C’est une révolte? Non, Sire, c’est une révolution: A melhor forma de se ter caixa
Como fica seu patrimônio diante de um aprofundamento de um quadro mais negativo? Se a situação mudou, como de fato aconteceu, as nossas carteiras devem mudar também.
Durante a Revolução Francesa, um dos episódios mais marcantes foi a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789. Mais simbólica do que qualquer outra coisa, acabou por criar um feriado nacional celebrado até hoje, o Dia da Bastilha.
Na ocasião, os revolucionários, massa composta por diversos estratos do terceiro estado parisiense, notadamente o povo francês, marcharam para a Bastilha em busca de pólvora para munir os mosquetes e canhões apropriados pelos populares, que temiam uma repressão sangrenta por parte da nobreza de Versalhes.
Para encurtar a histórica, depois de alguma congestão na praça em frente à fortaleza, ocorreu um descontrole por parte dos guardas e disparos foram realizados na direção da multidão. Indignados, o povo partiu para o assalto e tomou a Bastilha.
Após o ocorrido, reza a lenda que Luiz XVI foi acordado de madrugada pelo Duque de La Rochefoucauld para ser então comunicado do problema. Ainda recém perdido por conta do sono e desconcertado da realidade do povo, o Rei (R) e seu Duque (D) teria tido o seguinte diálogo:
- D - Sire, Sire… (Senhor, Senhor…)
- R - Qu'y a-t-il? (O que tem aí?)
- D - Sire, les Parisiens ont pris la Bastille... (Senhor, os parisienses tomaram a Bastilha…)
- R - Pris la Bastille? Mais pourquoi? C'est une révolte? (Tomaram a Bastilha? Mas por quê? É uma revolta?)
- D - Non, Sire, c'est une révolution... (Não, senhor, é uma revolução...)
A cena foi fielmente retratada algumas vezes no cinema, com destaque à obra de 1989, La Revolution Française, dirigido por Robert Enrico e Richard Heffron. Você pode conferir o trecho clicando aqui.
O grande ponto aqui talvez nem seja a completa falta de noção da realeza à época, mesmo porque, como disse, a Bastilha não era mais a terrível prisão de outrora. Dentro dela, por exemplo, se encontravam apenas sete prisioneiros. Funcionou muito bem como símbolo, contudo.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Meu ponto aqui é o seguinte: se o objetivo é acabar com aqueles que te oprimem. Pouco importa quem vai primeiro. Se é o rei em si ou se é um símbolo velho protegido por, majoritariamente, inválidos de guerra e 12 canhões quebrados, como o caso da Bastilha. O racional serviu no século XVIII e servirá na mensagem que quero passar hoje.
A verdade é que você consegue me dizer se vai continuar empregado daqui a dois meses? Ou, se você for empresário, seu negócio estará já funcionando daqui a dois meses? Se sim, sua receita já estará totalmente restabelecida? Não? Então como fica seu patrimônio diante de um aprofundamento de um quadro mais negativo?
Se a situação mudou, como de fato aconteceu, as nossas carteiras devem mudar também. Precisamos, como tenho falado com certa recorrência neste espaço, de mais proteções e mais caixa. Agora, por qual começar? Francamente, assim como na revolução francesa, não importa quem vai primeiro nesse caso.
Contudo, se eu precisar que você escolha um, comece pelo caixa. E aqui é importante fazer certo. Muito dito especialista ou financista adora uma ganância. “Cash is King”, ou o caixa é rei. Faz sentido. Afinal, ter dinheiro disponível é uma questão de básica – a primeira coisa que um investidor tem que ter antes de arrojar suas posições.
Qual a razão de empresas conservadoras, ou de qualidade, serem aquelas com boa posição de caixa, baixa alavancagem e com boa previsibilidade de geração de resultado (leia-se, geração de CAIXA)?
E aqui que nasce o problema. Muita gente, aquelas especialistas que chamei de gananciosos, em geral, cometem um gravíssimo erro de conceito. Gravíssimo pois, usualmente, tais personalidade são influenciadores e suas palavras chegam a muitos indivíduos. Ou seja, se eles falam bobagens, falam para muitas pessoas, por vezes leigas, que as tomam como verdades.
Nossa sugestão é que sua reserva de emergência seja composta por um fundo que invista em títulos públicos pós-fixados, o Tesouro Selic. Isso porque não devemos correr qualquer risco aqui, por menor que seja. Estamos atrás aqui de segurança, consistência e previsibilidade.
Por isso, repudio veículos de investimento com o objetivo de se investir em crédito privado que são sugeridos como bons fundos de emergência. Se você tem fundo de crédito privado para reserva de liquidez, troque imediatamente. Tem muito produto bom e com zero taxa na indústria para você se expor ao risco privado doméstico.
Render marginalmente acima do CDI não deveria te tirar da cama. É sua reserva de emergência, não um montante para você ser ganancioso. O problema que tais produtos são originados pagando muito mais do que efetivamente vão remunerar o investidor do varejo, uma vez que o mercado de crédito no Brasil ainda é muito pouco desenvolvido e sofre muito com taxas na distribuição.
Em estudo conduzido por Felipe Arrais, da equipe de Fundos de Investimento da Empiricus, passamos a conhecer o real comportamento dos fundos de crédito privado no ano de 2020. Uma tragédia.
Fonte: Empiricus
Note o CDI versus a performance dos fundos de crédito privado, suscetíveis a saques em massa ou aberturas agressivas da curva, como foi o caso com a elevação da ponta longa da curva de juros. Grosso modo, a pressão recente no mercado secundário de títulos privados obrigou gestores a se desfazerem desses ativos rapidamente (qualquer preço), resultado em prejuízo.
Basicamente, sua reserva de emergência, se você seguisse os influenciadores, estaria com rendimento negativo hoje. Arrais foi além e buscou verificar o que está por de trás das denominações “referenciados DI” ou “Fundos Simples”. O resultado foi assustador.
Em um universo de 228 fundos de renda fixa com tal denominação disponíveis ao varejo, 104 tiveram pelo menos uma cota negativa neste ano. Desse total, 97 fundos tinham crédito privado na carteira. Isto é, a indústria ainda é dominada por fundos DI com riscos que não compensam o investimento.
Com isso, o investidor precisa, para formar um caixa decente, não só fugir de crédito privado e encontrar algum fundo DI, ele também deve ser criterioso na escolha do produto. Lembre-se: reserva de emergência deve fornecer segurança e liquidez, garantindo tranquilidade para passar pela crise.
Para facilitar, existem cinco lugares confiáveis para encontrar bons e baratos fundos DI: a Órama, o BTG, a Pi, a Vitreo e a Rico. Ali você encontra fundo DI puro, sem risco e com liquidez imediata… e com taxa zero, vale dizer.
Feito isso, você pode seguir para estrutura uma posição bem grande em proteções clássica também, como ouro e dólar. Como eu disso, da mesma forma que durante a Tomada da Bastilha, pouco importa quem vai primeiro.
Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
São orientações claras como essa que você encontra na nossa série Melhores Fundos de Investimento. Sob o chapéu de Bruno Mérola, a Empiricus criou a seleção dos melhores fundos do mercado brasileiro. Convido-os a conferir e não cair em ladainha espalhadas por aí por influenciadores digitais.
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?