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Jasmine Olga

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É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

FECHAMENTO DA SEMANA

Lama em Brasília e temor com Fed levam Ibovespa a apagar ganhos do ano e recuar 2% na semana; dólar vai a R$ 5,38

Os mercados tiveram um dia positivo nesta sexta-feira, com alta na bolsa e queda do dólar, mas isso não esconde o complicado caminho que deve ser enfrentado pelos investidores

Jasmine Olga
Jasmine Olga
20 de agosto de 2021
19:05 - atualizado às 10:52
Ibovespa, bolsa, dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

A sinalização mais forte do Federal Reserve sobre o avanço nas discussões e a possibilidade de início da redução de estímulos monetários ainda este ano seria a grande candidata a maior surpresa da semana. Isso se o Ibovespa não tivesse conseguido remar contra a corrente e anotar dois dias consecutivos de alta, mesmo diante de um complicado cenário doméstico. 

O principal índice da bolsa brasileira pegou carona na melhora do humor em Nova York, puxada pelas empresas de tecnologia, para apagar parte das perdas do começo da semana. Para Ariane Benedito, economista da CM Capital, após uma forte temporada de balanços do segundo trimestre, o mercado viu espaço para uma tempestade perfeita: com o clima em Brasília pesando sobre a precificação do mercado, os bons resultados das companhias brasileiras, acompanhados de uma melhora dos indicadores econômicos, abriu espaço para um bom ponto de entrada. 

A alta de 0,76%, aos 116.040 pontos, no entanto, foi insuficiente para reverter o dano deixado pelos três pregões seguidos de queda e a semana terminou em uma nota amarga — um recuo de 2,59% na semana, o que apaga completamente os ganhos do ano e deixa o Ibovespa com um saldo negativo de 0,81%. 

Com o Fed já pensando na retirada de estímulos, o dólar se fortaleceu em nível global e acumulou uma alta de 2,66% na semana mesmo com o recuo de 0,70%, a R$ 5,3848, registrado hoje.  

Mas é preciso ir com calma. Os últimos dias foram positivos, mas os analistas sabem que o mau humor que tomou conta dos mercados globais nesta semana está longe de terminar. 

Lá fora, a variante delta traz incerteza às grandes economias e a redução de estímulos no horizonte deve seguir levando cautela. Por aqui, as coisas são ainda mais complicadas. 

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Barrando todas as outras pautas no Congresso, a reforma do imposto de renda foi adiada mais uma vez e deve sofrer mais mudanças. Mesmo assim, não existem garantias de que o texto seja aprovado. A PEC dos Precatórios voltou a ser enfaticamente defendida pelo ministro da Economia Paulo Guedes, mas preocupa: ou tira os R$ 90 bilhões do teto de gastos ou este é eliminado. 

Um alinhamento entre Legislativo, Executivo e Judiciário seria o ideal para uma saída mais agradável para a crise, mas isso dificilmente deve acontecer nas próximas semanas. O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e segue causando ruídos que queimam o filme do Brasil, trazendo incerteza para o investidor e muita volatilidade aos negócios. 

Diante de um cenário de instabilidade, grande pressão inflacionária e retirada de estímulos nos Estados Unidos, o mercado de juros disparou. Hoje o dia foi de alívio, mas foi preciso que o BC interviesse na oferta de títulos e que o presidente Roberto Campos Neto reforçasse o compromisso com as metas de inflação. Confira as taxas de fechamento do dia:

  • Janeiro/22: de 6,72% para 6,69%
  • Janeiro/23: de 8,48% para 8,40%
  • Janeiro/25: de 9,70% para 9,56%
  • Janeiro/27: de 10,14% para 10,01%
Ibovespa0,76%116.040 pontos
Dólar à vista0,70%R$ 5,38
Bitcoin4,68%263.900 pontos
Nasdaq1,19%14.714 pontos 
S&P 5000,81%4.441 pontos 
Dow Jones0,65%35.120 pontos

Qual investimento foi mais impactado?

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A pedra no sapato de Guedes

A reforma do Imposto de Renda foi mais uma vez adiada, dando mais tempo para que pressões setoriais sejam aceitas, e a PEC dos Precatórios está longe de ser um consenso  — esses são dois fatores que estão dando dor de cabeça ao ministro da Economia, Paulo Guedes. 

Enquanto os temas não andam, o Congresso fica travado e o tempo do governo para a aprovação das reformas vai diminuindo com a proximidade de 2022. "Apesar de vermos muito mais discussão sobre os precatórios, a reforma do IR é um ponto crucial para dar andamento a outros tipos de discussão", aponta Benedito. 

Não que as propostas sejam boas e resolvam a questão fiscal do país, mas, no momento, elas são a pedra no sapato. Para a economista da CM Capital, a retirada dos precatórios do teto de gastos, garantindo assim o cumprimento da meta, seria o melhor cenário no momento. "Não temos um problema de arrecadação e sim de gastos. É preciso fazer uma realocação do custo e não podemos dar um cartão de crédito sem limites na mão de um governo com histórico de péssima alocação de recursos." 

Óleo na pista

A variante delta não é o único fator que traz incerteza sobre o futuro da economia global. Os últimos dados divulgados pela China dão sinais de desaceleração, e o mercado faz as contas — o que pode acontecer caso o ritmo de crescimento caia e uma nova onda do coronavírus obrigue os governos a adotarem medidas mais drásticas?

A crise no Afeganistão, com a tomada do poder por parte do grupo extremista Taleban, poderia ter segurado os preços das commodities, mas no fim das contas o medo da variante delta e da queda na demanda prevaleceu. O petróleo teve uma das suas piores semanas desde março de 2020, auge da crise do coronavírus. Já o minério de ferro, que também sofre com as ações intervencionistas da China, tombou feio e voltou ao patamar dos US$ 130 a tonelada. 

Com a Vale, Petrobras e siderúrgicas impactadas, a pressão sobre o Ibovespa foi ainda maior. Para a economista da CM Capital, no entanto, as companhias brasileiras conseguiram segurar bem a derrapada das commodities no exterior, ainda que seus desempenhos tenham ficado na lanterna do Ibovespa ao longo da semana. 

Virando realidade

Há alguns meses a perspectiva de redução no ritmo de compra de ativos por parte do banco central americano tem preocupado o mercado, mas agora os temores começam a se tornar realidade. 

Na ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada na quarta-feira, foi possível ver grande discordância entre os membros do Fomc, mas ficou claro que as conversas sobre a redução dos estímulos estão avançadas e que mudanças devem acontecer ainda em 2021. Mesmo que não haja uma elevação nos juros, os investidores reagiram com grande cautela. 

Para Ariane Benedito, da CM Capital, assim como no Brasil, a aversão ao risco no exterior ainda deve levar um tempo para se dissipar, e o que deve servir como termômetro para o mercado são os pronunciamentos dos dirigentes do Fed marcados para os próximos dias. 

Mas é bom lembrar que as bolsas americanas e europeias renovaram máximas recentemente, então um ajuste de mercado pode ser saudável neste momento. Para a economista, essas correções são pontuais, e o viés que prevalece em Wall Street é de alta. Confira o fechamento dos principais índices americanos:

  • Nasdaq: 1,19% - 14.714 pontos
  • S&P 500: 0,81% - 4.441 pontos
  • Dow Jones: 0,65% - 35.120 pontos

Sobe e desce do Ibovespa

Com otimismo renovado sobre a possibilidade de privatização da Sabesp (SBSP3), as ações da estatal dispararam nesta sexta-feira. O ex-presidente da Câmara e deputado federal Rodrigo Maia tomou posse nesta manhã como secretário de Projetos e Ações Estratégicas de São Paulo e já deixou claro que a privatização da empresa de saneamento deve ser uma das prioridades da sua gestão e que deve ser entregue até o final do governo de João Doria.

"Acho que é uma coisa simbólica organizar a privatização, a concessão, deixar isso organizado até o final da minha gestão". Ao comentar o tema, o novo secretário disse que ainda estuda a pasta, mas que 'a questão da privatização da Sabesp' já foi tratada com o vice-governador Rodrigo Garcia.

A alta da ação foi suficiente para colocar a companhia de saneamento no topo da tabela de maiores altas da semana:

CÓDIGONOMEVALORVARSEM
SBSP3Sabesp ONR$ 36,558,81%
QUAL3Qualicorp ONR$ 20,588,54%
CMIG4Cemig PNR$ 12,497,95%
CCRO3CCR ONR$ 12,717,08%
CPFE3CPFL Energia ONR$ 28,056,17%

Confira também as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARSEM
USIM5Usiminas PNAR$ 17,10-19,15%
CSNA3CSN ONR$ 36,94-13,31%
GGBR4Gerdau PNR$ 27,65-10,11%
VALE3Vale ONR$ 97,55-9,93%
BRAP4Bradespar PNR$ 63,47-9,46%

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