Cabo de guerra
Confira as principais notícias e análises da última semana

Caro leitor,
Chegamos ao final de uma semana tão movimentada em termos de notícias que pareceu que havia uma brincadeira de cabo de guerra no mercado. Não faltou força dos dois lados da corda para definir para onde o Ibovespa ia. Ao final, foi para o campo positivo.
O principal índice acionário da B3 fechou no azul, acumulando alta de 4% no período. O principal impulso foi a expectativa de que uma vacina contra a covid-19 está finalmente chegando. A responsável por este bom humor foi a Pfizer, ao anunciar que os resultados preliminares dos testes clínicos indicaram que o imunizante desenvolvido em parceria com a BioNTech teve 90% de eficácia.
A boa notícia acabou compensando os temores sobre uma segunda onda da doença pelo mundo. A volta de medidas de isolamento na Europa e nos Estados Unidos pesou principalmente nos negócios de quinta-feira (12), quando o Ibovespa caiu mais de 2%.
Na disputa das informações que poderiam definir o rumo dos mercados esta semana, pesou para o lado positivo a expectativa de aprovação de estímulos econômicos nos Estados Unidos. O nomeado chefe de gabinete do presidente eleito Joe Biden afirmou em entrevista que o democrata já está em conversas com senadores e governadores do partido republicano para aprovar um pacote.
Aqui no País também tivemos um cardápio repleto de notícias, boas e ruins. Por um lado, o IBC-Br, considerado uma espécie de prévia do PIB, apontou que a economia deve registrar crescimento robusto no terceiro trimestre. Por outro lado, as velhas preocupações sobre a situação fiscal persistiram, mesmo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrando compromisso com as contas públicas.
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Este “cabo de guerra” de notícias e suas consequências sobre o seu portfólio de investimentos foi o tema da live desta semana, conduzida por Julia Wiltgen e o Felipe Saturnino.
Ao longo da semana nós destrinchamos alguns dos temas que mexeram com os mercados, especialmente os efeitos da vitória do Biden. Mas nós também tratamos de outros assuntos, como as eleições municipais e as consequências sobre as ações do mercado imobiliário, as oportunidades e riscos dos papéis do setor aéreo, além da nossa tradicional seleção de fundos imobiliários. Confira, a seguir, os principais destaques da semana:
1. Os riscos da teimosia de Bolsonaro contra Biden
Biden venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos, mas o presidente Jair Bolsonaro reluta em aceitar o resultado. Esta “torta de climão” criada pelo governo brasileiro começa a preocupar, uma vez que não podemos nos dar ao luxo de alfinetar o novo ocupante da Casa Branca, segundo nosso colunista Ivan Sant’Anna.
Para ele, o comportamento do governo brasileiro pode ter duras consequências para o dólar e as ações e será acompanhado de lupa pelos investidores.
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2. Fim do dólar alto?
Com a eleição do Biden, como fica o dólar? Durante a campanha eleitoral, o mercado reagiu positivamente toda vez que as pesquisas de intenção de voto indicavam um cenário favorável ao democrata.
Nosso colunista Matheus Spiess avalia que o novo presidente, com um perfil um pouco mais multilateralista no âmbito comercial, e os estímulos monetários do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) abrem caminho para uma desvalorização da divisa.
Se você está interessado em investir em dólar, melhor dar uma lida antes na coluna.
3. Eleições municipais e setor imobiliário
Amanhã é dia de eleições municipais. Normalmente este tipo de evento não está na pauta dos investidores, mais interessados nas votações para presidente – que tem o poder de definir a política econômica dos próximos quatro anos – e governadores – que controlam algumas empresas de capital misto abertas em bolsa.
Mas a atual disputa pela Prefeitura de São Paulo está sendo acompanhada de perto pelo mercado. O resultado das urnas pode alterar significativamente o destino das companhias do setor imobiliário da cidade, muitas delas com ações listadas em bolsa, nos próximos anos.
Quer saber por quê? Nosso colunista Ruy Hungria explica para você.
4. Fundos campeões
Depois de ter passado ileso pelo mau humor que assolou os mercados em setembro, o mercado de fundos imobiliários não conseguiu escapar da correção em outubro. O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) recuou 1,08% no período, o segundo pior desempenho do mês entre os principais investimentos.
Para novembro, as corretoras que acompanhamos no Seu Dinheiro mexeram bem pouco nas suas carteiras e se mostraram cautelosas. Confira aqui os fundos imobiliários preferidos para este mês, no levantamento feito pela Julia Wiltgen.
5. Azul e Gol: É uma boa hora para investir?
Azul e Gol foram algumas das empresas que mais sofreram no auge da pandemia de covid-19, sentindo duramente os efeitos das medidas de combate ao novo coronavírus, por terem restringido a circulação das pessoas.
Depois de irem à lona, as empresas começaram a ver sinais de melhora na demanda e estão gradativamente expandindo a oferta de voos.
Com as ações em patamares baratos, muitos investidores estão com coceira nos dedos para aproveitar a oportunidade. Mas fica a pergunta: é o momento? Conversei com alguns analistas a respeito da atual tese de investimento destas duas empresas. Você pode conferir aqui o que eles acham.
Um abraço e bom final de semana!
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
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Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
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