Nova pedalada? Por que o Renda Cidadã provoca medo no mercado
Mercado é tomado pela aversão ao risco, com os investidores preocupados com manobras criativas do governo; veja por que a proposta é vista como pedalada
Bolsa em queda, dólar em escalada. O cenário de aversão ao risco de segunda-feira (28) no Brasil destoou do exterior por uma razão: Renda Cidadã, a proposta do governo para substituição do Bolsa Família.
A visão que predominou no mercado é de que o projeto interrompe a trajetória de responsabilidade fiscal do governo. O novo programa social seria até mesmo uma "pedalada". Mas por quê?
O governo quer financiar o Renda Cidadã com recursos do Fundeb (fundo de educação) e aqueles que hoje são carimbados para o pagamento de precatórios - que são valores devidos após sentença definitiva na Justiça.
O Brasil tem no Orçamento R$ 55 bilhões para pagar de precatórios. A ideia seria usar o limite de 2% das receitas correntes líquidas. Na prática, ocorreria um adiamento de dívidas.
Sobre o Fundeb, o governo tomaria 5% (cerca de R$ 980 milhões em 2021), que é um gasto que não faz parte do limite do teto de gastos.
'Pedaladas'
Ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, diretor do Asa Investments, avaliou em entrevista ao Estadão que o adiamento dos precatórios é uma "pedalada fiscal", uma vez que a dívida não paga continua existindo.
Leia Também
"Mas é pior do que isso, é calote. Se há dinheiro, mas não pago a dívida na data combinada para abrir mais espaço para gastar, lá na frente, pode fazer isso de novo e não pagar nunca", disse.
As pedaladas eram operações realizadas pelo Tesouro Nacional para atrasar o repasse de verba a bancos públicos e privados com a intenção de aliviar a situação fiscal do governo em um determinado mês.
Com a medida, emblemática no governo Dilma, o governo conseguia apresentar melhores indicadores econômicos.
Dessa vez, a saída encontrada pelo governo Bolsonaro se dá em um contexto de necessidade de se respeitar o teto de gastos - medida de 2017 que limita as despesas do Executivo por 20 anos.
Em tese, o teto melhoraria as contas públicas ao longo do tempo. A perspectiva de responsabilidade fiscal injeta confiança ao mercado financeiro - consequentemente, anúncios na contramão do teto provocam uma aversão ao risco.
Por que Renda Cidadã?
O anúncio do Renda Cidadã é feito após o governo engavetar o Renda Brasil, proposta que substituira o Bolsa Família.
Seria um programa mais abrangente e de valor maior para cada família, na esteira do auxílio emergencial inicialmente de R$ 600 aprovado pelo Congresso como uma medida anticrise.
O auxílio é apontado por especialistas como a principal razão para o aumento de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, em meio a maior crise sanitária e econômica dos últimos tempos.
Segundo o relator do Pacto Federativo e do Orçamento de 2021, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), a intenção do Renda Cidadã é garantir pelo menos R$ 30 bilhões adicionais para, além dos R$ 35 bilhões do Bolsa Família.
Auxiliares do presidente disseram, segundo o Estadão, que a ideia é que o novo programa tenha um benefício médio 50% superior ao do que é pago no programa criado na gestão petista (algo em torno de R$ 290).
Tem futuro?
Com a recepção negativa dos investidores, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), se reuniu virtualmente com dezenas de economistas das principais empresas de investimentos e bancos na tarde de segunda-feira (28).
Entre os agentes financeiros estavam Itaú, XP Investimentos, Garde Investimentos. Mas Barros não teria convencido o grupo da responsabilidade fiscal da nova proposta.
Agora, o mercado financeiro deve seguir atento se a medida vai mesmo vingar. Vale lembrar que a proposta de limitar o pagamento de precatórios a 2% da receita corrente líquida já foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A corte analisou regime especial aprovado pelo Congresso para Estados e municípios saldarem suas dívidas com os credores.
Para o STF, a medida fere cláusulas pétreas da Constituição como a de garantia de acesso à Justiça, a independência entre os Poderes e a proteção à coisa julgada.
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores