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Ibovespa vira para alta com disparada do petróleo; dólar recua a R$ 5,10 após Copom

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Depois das perdas expressivas da sessão anterior e dos últimos dias, o Ibovespa consegue passar por um leve alívio nesta quinta-feira (19). Após abrir em baixa, o índice brasileiro virou ao campo positivo, embalado pela recuperação do petróleo no exterior.

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Por volta de 16h25, o Ibovespa avançava 2,97%, aos 68.880,48 pontos, mas, na mínima, chegou a desabar 7,78%, aos 61.690,53 pontos. Na Europa, as principais praças subiram; nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,85%), o S&P 500 (+1,26%) e o Nasdaq (+3,96%) têm ganhos firmes.

A reação do índice brasileiro ocorreu em paralelo à disparada do petróleo no início da tarde: o WTI fechou em alta de 24,39%, enquanto o Brent teve ganho de 14,43% — ambos, no entanto, continuam abaixo da linha dos US$ 30 por barril.

De qualquer maneira, o salto da commodity é suficiente para embalar as ações da Petrobras: os papéis ON (PETR3) sobem 14,39%, enquanto os PNs (PETR4) avançam 10,10%, desempenhos que dão impulso ao Ibovespa.

No câmbio, o dólar à vista tem um dia de alívio: no mesmo horário, recuava 1,72%, a R$ 5,1067, um dia após o Copom cortar a taxa Selic em 0,5 ponto, ao nível de 3,75% ao ano — no exterior, a moeda americana opera em leve alta em relação às divisas de países emergentes.

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Dualidade

Durante a manhã, o Ibovespa estava na contramão das bolsas globais: enquanto o índice brasileiro operava em queda firme, os mercados da Europa e dos EUA tinham um dia mais ameno, com ligeiras altas.

Em linhas gerais, os fatores que influenciam os mercados seguem os mesmos: dado o rápido avanço do coronavírus pelo mundo e as medidas de isolamento adotadas por diversos países, muitos analistas já consideram inevitável um forte impacto na economia global em 2020.

Mas, considerando as fortes baixas nos mercados acionários globais nos últimos dias, alguns investidores aproveitam a ausência de novas noticias negativas a respeito do surto para aumentar a posição em bolsa lá fora — afinal, depois de toda a correção, muitas ações estão com um nível de preço bastante barato.

Dito isso, por que a bolsa brasileira não conseguia acompanhar esse movimento global de alívio durante a manhã? Por que o Ibovespa só ganhou embalo durante a tarde, com a disparada do petróleo?

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A resposta está aqui dentro — mais precisamente, em Brasília.

Turbulência doméstica

Apesar do tom menos negativo dos mercados mundiais nesta quinta-feira, o noticiário doméstico surge como fator de instabilidade para os ativos locais. Por aqui, o clima cada vez mais deteriorado em Brasília contribui para pressionar a bolsa e elevar a aversão ao risco.

Por mais que o governo tenha anunciado diversas medidas de apoio à economia, especialmente às famílias e empresas mais vulneráveis, há a nítida impressão de que o presidente Jair Bolsonaro e o restante da classe política estão em pé de guerra.

Os incentivos por parte de Bolsonaro às manifestações do último domingo (15), quando já havia a recomendação para que as pessoas evitassem aglomerações, causou enorme mal estar em Brasília. E, com o avanço do coronavírus pelo país, também começam a aparecer focos de insatisfação com a conduta do presidente entre a população.

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Na terça (17) e na quarta-feira (18), foram realizados 'panelaços' em diversas cidades brasileiras, em protesto contra Bolsonaro. E, dado o clima tenso no front político, o mercado fica cada vez mais receoso quanto à condução da economia e à continuidade das reformas.

E, na noite de ontem, um novo foco doméstico de tensão emergiu: o atrito diplomático entre Brasil e China após o deputado Eduardo Bolsonaro atribuir o surto de coronavírus à omissão do governo chinês — declarações que foram prontamente rebatidas pelo embaixador do país asiático e geraram uma nova leva de reações contrárias ao governo.

Novo corte

Por fim, os investidores ainda repercutem hoje o novo corte na taxa Selic, de 0,5 ponto, para 3,75% ao ano. A decisão do Copom gerou controvérsia no mercado — alguns analistas gostaram da postura do BC, enquanto outros viam a necessidade de reduções mais bruscas.

A própria autoridade monetária se mostrou bastante cautelosa, dizendo ver o nível atual da Selic como adequado, mas sem se fechar à possibilidade de novos cortes, caso necessário — e, de fato, há quem aposte em mais baixas nas próximas reuniões.

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Fato é que, ao cortar a Selic em 0,5 ponto, o Copom acompanhou o movimento global de alívio monetário, mas não na mesma magnitude que o Federal Reserve, que reduziu as taxas em 1,5 ponto ao longo de março. Assim, o diferencial de juros entre os países está ligeiramente maior do que no mês passado, o que ajuda a tirar pressão do câmbio.

Como resultado, o dólar à vista opera em leve baixa nesta quinta-feira. E, além disso, o BC já promoveu leilões e atuações no mercado nesta manhã, ajudando a trazer mais calmaria às negociações.

No mercado de juros futuros, o dia foi de forte volatilidade. As curvas mais curtas abriram em alta firme, mas fecharam em baixa; as mais longas reduziram os ganhos ao longo da sessão, mas ainda terminaram com oscilações positivas. Veja abaixo o comportamento dos principais DIs:

Altas e baixas

Além das ações da Petrobras, destaque também para os papéis das companhias aéreas na ponta positiva do Ibovespa: Azul PN (AZUL4) dispara 17,20% e Gol PN (GOLL4) avança 12,32%, aproveitando o tom de maior calmaria e reagindo às iniciativas anunciadas pelo governo para ajudar o setor em meio à queda na demanda por voos:

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CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
RAIL3Rumo ON18,82 +22,85%
AZUL4Azul PN12,13 +17,20%
MULT3Multiplan ON19,78 +15,00%
JBSS3JBS ON19,29 +14,48%
PETR3Petrobras ON12,64 +14,39%

Confira também as maiores baixas do índice:

CÓDIGONOME PREÇO (R$)VARIAÇÃO
SMLS3Smiles ON9,10 -11,65%
CIEL3Cielo ON4,62 -9,23%
BBSE3BB Seguridade ON24,65 -8,19%
ELET6Eletrobras PNB19,83 -7,16%
ELET3Eletrobras ON18,25 -6,51%
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