O birô de crédito Boa Vista conseguiu se desvencilhar da volatilidade que acomete a bolsa nos últimos dias e definiu o preço das ações em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) no centro da faixa indicativa.
A empresa levantou R$ 2,17 bilhões com a operação, ao colocar a oferta base de R$ 1,9 bilhão e o lote suplementar. A faixa indicativa de preços ia de R$ 10,80 a R$ 13,60. As ações estão previstas para estrear na B3 na quarta-feira (30), com o código “BOAS3”.
Parte dos recursos da oferta primária, que vão para o caixa da companhia, será utilizada para aquisições, além de pagamento antecipado de contratos financeiros, de acordo com o prospecto, que traz os detalhes do IPO.
Enquanto outras empresas estão encontrando dificuldades para emplacar IPOs dentro de suas expectativas, a Boa Vista encontrou boa receptividade do mercado. Fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico disseram que o birô conseguiu quase cinco vezes de demanda em relação ao que colocou à venda.
A empresa, controlada pela Associação Comercial de São Paulo e o fundo TMG, apresentou o registro de IPO em fevereiro, mas acabou interrompendo o processo em abril. A oferta foi retomada em julho.
A Boa Vista é o segundo maior nome do segmento de gestão e análise de dados de crédito, ficando atrás da Serasa Experian. Ela registrou no primeiro semestre um lucro líquido de R$ 23,5 milhões, queda de 26,3%, com queda de 4% da receita líquida, para R$ 303 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 5%, a R$ 128,5 milhões.