Precisamos falar sobre privatizações
Apesar da demora, o governo parece estar entendendo que o melhor lugar para estar é do lado de recolhedor de impostos, e já colocou alguns ativos na mira para serem vendidos

Dizem por aí que política, futebol e religião não devem ser discutidos.
Eu mesmo evito ao máximo tocar nesses assuntos nos encontros de família, porque sempre termina em confusão.
Mas, se você me permitir, eu adicionaria mais um tema nessa lista de assuntos que sempre terminam em desentendimentos: privatização.
Sim, as privatizações que ajudariam a, pelo menos, aliviar esse estresse todo em relação ao desequilíbrio fiscal e à polêmica do "Renda Cidadã", são tratadas quase como uma afronta à população.
Outro dia mesmo, conversando sobre o vai e vem da privatização da Eletrobras, um amigo meu me falou em alto e bom som:
“É melhor dar prejuízo sendo NOSSA, do que dar lucro privatizada. Não adianta nada vender se a gente não vai participar do lucro.”
Leia Também
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Mas será que a gente realmente não participa do lucro?
Não para em pé
Para começar, eu nem preciso dizer que toda empresa precisa de lucros recorrentes para sobreviver.
Pode acontecer uma ou outra perda de vez em quando, mas com prejuízos frequentes e queima de caixa nenhuma empresa para de pé.
Se a lojinha de roupa do José não conseguir gerar resultados por cinco anos seguidos, não vai sobrar dinheiro para pagar os salários, o aluguel, a luz, os fornecedores e só restará a ele a opção de fechar as portas.
Poderia até acontecer de você e eu darmos uma grana para o José, "na camaradagem", para que ele conseguisse tocar o negócio por mais alguns anos.
Mas você toparia colocar o seu suado dinheiro na lojinha dele?
Eu tô fora!
Você não tem escolha
Qualquer empresa precisa de resultados positivos para continuar funcionando – seja a lojinha do José ou uma estatal gigantesca.
A diferença é que, no caso da estatal, se os recursos financeiros se esgotarem depois de anos de prejuízo, você será obrigado a colocar mais dinheiro nela através dos impostos.
Você não tem escolha!
O governo vai utilizar o dinheiro que eu e você pagamos de imposto para "tapar o buraco" gerado por anos e anos de incompetência.
E quanto maiores e mais numerosos forem os buracos, mais impostos serão necessários para que eles possam ser tapados, desviando recursos que poderiam ser muito melhor utilizados em educação, saúde, infraestrutura, transporte, etc.
Difícil não é pagar muito imposto. Difícil é pagar imposto pra caramba e ainda ser obrigado a ver o dinheiro ser extremamente mal alocado, em estatais que são verdadeiros ralos de dinheiro público, e ainda oferecem serviços muito aquém do benchmark.
O governo sempre participará dos lucros
A Gerasul era a subsidiária de geração de energia da Eletrobras, que tinha resultados tímidos e atuava no sul do país.
Em 1998 ela foi privatizada, e quem assumiu a companhia viria a se tornar a maior geradora elétrica privada do país, a Engie Brasil (EGIE3).
Na época da privatização, a então Gerasul valia o equivalente a 10% da Eletrobras. Em 2014, quando a Eletrobras passou a acumular prejuízos astronômicos por causa das ingerências políticas na companhia, a Engie passou a valer praticamente o triplo dela.
Mas a ideia aqui não é falar de preço de ações, mas sim, da contribuição do retorno que companhias bem tocadas proporcionam para o país.
Como você deve saber, não somos apenas nós, pessoas físicas, que pagamos imposto sobre a renda.
As companhias também pagam, e não é pouco: a alíquota é de 34%.
Ou seja, uma companhia bem tocada e muito lucrativa não gera apenas resultados para os seus acionistas.
Na verdade, uma parcela enorme do resultado (34%) vai direto para os cofres do próprio governo – que ao invés de usar a grana para ficar tapando buracos por aí, poderia dar a ele destinos muito mais benéficos à população.
Como você pode ver no gráfico abaixo, a Engie saiu de condição de estatal que mal gerava resultados, para uma empresa que pagou quase R$ 6 bilhões para o país na forma de impostos apenas nos últimos dez anos.
A sociedade dos sonhos
Agindo apenas como recolhedor de impostos, o governo tem a posição dos sonhos de qualquer acionista. Ele não paga nada para participar das empresas, tem direito de receber um terço dos lucros e, mais importante, não precisa dividir os prejuízos quando eles acontecem.
Não sei você, mas eu adoraria poder usufruir de todas essas condições.
No entanto, apesar da demora, o governo parece estar entendendo que o melhor lugar para estar é do lado de recolhedor de impostos, e já colocou alguns ativos na mira para serem vendidos – e com o "Renda Cidadã", a importância da venda de ativos só aumentou.
A Eletrobras será uma das maiores – senão a maior – beneficiadas desse processo.
A trajetória não será fácil, é certo que teremos mais idas e vindas, muitas discussões e há possibilidades de a privatização nem acontecer. No entanto, o upside no melhor cenário (mais de 100%) é muito maior que o downside do pior cenário, tornando a assimetria do case bastante convidativa, desde que as ELET3 estejam inseridas em um portfólio já bem diversificado de ações.
Um cenário de privatização concluída seria bom para o governo, que não precisará injetar dinheiro compulsoriamente na companhia se os resultados voltarem a piorar, bom para nós, que poderemos ver o dinheiro público sendo melhor investido, e bom para o PRP, que carrega as ações da Eletrobras de olho no enorme upside, sem deixar de acompanhar as novidades que chegam todos os dias de Brasília.
Um grande abraço e até a próxima!
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como
Os gringos investiram pesado no Brasil no primeiro semestre e B3 tem a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022
Entre janeiro e junho deste ano, os gringos aportaram cerca de R$ 26,5 bilhões na nossa bolsa — o que impulsionou o Ibovespa no período
As nove ações para comprar em busca de dividendos no segundo semestre — e o novo normal da Petrobras (PETR4). Veja onde investir
Bruno Henriques, analista sênior do BTG Pactual, e Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, contam quais são os papéis mais indicados para buscar dividendos no evento Onde Investir no Segundo Semestre, do Seu Dinheiro
Ibovespa faz história e chega aos 141 mil pontos pela primeira vez na esteira dos recordes em Nova York; dólar cai a R$ 5,4050
O Ibovespa acabou terminando o dia aos 140.927,86 pontos depois de renovar recorde durante a sessão
Banco do Brasil (BBAS3): enquanto apostas contra as ações crescem no mercado, agência de risco dá novo voto de confiança para o banco
A aposta da S&P Global Ratings é que, dadas as atividades comerciais diversificadas, o BB conseguirá manter o ritmo de lucratividade e a estabilidade do balanço patrimonial
Na contramão do Ibovespa, Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3) e Brava (BRAV3) garantem ganhos no dia; saiba o que ajudou
A commodity está em alta desde o início da semana, impulsionado por tensões no Oriente Médio — mas não é só isso que ajuda no avanço das petroleiras
S&P 500 e Nasdaq renovam máximas históricas, mas um dado impede a bolsa de Nova York de disparar; Ibovespa e dólar caem
No mercado de câmbio, o dólar à vista continuou operando em queda e renovando mínimas depois de se manter no zero a zero na manhã desta quarta-feira (2)
Onde investir: as 4 ações favoritas para enfrentar turbulências e lucrar com a bolsa no 2º semestre — e outras 3 teses fora do radar do mercado
Com volatilidade e emoção previstas para a segunda metade do ano, os especialistas Gustavo Heilberg, da HIX Capital, Larissa Quaresma, da Empiricus Research, e Lucas Stella, da Santander Asset Management, revelam as apostas em ações na bolsa brasileira
Bresco Logística (BRCO11) diz adeus a mais um inquilino, cotas reagem em queda, mas nem tudo está perdido
O contrato entre o FII e a WestRock tinha sete anos de vigência, que venceria apenas em setembro de 2029
Gestora lança na B3 ETF que replica o Bloomberg US Billionaires e acompanha o desempenho das 50 principais empresas listadas nos EUA
Fundo de índice gerido pela Buena Vista Capital tem aplicação inicial de R$ 30 e taxa de administração de 0,55% ao ano
Ibovespa em 150 mil: os gatilhos para o principal índice da bolsa brasileira chegar a essa marca, segundo a XP
A corretora começa o segundo semestre com novos nomes em carteira; confira quem entrou e as maiores exposições
Ibovespa fecha primeiro semestre de 2025 com extremos: ações de educação e consumo sobem, saúde e energia caem
Entre os destaques positivos estão a Cogna (COGN3), o Assaí (ASAI3) e a Yduqs (YDUQ3); Já na outra ponta estão RaiaDrogasil (RADL3), PetroRecôncavo (BRAV3) e São Martinho (SMTO3)
XP Log (XPLG11) vai às compras e adiciona oito ativos logísticos na carteira por até R$ 1,54 bilhão; FIIs envolvidos disparam na B3
Após a operação, o XPLG11 passará a ter R$ 8 bilhões em ativos logísticos e industriais no Brasil
É hoje! Onde Investir no Segundo Semestre traz a visão de grandes nomes do mercado para a bolsa, dólar, dividendos e bitcoin; veja como participar
Organizado pelo Seu Dinheiro, o evento totalmente online e gratuito, traz grandes nomes do mercado para falar de ações, criptomoedas, FIIs, renda fixa, investimentos no exterior e outros temas que mexem com o seu bolso
“Não é liderança só pela liderança”: Rodrigo Abbud, sócio do Patria Investimentos, conta como a gestora atingiu R$ 28 bilhões em FIIs — e o que está no radar a partir de agora
Com uma estratégia de expansão traçada ainda em 2021, a gestora voltou a chamar a atenção do mercado ao adicionar a Genial Investimentos e a Vectis Gestão no portfólio
Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio
Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período
Bolsas nas máximas e dólar na mínima: Ibovespa consegue romper os 139 mil pontos e S&P 500 renova recorde
A esperança de que novos acordos comerciais com os EUA sejam fechados nos próximos dias ajudou a impulsionar os ganhos na última sessão do mês de junho e do semestre
É possível investir nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) sem correr tanto risco de perdas estrondosas, diz CIO da Empiricus
Apesar das recomendações de cautela, muitos investidores se veem tentados a investir nas ações BBAS3 — e o especialista explica uma forma de capturar o potencial de alta das ações com menos riscos