66% para 8,59%
No exterior, as bolsas americanas ganharam força na última hora. O relatório de empregos privados dos Estados Unidos (ADP, na sigla em inglês) veio abaixo do esperado. O consenso era uma alta de 800 mil novos postos de trabalho, mas o dado ficou em 742 mil em abril. O mercado internacional também repercute as últimas falas da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.
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Morde, assopra
Após a fala no início da semana de que o momento para um aumento da taxa de juros pode estar chegando, Janet Yellen mudou o tom, mas o mercado ainda repercute as colocações dadas ontem por Yellen.
A Secretária do Tesouro dos EUA afirmou que se a inflação for um problema, há meios para enfrentá-lo, e se vê otimista em relação à economia norte-americana. "Não estou prevendo ou recomendando que o Fed eleve os juros, eu mais do que ninguém defendo a independência dele", comentou ela.
Os principais índices asiáticos fecharam em baixa na manhã desta quarta-feira (5). A liquidez está sendo limitada pelas bolsas do Japão e China, que permanecem fechadas devido ao feriado local.
Na direção oposta, as bolsas europeias fecharam em alta. Dados locais do gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) apontam para uma recuperação da economia local.
Copom: é hoje!
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve divulgar a taxa básica de juros após o fechamento do pregão de hoje. Na reunião de março, o Copom já informou que irá subir 0,75 pontos base a Selic, que deve atingir 3,50%.
A alta na taxa básica de juros é dada como certa. Os investidores devem ficar de olho no relatório para saber o que esperar das próximas reuniões do Comitê. Clique aqui e saiba o que esperar.
Reforma tributária
No mesmo dia da leitura do parecer da reforma tributária, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou extinta a comissão mista que analisa a proposta. Na prática, isso inviabiliza a continuidade da proposta e faz o debate voltar “a estaca zero”, de acordo com técnicos ouvidos pelo Estadão.
A interrupção dos trabalhos ocorreu por causa do andamento da proposta nas Casas Legislativas. Enquanto Arthur Lira e a equipe econômica são favoráveis ao fatiamento da proposta, o Congresso é contrário à ideia. Analistas do mercado relatam frustração com a decisão e duvidam que a reforma possa ocorrer ainda este ano.
CPI da Covid
Os parlamentares devem ouvir hoje o depoimento do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre sua breve condução da pasta durante a pandemia. Ao longo da tarde de ontem, o também ex-ministro Luiz Henrique Mandetta deu longas explicações que podem comprometer o governo federal sobre o uso do chamado “kit covid”, com comprovada ineficácia contra a doença, e orientações do Palácio do Planalto sobre o uso de cloroquina.
O depoimento mais esperado é do general Eduardo Pazuello, que foi remarcado para o dia 19 devido à suspeita de covid do militar. Durante sua gestão, Pazuello viu a crise do oxigênio se agravar em Manaus e recebeu duras críticas sobre o uso de cloroquina e do “kit covid” para combater a pandemia.
A festa das commodities
As ações preferenciais da Gerdau lideram as altas do dia, após os números do primeiro trimestre surpreenderem os analistas. O volume vendido de aço teve uma ligeira queda de -4% na comparação trimestral, mas o ciclo de alta das commodies, aliado a uma depreciação do real, compensou os efeitos negativos no balanço. Na cola dos resultados da companhia, Usiminas e Metalúrgica Gerdau também sobem.
Os papéis da Petrobras também exibem uma alta expressiva nesta manhã, mesmo após a inversão de sinal da cotação do petróleo. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 34,47 | 5,57% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 15,42 | 5,26% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 23,37 | 3,96% |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 23,75 | 3,76% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 3,53 | 3,82% |
Confira as maiores quedas:
Confira as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
TAEE11 | Taesa units | R$ 40,10 | -1,16% |
RENT3 | Localiza ON | R$ 62,05 | -1,10% |
CPFE3 | CPFL Energia ON | R$ 27,29 | -0,84% |
ENBR3 | Energias do Brasil ON | R$ 18,50 | -0,80% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 15,79 | -0,75% |
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