O mercado elevou consideravelmente a expectativa para a inflação em 2020, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançar, em setembro, o maior resultado par ao período desde 2003.
A edição mais recente do Relatório Focus, levantamento de projeções feito pelo Banco Central (BC) com economistas do mercado e divulgado nesta terça-feira (13), mostra que a mediana de expectativas agora é de 2,47%, acima dos 2,12% do boletim divulgado na semana passada. Esta foi a nona semana consecutiva de alta.
O IBGE divulgou na sexta-feira (9) que o IPCA, o índice oficial de inflação do País, subiu 0,64% no mês passado, acima dos 0,24% de agosto. Para 2021, as projeções para o IPCA avançaram de 3,00 para 3,02%.
Para outubro, as estimativas foram de 0,40% para 0,45%, de acordo com o Focus. Um mês antes, a expectativa era de alta de 0,33%.
Apesar da aceleração da inflação, os economistas consultados pelo BC mantiveram a previsão de que a taxa básica de juros, a Selic, fechará 2020 em 2,00% ao ano. Esta é a 15ª semana seguida de manutenção.
E eles continuam a esperar uma Selic em 2,50% ao ano ao final de 2021.
PIB e câmbio
O Relatório do Focus mostra ainda uma leve piora nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, após semanas seguidas de melhora.
A mediana das projeções aponta para uma contração de 5,03% este ano, enquanto na semana passada ela era de queda de 5,02%. Ainda assim, está melhor do que o projetado há quatro semanas (-5,11%).
O mercado manteve pela 20ª semana consecutiva a projeção de que a economia brasileira crescerá 3,50% em 2021.
No caso da taxa de câmbio ao final do ano, a expectativa para a cotação do dólar ao final do ano subiu, de R$ 5,25 para R$ 5,30. O mesmo ocorreu com a projeção para 2021 – de R$ 5,00 para R$ 5,10.