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Seria Elon Musk um Eike Batista?

Será que, no mercado, quase toda euforia desmedida não acaba invariavelmente em frustração?

1 de agosto de 2020
5:50 - atualizado às 14:14
Elon Musk SpaceX
O empresário Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX. - Imagem: Shutterstock

Claro que Elon Musk tem seus méritos. Mas há gente muito séria que acha que o culto à sua pessoa e, acima de tudo, o valor das ações da Tesla estão absolutamente exagerados.

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Falo de Jim Chanos, talvez o maior short seller do mundo. “Short seller” significa que ele ganha dinheiro apostando contra as empresas, ou seja, que as cotações das suas ações vão despencar.

Nas últimas semanas, ele tem falado de Tesla o tempo todo: segundo ele, a empresa é cronicamente incapaz de dar lucros, endividada, sofre com a crescente concorrência de outras fábricas de carros elétricos e é chegada em uma “contabilidade agressiva” para enfeitar seus balanços.

A conta que ele faz é esta: Tesla vale mais de dez vezes a sua receita anual. Outras montadoras em geral são negociadas a múltiplos que oscilam entre 0,25 e 0,5 vezes a receita.

“Isso significa que existe uma percepção do mercado de que estamos tratando de um alguma tecnologia muito avançada, à frente de todo o resto. Mas a Tesla não é líder em nada empolgante, seja em bateria ou na autonomia dos carros. As baterias são da Panasonic, e as novas superbaterias de que se fala são de uma chinesa, a Calt. A Audi domina a tecnologia de autonomia nível 3, enquanto a Tesla ainda está no nível 2”, diz ele.

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Explico: carros autônomos (ou seja, sem necessidade de motorista) são divididos em níveis.

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  1. O nível 1 (“hands on”) é aquele que ainda necessita do motorista com as mãos no volante, com algum auxílio para estacionar ou com um dispositivo para manter determinada velocidade de cruzeiro na estrada sem precisar ficar acelerando. Seu carro talvez tenha essas coisas.
  2. O nível 2 (“hands off”) permite tirar as mãos do volante, mas o motorista precisa estar atento para intervir a qualquer momento. Aqui está a Tesla.
  3. O nível 3 (“eyes off”) permite que o motorista não precise olhar para a pista. Ou seja, pode ler ou ver um filme, mas pode ser chamado pelo veículo para assumir.
  4. O nível 4 (“mind off”) permite dormir ou reclinar o banco, mas o sujeito ainda precisa abastecer, eventualmente trocar o pneu. No nível 5, o carro é que não precisa de você.

“A Tesla é uma montadora, não é uma companhia de tecnologia, apesar de ainda ser vista assim”, diz o investidor. “As pessoas enxergam o que querem. O produto no qual a Tesla sempre foi extraordinária é narrativa.”

Goste Chanos ou não, porém, nos últimos meses a ação disparou. Veja o gráfico que o Financial Times fez comparando o valor de mercado da empresa com o de outras montadoras.

O jornal atribui o movimento, em boa medida, “a investidores mais jovens em plataformas como Robinhood [uma corretora digital americana moderninha], atraídos pelas credenciais verdes da empresa e pelo culto a Elon Musk”. Mais de meio milhão de clientes da Robinhood têm ações da Tesla. Esse valor dobrou nos últimos dois meses.

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Em editorial, o jornal disse que o comportamento da ação mostra “muitos sinais de ser uma bolha, negociando a 1.200 vezes os lucros”.

O jornal vê um lado otimista na coisa: o mercado, na sua irracionalidade, estaria financiando o avanço de carros limpos, que não emitem gases do efeito-estufa.

Assim como uma bolha das ferrovias no século 19 fez maravilhas pelo avanço da infraestrutura no interior do Estados Unidos e a bolha da internet ajudou a financiar investimentos em fibra ótica que ficaram depois que ela estourou, o planeta ganha mesmo que os investidores de Elon Musk e startups elétricas ao seu redor venham a perder dinheiro.

Claro que a comparação com Eike Batista do título, como toda comparação, serve mais para ilustrar um argumento do que para estabelecer uma verdade: são pessoas diferentes, países diferentes, setores diferentes, destinos diferentes.

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Eu acho até que o culto à personalidade no caso de Musk é maior de que o de Eike: este sempre foi um pouco brega, com aquilo de estacionar Mercedes na sala, e nunca ninguém disse que ele estava salvando o mundo (talvez o Rio de Janeiro; deu no que deu).

O ponto é que ninguém é tão gênio quanto se pinta no auge nem tão bandido quanto se diz na desgraça. No fim, a pergunta a ser feita sobre a Tesla, que remete a Eike, é esta: será que, no mercado, quase toda euforia desmedida não acaba invariavelmente em frustração?

*

Aproveito para indicar o MoneyRider, uma carteira completa de ativos no exterior. Tem Disney, tem Amazon, mas não tem Tesla.

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Fale comigo por email: ricardo.mioto@empiricus.com.br
Twitter: @ricardomioto

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