A transmissão ao vivo feita pelas centrais sindicais por conta do Dia do Trabalho reuniu os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É a primeira vez que os FHC e Lula dividem o mesmo palanque – ainda que virtual– desde 1989. Na ocasião, o tucano apoiou o petista contra Fernando Collor de Mello no segundo turno das eleições presidenciais.
Também participaram os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PDT, Carlos Lupi, além do pedetista Ciro Gomes, candidato do partido nas eleições presidenciais de 2018. A ex-presidente Dilma Rousseff e o candidato petista de 2018 Fernando Haddad também participaram.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, a ex-ministra e líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, além de deputados e líderes religiosos também participaram.
O que disse FHC
O ex-presidente FHC disse que o 1º de maio deste ano é simbólico por conta da pandemia do novo coronavírus, e que o momento é de união. Ele também chamou a atenção para as rápidas mudanças na economia e no mundo do trabalho que a covid-19 tem provocado.
O tucano disse que a unificação de diferentes centrais e vertentes políticas em um único evento é importante. "As condições são ruins, mas precisamos partir delas."
O ex-presidente afirmou que, apesar de vírus não ser uma novidade, a amplitude da covid-19 é um fato novo, o que torna mais desafiador enfrentar a pandemia. FHC disse que, nesse momento, é importante manter a democracia e a liberdade. O tucano não fez menções ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
O que disse Lula
O ex-presidente Lula disse que a pandemia do coronavírus deixou o capitalismo "nu", e que o sistema econômico está morto. Lula disse ainda que após a pandemia, um "novo mundo" deve surgir.
"A tragédia do coronavírus expôs à luz do sol uma verdade inquestionável: o que sustenta o capitalismo não é o capital, somos nós, os trabalhadores", disse Lula. Para o ex-presidente, a pandemia revela que os brasileiros são generosos, tolerantes e solidários.
Lula faz uma breve menção ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ao dizer que tragédias como a da covid-19 revelam "o verdadeiro caráter" das coisas e das pessoas. "Não me refiro apenas ao deboche do presidente da República com a memória de mais de 5 mil brasileiros mortos pelo covid", diz.
*Com Estadão Conteúdo