🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Estadão Conteúdo

estratégia em curso

Venda de imóvel reforça caixa de empresas

Estratégia está sendo utilizada não só por companhias em dificuldade e que buscam se desviar de uma renegociação de dívidas na Justiça, mas também por aquelas que estão com a saúde financeira em dia, mas querem levantar recursos

Estadão Conteúdo
21 de dezembro de 2020
15:14 - atualizado às 17:38
BR properties BRPR3
São Paulo, SP. - Imagem: Shutterstock

A taxa básica de juros na mínima histórica e o apetite de investidores por aplicações de maior rentabilidade colocaram em ebulição o mercado imobiliário no País e levaram empresas donas de escritórios, galpões ou lojas a se desfazerem dos ativos para reforçar o caixa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A estratégia está sendo utilizada não só por companhias em dificuldade e que buscam se desviar de uma renegociação de dívidas na Justiça, mas também por aquelas que estão com a saúde financeira em dia, mas querem levantar recursos - como o GPA, dono da marca Pão de Açúcar, e a varejista Pernambucanas, que venderam dezenas de lojas nos últimos meses.

"Esse movimento começou em 2020 e tende a continuar. Em 2021, ainda veremos muito disso", afirma o coordenador do curso de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Joelson Sampaio.

Segundo ele, outra frente que também está movimentando esse mercado vem de empresas que, impulsionadas pela pandemia, estão diminuindo o tamanho de seus escritórios para passarem a ter um modelo híbrido de trabalho, entre o presencial e o remoto, reduzindo custos.

A experiência com o trabalho remoto foi um dos motivos para a Usiminas começar a procurar um novo dono para o icônico prédio de sua sede em Belo Horizonte. A venda acaba de ser fechada e o edifício será transformado em hospital. Parte dos funcionários será realocada em um imóvel que será alugado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"O que está ocorrendo, na minha opinião, é uma migração para algo mais normal, que é as empresas carregarem menos imóveis no balanço e alocarem mais recursos nas suas atividades fim. Empresas carregando muito imóvel é que não fazia muito sentido e só acontecia porque, com os juros altos, há menos investidor interessado (nesses bens)", explica o sócio e gestor responsável pela estratégia de crédito estruturado da Hectare Capital, Eduardo Malheiros.

Leia Também

Fundos

Motivados pela taxa Selic a 2% ao ano, os fundos imobiliários se tornaram um dos principais compradores de ativos corporativos. Os fundos administrados pelo banco BTG Pactual, por exemplo, já investiram cerca de R$ 3,5 bilhões apenas este ano, incluindo prédios de escritórios corporativos e galpões logísticos.

Levantamento realizado pela Buildings, empresa de pesquisa imobiliária voltada para imóveis comerciais, aponta que, apenas em São Paulo, 32 edifícios foram total ou parcialmente comprados por fundos imobiliários neste ano, girando R$ 4,87 bilhões. O valor já é quase o dobro do registrado em todo ano passado.

"Com a queda dos juros, muitas pessoas tiraram aplicações da renda fixa e buscaram outros investimentos. Muitos encontraram na estrutura de fundos imobiliários o primeiro passo para dentro da renda variável", afirma o sócio-diretor da Buildings, Fernando Didziakas. Em 2020, os investidores nesse tipo de fundo passaram de 645 mil para 1,1 milhão, conforme os últimos dados liberados pela B3, a Bolsa paulista.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lojas na mira

Mas não são só os prédios corporativos que estão recebendo demanda. O GPA, dono da marca Pão de Açúcar, vendeu 39 lojas e levantou R$ 1,2 bilhão. O comprador foi o fundo imobiliário TRX, que também adquiriu neste ano os pontos das lojas de construção Sodimac e, no fim do ano passado, um centro de distribuição da empresa de alimentos Camil.

O diretor de relações com investidores e Estruturação da TRX Investimentos, Gabriel Barbosa, diz que a transação ocorre da seguinte forma: a empresa vende o imóvel e, ao mesmo tempo, fecha um contrato de aluguel de longo prazo com o fundo.

Na prática, a companhia recebe o dinheiro da venda na hora e faz uma dívida de longo prazo, a um bom custo, com o fundo. "Temos visto no varejo um movimento grande de venda de imóveis para fundos. Muitas empresas veem uma oportunidade para se financiarem", comenta Barbosa.

Esse movimento, segundo o executivo, seguirá, principalmente com a estabilização dos juros, o que deve levar um número maior de empresas a vender ativos e colocar os recursos em caixa. "Em multinacionais há uma cultura maior para isso. Nas empresas familiares, ainda existe um apego maior ao imóvel", diz. Para ter bala na agulha para aproveitar oportunidades que ainda devem surgir, o fundo planeja uma nova oferta para captar recursos no início do ano que vem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Outro fundo que está muito ativo é um montado pelo banco Credit Suisse. Dentre suas últimas aquisições, comprou 66 pontos da Lojas Pernambucanas, que abocanhou R$ 450 milhões com a operação. Fundos do banco suíço também compraram, neste finalzinho de 2019, dez lojas do Grupo Big (ex-Walmart). Procurados, GPA, Pernambucanas, Sodimac e Camil preferiram não comentar.

Companhias em dificuldade têm mais opções

A estratégia da venda de ativos imobiliários tem sido uma alternativa recorrente neste ano para as empresas que precisam de caixa para sobreviver.

O sócio da butique de reestruturação TCP Partners, Fábio Flores, afirma que, neste momento, é difícil prever a curva dos pedidos de recuperação judicial no País, depois que as empresas retomarem o pagamento de suas dívidas. Ele frisa, contudo, que o atual patamar de juros tem, ao menos, ampliado o leque de opções para se fazer caixa - algo precioso para que as companhias possam se reorganizar.

"Neste ano, a venda de ativos imobiliários tem sido uma ferramenta para se buscar dinheiro novo. Tinha empresas que tentavam vender esses ativos há anos e, em 2020, os ativos imobiliários dobraram de valor e as companhias conseguiram vender", comenta. Segundo o especialista, porém, muitos pedidos de recuperação judicial são de empresas que não têm ativos disponíveis para vender.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O sócio do escritório PGLaw, Thomaz Santana, afirma que muitas companhias, sofrendo impacto no fluxo de caixa, buscam diminuir seus ativos ilíquidos, que não podem ser convertidos em caixa rapidamente - caso dos imóveis. "Além disso, muitas empresas com situação financeira frágil estão buscando sócios para conseguirem irrigar o caixa, afirma o administrador judicial da Onbehalf, Luiz Deoclecio Fiore.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
E PARTE AINDA NÃO FOI PAGA

R$ 90 bilhões em dividendos, JCP e mais: quase 60 empresas fazem chover proventos às vésperas da taxação

30 de dezembro de 2025 - 16:59

Um levantamento do Seu Dinheiro mostrou que 56 empresas anunciaram algum tipo de provento para os investidores com a tributação batendo à porta. No total, foram R$ 91,82 bilhões anunciados desde o dia 1 deste mês até esta data

ENDIVIDADA

Braskem (BRKM5) é rebaixada mais uma vez: entenda a decisão da Fitch de cortar o rating da companhia para CC

30 de dezembro de 2025 - 16:15

Na avaliação da Fitch, a Braskem precisa manter o acesso a financiamento por meio de bancos ou mercados de capitais para evitar uma reestruturação

CASO MASTER

S&P retira ratings de crédito do BRB (BSLI3) em meio a incertezas sobre investigação do Banco Master

30 de dezembro de 2025 - 14:41

Movimento foi feito a pedido da própria instituição e se segue a outros rebaixamentos e retiradas de notas de crédito de agências de classificação de risco

CRISE NA ESTATAL

Correios precisam de R$ 20 bilhões para fechar as contas, mas ainda faltam R$ 8 bilhões — e valor pode vir do Tesouro

30 de dezembro de 2025 - 13:00

Estatal assinou contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco bancos, mas nova captação ainda não está em negociação, disse o presidente

VAI PINGAR NA CONTA

Moura Dubeux (MDNE3) anuncia R$ 351 milhões em dividendos com pagamento em sete parcelas; veja como receber

30 de dezembro de 2025 - 12:25

Cerca de R$ 59 milhões serão pagos como dividendos intermediários e mais R$ 292 milhões serão distribuídos a título de dividendos intercalares

INGERÊNCIA POLÍTICA?

Tupy (TUPY3) convoca assembleia para discutir eleição de membros do Conselho em meio a críticas à indicação de ministro de Lula

30 de dezembro de 2025 - 11:32

Assembleia Geral Extraordinária debaterá mudanças no Estatuto Social da Tupy e eleição de membros dos conselhos de administração e fiscal

NEGÓCIOS DAS MULHERES

Fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes já impactou mais de 15 milhões de pessoas — e agora quer conceder crédito 

30 de dezembro de 2025 - 6:00

Rede Mulher Empreendedora (RME) completou 15 anos de atuação em 2025

RETORNO AO ACIONISTA

Localiza (RENT3) e outras empresas anunciam aumento de capital e bonificação em ações, mas locadora lança mão de ações PN temporárias

29 de dezembro de 2025 - 20:16

Medidas antecipam retorno aos acionistas antes de entrada em vigor da tributação sobre dividendos; Localiza opta por caminho semelhante ao da Axia Energia, ex-Eletrobras

INFORMAÇÃO FALSA

CVM inicia julgamento de ex-diretor do IRB (IRBR3) por rumor sobre investimento da Berkshire Hathaway

29 de dezembro de 2025 - 19:07

Processo surgiu a partir da divulgação da falsa informação de que empresa de Warren Buffett deteria participação na resseguradora após revelação de fraude no balanço

A RESPOSTA VEIO

Caso Banco Master: Banco Central responde ao TCU sobre questionamento que aponta ‘precipitação’ em liquidar instituição

29 de dezembro de 2025 - 18:40

Tribunal havia dado 72 horas para a autarquia se manifestar por ter optado por intervenção em vez de soluções de mercado para o banco de Daniel Vorcaro

MAIS FRANGO NO PRATO

Com carne cara e maior produção, 2026 será o ano do frango, diz Santander; veja o que isso significa para as ações da JBS (JBSS32) e MBRF (MBRF3)

29 de dezembro de 2025 - 16:15

A oferta de frango está prestes a crescer, e o preço elevado da carne bovina impulsiona as vendas da ave

VISÃO OTIMISTA

Smart Fit (SMFT3) lucrou 40% em 2025, e pode ir além em 2026; entenda a recomendação de compra do Itaú BBA

29 de dezembro de 2025 - 15:02

Itaú BBA vê geração de caixa elevada, controle de custos e potencial de crescimento em 2026; preço-alvo para SMFT3 é de R$ 33

FINANCIAMENTO APROVADO

CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão

29 de dezembro de 2025 - 13:49

Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense

PODE ISSO, JUIZ?

De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?

29 de dezembro de 2025 - 13:11

Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo

REESTRUTURAÇÃO

Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição

29 de dezembro de 2025 - 11:03

Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas

RETROSPECTIVA FINANCEIRA

O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025

29 de dezembro de 2025 - 6:16

Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva

O ANO DA VIRADA (DE NOVO)

A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa

28 de dezembro de 2025 - 17:56

Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar

ROTA DE LONGO PRAZO

Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas

28 de dezembro de 2025 - 15:34

O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores

APÓS A POLÊMICA LIQUIDAÇÃO

O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira

28 de dezembro de 2025 - 9:41

A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo

GALPÕES LOGÍSTICOS

Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar

27 de dezembro de 2025 - 15:34

De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar