🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Queda vertiginosa

Ibovespa desaba 29,9% em março e tem o pior desempenho mensal desde 1998

O Ibovespa saiu do nível dos 100 mil pontos e encerrou o mês perto dos 70 mil, fortemente impactado pela crise do coronavírus e pela guerra de preços do petróleo. O dólar disparou e foi a R$ 5,19, renovando mais recordes nominais

Victor Aguiar
Victor Aguiar
31 de março de 2020
18:26
Mercados em queda Ibovespa dólar
Imagem: Shutterstock

Como era a vida em 28 de fevereiro? Bem, o Carnaval ainda estava fresco na memória, as eleições nos EUA geravam tensão nas redes sociais, o Ibovespa marcava 104.171,57 pontos e o coronavírus começava a se espalhar pela Itália — o que desencadeou uma correção nas bolsas globais, mas sem tirar o sono dos investidores.

Um mês depois, o Carnaval é apenas uma lembrança distante, as eleições americanas sumiram do noticiário e o Ibovespa despencou numa velocidade vertiginosa: fechou o pregão desta terça-feira (31) em queda de 2,17%, aos 73.019,76 pontos. No mês, o índice acumulou incríveis 29,9% de baixa — o pior desempenho mensal desde agosto de 1998, quando caiu 39,55%.

Quanto ao coronavírus, os casos que se concentravam na China e na Itália se espalharam pelo mundo: mais de 800 mil pessoas já foram diagnosticadas com a doença, das quais 41 mil morreram; no Brasil, já são 5.717 pessoas infectadas, com 201 óbitos.

Trata-se de uma mudança de cenário poucas vezes vista na história, e eu não me refiro apenas aos mercados financeiros. Em um mês, o mundo precisou se adaptar a uma nova rotina, com isolamento social e uma paralisação quase completa das atividades econômicas.

E, com a roda da economia travada por fatores externos, a percepção de solidez das empresas desmoronou como um castelo de cartas. Sem ter qualquer visibilidade quanto ao futuro, os investidores passaram a vender ações em massa, causando um frenesi nas bolsas globais.

Basta ver a evolução do Ibovespa ao longo do mês para ter uma dimensão do estrago. No dia 6, o índice perdeu o nível dos 100 mil pontos e, no dia 9, ficou abaixo dos 90 mil. No dia 12, foi a vez de o patamar dos 80 mil ser perdido — no dia 18, a bolsa cedeu ainda mais e passou a marcar menos de 70 mil pontos.

Leia Também

Nesse meio tempo, tivemos pregões turbulentos e com quedas acentuadas — tão volumosas que o chamado 'circuit breaker', mecanismo que interrompe as negociações quando o Ibovespa atinge os 10% de baixa, precisou ser acionado mais de uma vez ao longo de março.

Para ser mais preciso, o botão do pânico foi apertado seis vezes no mês — marca idêntica à vista em 2008, durante a crise financeira global.

O que explica todo esse pânico?

Bem, em primeiro lugar, é preciso lembrar que o Ibovespa e as bolsas globais estavam muito perto de suas máximas históricas, em meio ao otimismo quanto aos rumos da economia global e às taxas de juros cada vez mais baixas no mundo todo.

Tanto é que muitos analistas e investidores já se mostravam um pouco incomodados com o bull market, acreditando que os níveis de preço das ações estavam esticados demais — nesse cenário, um movimento de correção não seria de todo mal.

No entanto, não tivemos um simples ajuste de preços. Com o coronavírus avançando mais e mais pelo globo — e com países inteiros entrando em quarentena para tentar conter a dissipação da doença —, a economia global foi praticamente tirada da tomada.

Assim, as projeções de crescimento da atividade em 2020, antes pujantes, se esvaziaram: a maior parte das casas de análise agora trabalha com um cenário de retração econômica global neste ano — no Brasil, as estimativas já são de PIB negativo, até mesmo no boletim Focus.

Afinal, em meio ao caos provocado pela pandemia, a prioridade é garantir que pequenas e médias empresas não quebrem e que as pessoas tenham condições de atravessar o período de crise. A máquina pública global entrou num modo de sobrevivência.

Em meio ao turbilhão do coronavírus, ainda tivemos um segundo foco de incêndio: a guerra de preços do petróleo, com Arábia Saudita e Rússia disputando o controle da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O embate entre sauditas e russos derrubou a cotação da commodity — o barril de petróleo, que chegou a superar os US$ 70 em 2019, agora está abaixo de US$ 25. Um cenário que aumentou ainda mais a tensão dos mercados globais e afetou especialmente as petroleiras, como a Petrobras.

Dólar nas máximas

A cautela também tomou conta do mercado de câmbio — e olha que o dólar à vista já vinha numa escalada bastante intensa desde o começo do ano. Sem saber os rumos da economia global, os investidores correram para a moeda americana, em busca de proteção.

Como resultado, o dólar à vista fechou a sessão de hoje em alta de 0,31%, a R$ 5,1966 — um novo recorde nominal de encerramento. Somente em março, a divisa acumulou valorização de 16,03%; no trimestre, o salto foi de 29,53%.

Em paralelo à escalada no dólar, também tivemos um movimento de baixa nas curvas de juros. Com as incertezas geradas pelo coronavírus e a perspectiva de retração econômica, o mercado passou a apostar em mais cortes na Selic, de modo a tentar estimular o nível de atividade.

E, de fato, a estratégia de afrouxamento monetário foi colocada em prática por diversos bancos centrais do mundo: nos Estados Unidos, o Federal Reserve promoveu dois cortes extraordinários nas taxas do país, levando-as para o nível de 0% a 0,25% ao ano — ao todo, a redução foi de 1,5 ponto.

Na Europa e na Ásia, diversas outras autoridades seguiram caminhos semelhantes, o que praticamente obrigou o Copom a ir na mesma direção, com um corte de 0,5 ponto na Selic, para 3,75% ao ano.

Por mais que o BC tenha se mostrado conservador no comunicado que acompanhava a decisão de juros, os investidores continuam firmes na aposta de mais reduções na Selic. Em primeiro lugar, a ata do Copom deixou a porta aberta para novas baixas; em segundo, a baixa pressão inflacionária, mesmo em meio à alta do dólar, abre espaço para mais quedas.

Nesse sentido, veja como ficaram os principais DIs nesta terça-feira:

  • Janeiro/2021: de 3,39% para 3,27%;
  • Janeiro/2022: de 4,17% para 4,11%;
  • Janeiro/2023: de 5,38% para 5,41%;
  • Janeiro/2025: de 6,75% para 6,85%.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DECOLANDO

Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)

12 de junho de 2025 - 18:23

Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco

MEXENDO NA BOLSA

Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças

12 de junho de 2025 - 17:40

Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras

MOVIMENTO INÉDITO

Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria

12 de junho de 2025 - 16:49

Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3

NA MIRA DO LEÃO

Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras

12 de junho de 2025 - 15:48

O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso

MENOS RENDIMENTOS

Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto

12 de junho de 2025 - 13:52

Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores

DE CARA NOVA

Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11

12 de junho de 2025 - 13:02

Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial

AJUSTES NO PORTFÓLIO

Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3

12 de junho de 2025 - 9:16

O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?

ANOTE NA AGENDA

Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber

11 de junho de 2025 - 19:40

A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos

CARTA MENSAL

Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”

11 de junho de 2025 - 16:04

Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação

A MAIOR ALTA DO IFIX

Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje

11 de junho de 2025 - 12:19

Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII

DE OLHO NA CONTA

Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber

11 de junho de 2025 - 11:39

A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu

11 de junho de 2025 - 10:39

Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas

QUE SE FAÇA LUZ

Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%

10 de junho de 2025 - 19:29

A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado

COMPRAR OU VENDER

Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta  preço-alvo das ações BBSA3

10 de junho de 2025 - 18:00

Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço

É A HORA

Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos

10 de junho de 2025 - 13:25

De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%

OPORTUNIDADE À VISTA

Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG

10 de junho de 2025 - 12:39

Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG

LEÃO COM MAIS APETITE

“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?

9 de junho de 2025 - 17:23

Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos

LÁ VAMOS NÓS DE NOVO…

FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda

9 de junho de 2025 - 17:14

De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF

É PARA COMPRAR

UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”

9 de junho de 2025 - 13:10

Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA

A ESTRATÉGIA DO FII

Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas

9 de junho de 2025 - 12:11

O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar