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Para fechar 2020 com chave de ouro: as ações favoritas para o mês de dezembro, segundo 14 corretoras

Ações do mês | ação JBS JBSS3

Depois de 67 meses, uma pandemia, muitas derrotas do Corinthians e algumas crises políticas e diplomáticas para apimentar os livros de história, 2020 finalmente está na reta final. 

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Não sei vocês, mas eu só irei celebrar o fim do ano mesmo quando estivermos no dia 1º de janeiro. Do jeito que as coisas andam, não duvido nada acordarmos e descobrirmos a existência do dia 32 de dezembro...

Com a chegada do fim do ano, além de uma celebração de aniversário via Zoom, já estou me preparando também para os textos reflexivos que devem tomar conta do Instagram, LinkedIn e grupos do WhatsApp nas próximas semanas. Balanços das muitas (e bota muitas nessa conta) coisas ruins que aconteceram e as 'lições' que podemos tirar do caos.

Gostaria de ser assim tão otimista, mas não sou lá muito de acreditar que não seremos os mesmos em um mundo pós-coronavírus, que a humanidade aprenderá a ser mais empática ou que o 'novo normal' será radicalmente diferente. Isso não quer dizer que não levarei alguns novos ensinamentos para 2021. 

Estar aqui neste espaço, todos os meses, analisando as principais indicações dos analistas do mercado me ensinou algumas coisas importantes. Se você nos acompanha desde janeiro, é bem capaz que tenha chegado a uma conclusão semelhante à minha. 

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Faça chuva (ou coronavírus) ou faça sol, ter Vale (VALE3) na carteira é sempre uma aposta segura. 

Pelo menos foram isso que fizeram os analistas dos principais bancos e corretoras ao longo de 2020. A mineradora esteve presente em todas as edições da Ação do Mês deste ano. Antes, durante e 'depois' do coronavírus, a companhia sempre figurou entre as três principais indicações do mercado, mostrando que é um ativo preparado para qualquer cenário. 

A valorização de quase 16% em novembro ajudou, mas o principal índice da bolsa brasileira ainda acumula uma queda de 3,42% em 2020. Enquanto isso, os papéis da Vale ostentam um valorização de mais de 55%.

Quem seguiu A Ação do Mês desde janeiro se deu bem. Está certo que no último ano o papel esteve descontado como uma das implicações pós-Brumadinho, mas ainda assim é um desempenho invejável para um ano marcado por uma das mais fortes crises da história. 

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Em dezembro, a companhia está de volta ao topo das indicações, com menção de quatro instituições. Como contraste, para completar o pódio de dezembro temos duas ações de um setor que, embora tradicional, não anda figurando tanto assim entre as favoritas dos mercados — os bancões Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), com três indicações cada. 

Entendendo a Ação do Mês: todos os meses o Seu Dinheiro Premium consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são as principais apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, selecionamos as que contaram com pelo menos duas indicações.

As ações à prova de crise 

Antes de partirmos para a tabela completa de indicação dos analistas para o mês de dezembro, vale a pena entrarmos no clima de retrospectiva e relembrarmos as ações que fizeram a cabeça dos investidores durante os piores momentos da crise. 

Além da resiliente Vale, outro grande destaque positivo foram as empresas que souberam se adaptar rapidamente para o novo cenário imposto pelo coronavírus. E, por mais contraintuitivo que isso possa parecer, o setor de varejo saiu na frente. 

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Com as lojas fechadas por conta do isolamento social, foi no e-commerce que as empresas encontraram uma saída para a crise. Quem se preparou e evoluiu acabou ganhando espaço no mercado. E teve espaço para todo mundo: Magalu, B2W e Lojas Americanas. 

Patinho feio de outros tempos, quem surpreendeu mesmo foi a Via Varejo. Passando por uma forte reestruturação desde que a família Klein reassumiu os negócios, assim que a pandemia começou, a empresa dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio passou a figurar entre as queridinhas do mercado.

Depois da Vale, ela foi a que mais apareceu no TOP 3 dos analistas, anotando um lugar no pódio 5 vezes ao longo de 2020. Dessa vez ela não está entre as três mais, mas ainda assim foi a escolha de uma das instituições consultadas e deve ser lembrada pelo bom desempenho no ano.

Além dos três primeiros lugares, vale mencionar também as ações da JBS (JBSS3) e B3 (B3SA3), que tiveram duas indicações cada. Curioso para saber as principais apostas para o último mês do ano? Confira a tabela completa de indicações abaixo. 

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Vale - Campeã absoluta

Em 2020 só deu ela. Poderíamos estar falando da covid-19 ou da esperança por uma vacina, mas na realidade estamos falando da ação favorita dos analistas neste ano.

A mineradora está novamente na lista das favoritas das corretoras para fechar com chave de ouro o atípico ano de 2020, com quatro indicações — da Mirae Asset, Necton, Banco Santander e Guide Investimentos. Os gatilhos para a confiança nos papéis da companhia seguem sendo os mesmos dos últimos doze meses. Vamos relembrar?

Números robustos

Preço do minério de ferro

ESG

Dividendos

Depois do desastre de Brumadinho, a Vale interrompeu a remuneração aos acionistas e levou mais de um ano para voltar a regularizar a situação. Agora, a expectativa é que a companhia não só retome o pagamento de dividendos, mas também se torne uma das melhores pagadoras da bolsa brasileira. 

Quais as novidades para dezembro?

Embora os fundamentos permaneçam os mesmos, alguns acontecimentos recentes devem ficar no radar dos investidores. 

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Na manhã de ontem (02), a mineradora revisou as suas projeções para o ano de 2020 e azedou um tanto o humor dos mercados. A mineradora passou a projetar uma produção de cerca de 300 milhões a 305 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano. A projeção anterior era de 310 a 330 milhões de toneladas. Já para 2021, a expectativa é de uma produção de 315 milhões a 335 milhões de toneladas.

A Vale manteve a estimativa de investir US$ 4,2 bilhões em 2020. Já para 2021, a ideia é um investimento de US$ 5,8 bilhões. Antes, a expectativa era US$ 800 milhões menor. 

Itaú e Bradesco - A volta por cima?

No mesmo dia em que escrevo essa matéria, a CEO do Seu Dinheiro, Marina Gazzoni, fez a seguinte indagação na nossa newsletter diária matinal: "seriam os bancos digitais as novas paleterias mexicanas?". 

A máxima é verdadeira e toda brincadeira realmente tem um fundo de verdade. Afinal, o número de fintechs e bancos digitais crescem de forma tão acelerada que é quase impossível acompanhar todas as novidades. 

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Boa notícia para os clientes, que possuem mais opções e, com um mercado mais competitivo, uma maior oferta de serviços. Péssima notícia para os tradicionais bancões, que viram a concorrência crescer e tiveram que se adaptar rapidamente.

Para o mercado, antes mesmo da crise do coronavírus, esse crescimento da concorrência já era utilizado para justificar a queda em bloco dos papéis do setor bancário, que sofreram bastante nos últimos anos. 

Para somar, surgiu uma pandemia no meio do caminho, fechando empresas, aumentando o desemprego e reduzindo a renda de boa parte da população. Para lidar com a situação, os bancos comprometeram os seus lucros e fizeram provisões bilionárias para mitigar o impacto dos calotes, piorando um cenário que já não era lá dos mais favoráveis para o setor. 

No entanto, parece que a situação começa a mudar. A perspectiva de que algumas instituições bancárias estão conseguindo intensificar os seus processos de digitalização, lidando bem com a pandemia e a visão de que a questão da inadimplência não será tão ruim assim começa a mudar a chave dos negócios.

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O Itaú Unibanco — indicado pela Guide Investimentos, Quantitas e pelo banco Daycoval — acumula queda superior a 15% em 2020, mas só no último mês subiu mais de 19%. Já o Bradesco — escolha da Mirae Asset, Necton e modalmais — tem queda de 20% no ano, mas também brilhou em novembro, subindo 18%.

Vale lembrar que você, leitor Premium, pôde surfar antes dessa onda da alta das ações do Itaú, que foram indicadas no começo de outubro pelo Alexandre Mastrocinque.

Mas o que faz os analistas enxergarem com bons olhos esses papéis?

Para Henrique Esteter, analista da Guide, a crise do covid-19 realmente fará com que os principais bancos brasileiros sofram com a inadimplência, mas o Itaú permanece com um balanço robusto, marcado pela baixa alavancagem e grande pulverização do risco de crédito. Esteter também cita as medidas de liquidez por parte do Banco Central brasileiro, que ajudaram no bom funcionamento do sistema financeiro em um momento de maior aversão a risco.

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Além do balanço sólido, que deve se recuperar já no segundo trimestre de 2021, a decisão recente do Itaú de criar a NewCo, para segregar a participação do banco na XP Investimentos, também pode destravar valor aos acionistas da companhia. Atualmente, os analistas enxergam os papéis como descontados frente ao desempenho histórico e com um dividend yeld elevado, de cerca de 4,5% para os próximos 12 meses. 

O desconto nas ações também é um ponto citado pelos analistas também quando o assunto é o Bradesco. No entanto, a Necton acredita que todos os fatores de risco de um cenário incerto já estão inclusos na cotação atual dos papéis. "Acreditamos na resiliência do banco para enfrentamento da crise em meio ao seu bom histórico de governança e gestão de risco", explicam os analistas da casa. 

Com os números do terceiro trimestre em mãos, os especialistas do mercado também destacam de forma quase unânime a recuperação da carteira de crédito do banco, mesmo durante a crise.

Outro ponto que destaca a empresa das demais companhias do segmento é a sua abordagem quando o assunto é transformação digital. O banco apostou no Next durante a crise para fortalecer o seu arsenal e aumentar sua fatia no mercado mesmo durante meses complicados.

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Retrospectiva

Em janeiro, flertamos com os 120 mil pontos, dois meses depois vimos a bolsa derreter e perder quase 50% do seu valor, e agora caminhamos para fechar dezembro acima dos 110 mil pontos. Ninguém pode negar que os roteiristas de 2020 capricharam no enredo.

Em novembro, a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, uma vacina contra o coronavírus no horizonte e o retorno dos investimentos estrangeiros ao Brasil fizeram o Ibovespa subir quase 16%, quase zerando as perdas acumuladas no ano.

Com a euforia do mercado, as principais indicações do mês de novembro ficaram no azul. A campeã Vale saltou 23,69% e a Via Varejo subiu 0,05%. Para conferir tudo o que aconteceu nos mercados no mês passado, você pode conferir a matéria do Felipe Saturnino. Já o desempenho de todas as ações indicadas pelos analistas está na tabela abaixo.

*colaborou Rafael Lara

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