Guedes tem pouco tempo para aprovar novas medidas e apresentar resultados
O governo tem de fevereiro ao final de julho para aprovar medidas e apresentar resultados; ausência de avanços concretos até o fim do terceiro trimestre pode azedar de vez a relação dos investidores com o Brasil
Cobrado por promessas não cumpridas ao longo dos primeiros dois anos de governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já avisou que não prometerá mais nada, mas começa 2021 com uma responsabilidade: a de convencer o Congresso a aprovar reformas estruturais antes de as eleições de 2022 contaminarem de vez o ambiente político.
O tempo não é exatamente um aliado com que o ministro possa contar. O governo terá um curto prazo, do início de fevereiro até o final de julho, para aprovar medidas e apresentar resultados. No limite, a ausência de avanços concretos até o fim do terceiro trimestre de 2021 pode esgotar a paciência e azedar de vez a relação dos investidores com o Brasil.
A lista é extensa para um tempo tão exíguo. A equipe econômica precisará primeiro desatar os nós do Orçamento de 2021, que ficou para ser votado a partir de fevereiro, após a eleição para as mesas do Congresso. A necessidade de cortar despesas com obras e custeio da máquina para compensar um reajuste maior do salário mínimo, na esteira da aceleração da inflação, promete testar não só a fidelidade da base governista recém-arregimentada por Bolsonaro, em troca de maior participação do Centrão no governo, mas também a capacidade da equipe econômica de defender o teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação.
Há ainda as PECs emergencial e do pacto federativo, também adiadas numa tentativa de estancar o processo de intensa desidratação das propostas, que ficariam resumidas a uma parcela dos gatilhos de contenção de despesas e sem as promessas de desindexação de gastos (revogação de reajustes obrigatórios de determinadas despesas) e desvinculação (retirada dos “carimbos” sobre certos recursos do Orçamento).
Completam a lista as reformas tributária (simplificação na cobrança de impostos e unificação dos tributos) e administrativa (reestruturação do RH do Estado, com mudanças na forma como servidores são contratados, promovidos e demitidos) e as privatizações (venda de estatais) - as últimas foram um dos principais combustíveis para a frustração confessa de Guedes com o andamento de sua agenda liberal. “Esperava avançar com mais ímpeto? Sim”, admitiu em entrevista coletiva para um balanço de fim de ano.
Chances. Lucas Aragão, sócio da consultoria política Arko Advice, tem nas mãos uma lista dos projetos com mais chances de aprovação no primeiro semestre, como a autonomia formal do Banco Central, a PEC emergencial e os novos marcos legais do gás e das ferrovias. Ele inclui também a votação da reforma administrativa para o final do primeiro semestre e início do segundo. Já a reforma tributária, ele avalia que ainda é cedo para discussão. “Depende de um consenso grande”, diz.
Leia Também
Aragão, que acompanha o dia a dia das negociações políticas no Congresso, faz a ressalva de que as variáveis para a aprovação dos projetos podem mudar muito a depender do nível de articulação política do próximo presidente da Câmara e de polêmicas novas ou antigas que possam surgir.
O próprio ministro da Economia já admitiu que, se todos os ministros pressionarem juntos por mais gastos, a “represa” que é a Economia pode se romper. O mesmo vale para o Congresso, cuja pauta é definida pelos presidentes do Senado e da Câmara. Na equipe econômica, a preocupação maior é com as medidas de corte de gastos e a pressão política pela prorrogação dos estímulos dados na pandemia. Guedes prometeu na semana passada, sem detalhar, que vai socorrer os invisíveis à frente.
“O cenário pode abrir uma janela de oportunidade no primeiro semestre do ano que vem para avançar na PEC emergencial, importante para blindar o arcabouço fiscal em 2022, ano eleitoral”, diz o economista-chefe da XP, Caio Megale, que prevê pressão forte por gastos no ano que vem, principalmente no segundo semestre.
Contaminação. Além disso, uma importante liderança governista reconhece que as reformas precisam ser votadas até o final de julho, antes do recesso do meio do ano, para evitar contaminação muito grande pelas discussões eleitorais de 2022.
O cientista político Luis Felipe D’Ávila, fundador do Centro de Liderança Pública (CLP), afirma que será crucial para os candidatos às mesas do Congresso, que ficarão nesse posto até 31 de janeiro de 2023, deixar claro seu comprometimento com as reformas: “O primeiro semestre é o momento para aprovar as reformas. Se entrar alguém descomprometido com as reformas, é um desastre para o País. É essencial para saber se reformas vão andar ou parar.”
Para D’Ávila, o governo deveria abrir diálogo com todos os candidatos para tentar, desde já, acertar uma pauta mínima de votações, não só das reformas, mas também de projetos de lei. Ele cita a proposta que limita os “penduricalhos” nos salários de servidores e três textos que tratam de desmatamento, licenciamento ambiental e regularização fundiária, que são mais fáceis de aprovar do que uma mudança constitucional e já dariam uma sinalização importante a investidores.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo