O bilionário Elon Musk deve adiar a reunião anual de acionistas da Tesla, que estava marcada para o dia 7 de julho. "Não tenho certeza de qual seria a nova data, mas acredito cerca de um mês depois", disse no Twitter, em resposta a uma seguidora.
A Tesla está sob pressão das empresas de serviços de consultoria em proxy Glass Lewis e Institutional Shareholder Services (ISS). Segundo o site CNBC, ambas pedem aos acionistas que votem contra a reeleição de Robyn Denholm para a presidência da montadora.
Os consultores expressam preocupação quanto a alta remuneração da Tesla para diretores, adotada desde a nomeação de Denholm. Eles também destacam o aumento de ações prometidas pelos diretores e executivos da Tesla, incluindo Elon Musk.
A executiva assumiu a presidência do Conselho depois de o bilionário, que então ocupava o cargo, ser acusado de fazer declarações falsas com potencial de prejudicar os investidores da Tesla. À época, Elon Musk afirmou ter "fundos garantidos” para fechar o capital da montadora.
Coronavírus e Elon Musk
A mudança de data da reunião acontece por causa do novo coronavírus, que ainda demanda distanciamento social como forma de amenizar o contágio. Os Estados Unidos tem 2,2 milhões de casos e 119 mil mortes de covid-19, segundo a Universidade de Johns Hopkins.
O país lidera os números de contágios e mortes pela doença, mas o bilionário Elon Musk demonstrou em diversas ocasiões uma descrença quanto ao potencial letal do vírus e a necessidade de isolamento social.
Ele chegou a ameaçar tirar a Tesla da Califórnia depois de autoridades locais impedirem a retomada da produção devido à pandemia.
No primeiro trimestre, a montadora do bilionário registrou lucro de US$ 16 milhões. Houve um aumento de 33% nas entregas de automóveis e o faturamento chegou a US$ 5,99 bilhões, segundo informações da empresa.