Brasil é o 16º entre os que menos investem entre avançados e emergentes
Taxa de investimento brasileira, que chegou a 20,9% do PIB em 2013, caiu para 15,4% do PIB no em 2019.
A recessão causada pela pandemia de covid-19 deve manter o Brasil entre os países que menos investem no mundo. A disseminação do novo coronavírus paralisou economias globalmente, mas por aqui chegou quando o País ainda tentava se recuperar dos efeitos da crise econômica anterior, que durou de 2014 a 2016.
Levantamento obtido pelo Estadão com o FGV-Ibre, feito a partir de dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que, em uma amostra com 31 economias avançadas e emergentes, o Brasil foi o quarto país no qual os investimentos mais retrocederam no segundo trimestre do ano - só atrás de Reino Unido, Espanha e Bélgica. Com o agravante de que o Brasil, ao contrário dessas economias, tem ainda muito a fazer em termos de infraestrutura.
Dados sobre a evolução da economia divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram um recuo de 15,4% na taxa de investimentos brasileira entre abril e junho, em relação aos primeiros três meses do ano.
Com isso, a chamada formação bruta de capital fixo - investimentos em ativos que ampliam a capacidade da economia - caiu para um patamar equivalente a apenas 15% do PIB, menor até que a taxa de poupança do País, que ficou em 15,5% das riquezas no período.
Pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV-Ibre, Marcel Balassiano afirma que a atual taxa de investimento brasileira está 36,5% abaixo do nível do primeiro trimestre de 2014, que foi o pico do indicador antes da sucessão de crises econômicas pelas quais o País tem passado.
"Pela primeira vez, entramos em uma recessão antes de recuperarmos as perdas de uma recessão anterior. Para falarmos de retomada dos investimentos, primeiro precisamos retornar ao nível de fevereiro deste ano (pouco antes de Estados e municípios determinaram medidas de isolamento social para tentar debelar o contágio da covid) e, depois, chegar ao nível do início de 2014. Só a partir daí poderemos falar em voltar a crescer", avalia.
Ele lembra que a distância do Brasil para os outros países em termos de investimentos é estrutural, para além das razões conjunturais das últimas duas crises. Mesmo no auge da taxa de investimentos, em cerca de 21% do PIB no começo da década passada, o Brasil ainda estava abaixo de vizinhos latino-americanos.
Leia Também
"Nas décadas de 1980 e 1990, cerca de 70% dos países já investiam mais que o Brasil. Essa porcentagem subiu para 80% no começo deste século e agora já está em 90%. Não tem outro jeito, para crescer mais e gerar emprego, é preciso termos uma taxa de investimento maior. Estamos ficando para trás, e não é à toa que tivemos duas décadas perdidas nos últimos 40 anos", acrescenta Balassiano.
Na lanterna
De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2019 o Brasil ocupou o 16.º lugar na lista das economias com piores taxas de investimento em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), de um total de 170 países analisados. Em outras palavras, 91% do mundo investiu mais que o Brasil.
A taxa de investimento brasileira, que chegou a 20,9% do PIB em 2013, foi duramente impactada pela recessão dos anos seguintes, caindo para apenas 15,4% do PIB no em 2019. O Brasil perde não apenas na comparação direta com outros países. No ano passado, o País continuou atrás da média da América Latina (19,4%) e bem abaixo da média mundial (26,2%). A taxa de investimento brasileira não chegou nem à metade da média das principais economias emergentes (32,7%).
Para retomar os investimentos no País após a pandemia de covid-19, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, aposta na queda na taxa de juros para patamares inéditos, nos programas de concessões de infraestrutura e privatizações de estatais, além da aprovação de novos marcos regulatórios em saneamento, energia elétrica, gás natural e petróleo.
Para o coordenador do Núcleo de Contas Nacionais (NCN) do FGV-Ibre e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Claudio Considera, todos esses pontos da agenda de Guedes são de fato importantes para a retomada dos investimentos.
Essa pauta é crucial, de acordo com o economista, porque o Brasil precisa buscar a ampliação do investimento, uma vez que a expansão do PIB baseada no consumo das famílias, vista nos últimos anos, tem um fôlego muito limitado.
Quadro incerto
Além disso, aponta o especialista, as incertezas sobre o recrudescimento da curva de contágio do novo coronavírus podem adiar as decisões dos investidores.
"Uma segunda onda da pandemia seria um grande desastre. É preciso que se encontre logo uma vacina ou um tratamento eficaz, pois ainda não temos nem um nem outro", afirma Considera. "Mesmo assim, não acredito que a economia vai voltar com gráfico em forma ‘V’ (retomada no mesmo ritmo rápido da queda). O PIB deve cair em torno de 5% neste ano e vai voltar a crescer a 1% como estava antes. Ou seja, vai ser em forma de uma 'raiz quadrada'."
O economista alerta ainda que a recente crise política deflagrada entre o ministro Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também afugenta os investidores do Brasil. "O governo não consegue negociar as reformas. É espantoso que as autoridades não conversem entre si. Com isso, a reforma tributária não anda, e se torna uma ameaça para as empresas, que não sabem qual será o lucro líquido dos investimentos no longo prazo. Ninguém investe desse jeito."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
‘Imposto sobre Pix acima de R$ 5 mil’ é fake news, alerta Receita Federal
Órgão desmente alegações de taxação sobre transações financeiras a partir de R$ 5 mil
Desta vez não foi o PIB: as previsões que os economistas erraram em 2025, segundo o Boletim Focus
Em anos anteriores, chamou atenção o fato de que os economistas de mercado vinham errando feio as projeções para o crescimento do PIB, mas desta vez os vilões das previsões foram a inflação e o câmbio
Está mais caro comprar imóveis no Brasil: preços sobem 17,14% em 2025, mostra Abecip — mas há sinais de desaceleração
Considerando só o mês passado, na média, os preços subiram 1,15%, depois de terem registrado alta de 2,52% em outubro
Inflação, PIB, dólar e Selic: as previsões do mercado para 2025 e 2026 no último Boletim Focus do ano
Entre os destaques está a sétima queda seguida na expectativa para o IPCA para 2025, mas ainda acima do centro da meta, segundo o Boletim Focus
Novo salário mínimo começa a valer em poucos dias, mas deveria ser bem mais alto; veja o valor, segundo o Dieese
O salário mínimo vai subir para R$ 1.621 em janeiro, injetando bilhões na economia, mas ainda assim está longe do salário ideal para viver
O que acontece se ninguém acertar as seis dezenas da Mega da Virada
Entenda por que a regra de não-acumulação passou a ser aplicada a partir de 2009, na segunda edição da Mega da Virada
China ajuda a levar o ouro às alturas em 2025 — mas gigante asiático aposta em outro segmento para mover a economia
Enquanto a demanda pelo metal cresce, governo tenta destravar consumo e reduzir dependência do setor imobiliário
Como uma mudança na regra de distribuição de prêmios ajudou a Mega da Virada a alcançar R$ 1 bilhão em 2025
Nova regra de distribuição de prêmios não foi a única medida a contribuir para que a Mega da Virada alcançasse dez dígitos pela primeira vez na história; veja o que mais levou a valor histórico
ChatGPT, DeepSeek, Llama e Gemini: os palpites de IAs mais usadas do mundo para a Mega da Virada de 2025
Inteligências artificiais mais populares da atualidade foram provocadas pelo Seu Dinheiro a deixar seus palpites para a Mega da Virada — e um número é unanimidade entre elas
Os bilionários da tecnologia ficaram ainda mais ricos em 2025 — e tudo graças à IA
Explosão dos investimentos em inteligência artificial impulsionou ações de tecnologia e adicionou cerca de US$ 500 bilhões às fortunas dos maiores bilionários do setor em 2025
Quanto ganha um piloto de Fórmula 1? Mesmo campeão, Lando Norris está longe de ser o mais bem pago
Mesmo com o título decidido por apenas dois pontos, o campeão de 2025 não liderou a corrida dos maiores salários da Fórmula 1, dominada por Max Verstappen, segundo a Forbes
Caso Master: Toffoli rejeita solicitação da PGR e mantém acareação em inquérito com Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do Banco Central
A diligência segue confirmada para a próxima terça-feira, dia 30
Bons resultados do fim de ano e calendário favorável reforçam confiança entre empresários de bares e restaurantes para 2026, aponta pesquisa
O próximo ano contará com dez feriados nacionais e deve estimular o consumo fora do lar
O que aconteceu com o ganhador da Mega da Virada que nunca foi buscar o prêmio
Autor de aposta feita pelos canais eletrônicos da Caixa não reivindicou o prêmio da Mega da Virada de 2020 e o dinheiro ficou com o governo; saiba o que fazer para não correr o mesmo risco
Governo estabelece valor do salário mínimo que deve ser pago a partir de 1º de janeiro; veja em quanto ficou
A correção foi de 6,79%, acima da inflação, mas um pouco abaixo do reajuste do ano anterior
Caso Master: Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do Banco Central vão depor frente a frente no STF
O objetivo é esclarecer as diferentes versões dos envolvidos na tentativa de compra do Banco Master pelo BRB
Das 4 praias mais limpas do Brasil, as 3 primeiras ficam em ilhas — e uma delas no sudeste
Entre as praias mais limpas do Brasil, três estão em ilhas e apenas uma fica no Sudeste, com critérios rigorosos de preservação ambiental
ACSP aciona Justiça Federal para garantir isenção de Imposto de Renda sobre dividendos de micro e pequenas empresas
A medida é uma reação às mudanças trazidas pela Lei nº 15.270, que alterou as regras do IR
Primeiro foguete comercial lançado pelo Brasil explode no céu; ações de empresa sul-coreana derretem
Após uma série de adiamentos, o Hanbit-Nano explodiu logo após a decolagem no Centro de Lançamento de Alcântara e derrubou as ações da fabricante Innospace
Com atenção voltada para prêmio bilionário da Mega da Virada, Lotofácil abre semana fazendo um novo milionário
Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores ontem; prêmio principal da Super Sete foi dividido por dois apostadores