Substituição no Ibovespa: sai Smiles e entram Energisa, Minerva e CPFL Energia
As três novatas passarão a integrar o Ibovespa a partir de maio — a carteira dos próximos quatro meses terá 75 ativos de 72 empresas
A cada quatro meses, a B3 realiza um rebalanceamento em seus principais índices acionários. E, no caso do Ibovespa, serão quatro mudanças na carteira com validade entre maio e agosto: as ações ON da CPFL Energia (CPFE3), os papéis ON da Minerva (BEEF3) e as units da Energisa (ENGI11) entram no portfólio, enquanto Smiles ON (SMLS3) deixa o índice.
A inclusão das três novatas era esperada, uma vez que as duas prévias anteriores da nova versão do Ibovespa já indicavam a entrada delas na carteira. No entanto, a exclusão da Smiles pegou alguns de surpresa: as versões preliminares do portfólio ainda contavam com as ações da empresa do setor de fidelidade.
Com as alterações, o Ibovespa passará a ter 75 ativos de 72 empresas diferentes, dando continuidade ao movimento de expansão do índice: em janeiro, cinco empresas entraram na carteira (Carrefour Brasil, Hapvida, SulAmérica, Cia Hering e Totvs); em setembro de 2019, foram duas novidades (NotreDame Intermédica e BTG Pactual); em maio do ano passado, outras duas fizeram sua estreia (Azul e IRB).
Setor de energia em foco
De cara, salta aos olhos a inclusão de duas empresas do setor de energia no Ibovespa: as distribuidoras Energisa e CPFL Energia — e cada uma possui suas peculiaridades.
Atualmente, o Grupo Energisa atende pouco menos de 8 milhões de consumidores em onze Estados, com destaque para a região Centro-Oeste do país — a área de concessão ultrapassa os 2 mil quilômetros quadrados. A companhia também possui ativos de transmissão, adquiridos em leilões públicos, mas seu foco é o setor de distribuição.
Em termos de desempenho na bolsa, as units da Energisa (ENGI11) apresentam um desempenho relativamente resistente: no acumulado do ano, os ativos da companhia caem 13%, cotados atualmente a R$ 46,23 — apenas como comparação, o Ibovespa amarga uma baixa de mais de 28% em 2020.
Essa resiliência se deve, em grande parte, à percepção de que as empresas do setor elétrico estão menos expostas às intempéries geradas pelo surto de coronavírus: o consumo de energia elétrica, afinal, não diminui por causa da pandemia, o que dá a essas companhias uma certa previsibilidade do ponto de vista financeiro.
Isso não quer dizer, obviamente, que a empresa não seja afetada pela Covid-19. Neste mês, a Energisa anunciou a postergação de investimentos na ordem de R$ 500 milhões, de modo a preservar seu caixa em meio às turbulências macroeconômicas.
A CPFL tem um perfil semelhante: através de suas subsidiárias, atende cerca de 9,7 milhões de clientes nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. E, assim como a Energisa, também possui atividades em outras áreas, como a geração e a comercialização de energia.
Na bolsa, a CPFL tem um desempenho muito semelhante ao da Energisa: as ações ON da companhia (CPFE3) caem 15% desde o início de 2020, a R$ 30,04, também indo melhor que o Ibovespa.
E, de certa maneira, essas perdas mais brandas dos ativos das duas empresas se deve a uma característica típica do setor elétrico na bolsa: ambas são boas pagadoras de dividendos.
Por mais que a distribuição de proventos seja afetada por causa do surto de coronavírus — trata-se de uma medida emergencial, também no âmbito da preservação de caixa —, muitos investidores têm apostado nesse tipo de ativo, apostando no recebimento de remunerações periódicas num período de forte instabilidade na bolsa.
O boom das proteínas animais
A terceira estreante do Ibovespa, Minerva ON (BEEF3), pega carona no bom momento do setor de proteína animal. Desde o ano passado, o segmento tem se beneficiado com a maior demanda vinda da China, país que foi fortemente afetado por um surto de febre suína em 2019.
Além desse fator, o dólar cada vez mais elevado também contribui para dar ânimo aos frigoríficos: como essas empresas realizam vendas no exterior, suas receitas são fortemente impulsionadas pela taxa de câmbio mais alta.
Essa combinação de fatores ajuda a explicar o desempenho das ações da Minerva na B3: desde o começo do ano, os ativos acumulam leve baixa de 4,2%, a R$ 12,30 — uma desvalorização irrisória, considerando as perdas massivas vistas em grande parte dos papéis da bolsa.
O bom momento do setor de proteína animal fica claro ao analisarmos o balanço da Minerva no primeiro trimestre de 2020 — os números foram divulgados na noite de ontem. A companhia fechou o período com um lucro líquido de R$ 271,2 milhões, revertendo a perda de R$ 31,4 milhões vista há um ano.
As exportações da Minerva também melhoraram na base anual: as vendas brutas ao exterior totalizaram R$ 2,9 bilhões nos primeiros três meses de 2020, um aumento de 21% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
Carteira cheia
A entrada ou saída de um ativo da carteira do Ibovespa leva em conta o volume de negociações e uma série de outros critérios pré-determinados pela B3. Mas vale ressaltar que, ao engordar o portfólio, a instituição acaba diluindo a alta concentração de alguns setores na composição do índice.
Uma crítica recorrente à carteira do Ibovespa é a de que determinadas ações e segmentos possuíam um peso desnecessariamente alto — em especial, os setores de bancos e de commodities. Assim, oscilações mais fortes nesses papéis acabavam arrastando o índice como um todo.
Essas áreas continuam entre as mais representativas do índice: em termos de peso relativo, o top 5 do portfólio válido entre maio e agosto traz Vale ON (9,997%), Itaú Unibanco PN (7,532%), Bradesco PN (5,793%), B3 ON (5,543%) e Petrobras PN (5,307%). Mas, com mais ativos no portfólio, essa concentração tende a diminuir.
Bolsa hoje: Dólar cai a R$ 5,11 com inflação nos EUA; Ibovespa retoma os 126 mil pontos com NY e avança 1% na semana
RESUMO DO DIA: A ‘Super Sexta’ da inflação movimentou os mercados hoje, com divulgação da prévia dos preços em abril no Brasil e a inflação de março nos Estados Unidos. O Ibovespa fechou em alta de 1,51%, aos 126.526 pontos. Na semana, o principal índice da bolsa brasileira avançou 1,12%. Já o dólar acelerou as […]
Real forte? Esse bancão vê a moeda brasileira vencendo o iene — divisa japonesa atinge o menor nível em 34 anos ante o dólar
O iene, considerado uma das divisas fortes e usada como reserva financeira, tem perdido força contra a moeda norte-americana, mas não só
Usiminas (USIM5) e Banrisul (BRSR6) anunciam dividendos; veja quanto as empresas vão pagar e quem poderá receber
Siderúrgica vai pagar R$ 330 milhões, enquanto o banco gaúcho distribuirá R$ 75 milhões aos acionistas
Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3
O banco também avalia um preço justo para as ações entre R$ 2,80 e R$ 4,40, o que representa um potencial valorização das ações de até 120%
Bolsa hoje: Com ‘cabo de guerra’ entre Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em leve queda; dólar sobe a R$ 5,16
RESUMO DO DIA: O dia ficou nublado para os mercados acionários com a divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos e um impasse de meses solucionado na Petrobras (PETR4). Com alguns raios de sol patrocinados pela petroleira, o Ibovespa sustentou os 124 mil pontos, mas ainda assim termino o dia entre nuvens. O principal […]
Magazine Luiza (MGLU3) recebe sinal verde para grupamento de ações e dá prazo para acionistas ajustarem as posições
A operação será feita na proporção de 10:1. Ou seja, grupos de 10 papéis MGLU3 serão unidos para formar uma única nova ação
Bolsa hoje: Ibovespa cai com bancos e NY antes de resultados da Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,14
RESUMO DO DIA: O Ibovespa está encarando uma montanha-russa nesta semana, com a temporada de balanços corporativos ganhando tração e Brasília voltando a dividir as atenções dos investidores. Depois de começar o dia em alta, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,33%, aos 124.740 pontos. Já o dólar recuperou […]
Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%
A aquisição marca a entrada do Grupo Fleury em Santa Catarina com a estratégia B2C, o modelo de negócio direto ao consumidor
Bolsa hoje: Ibovespa recua com pressão de Vale (VALE3) na véspera do balanço; dólar cai após dados nos EUA
RESUMO DO DIA: O Ibovespa até começou a semana com o pé direito, mas hoje faltou impulso para sustentar a continuidade de ganhos da véspera O Ibovespa fechou com queda de 0,34%, aos 125.148 pontos. O dólar à vista segue enfraquecido e terminou o dia a R$ 5,1304, com baixa de 0,74%. Por aqui, o […]
A bolsa nunca mais vai fechar? O plano da Bolsa de Valores de Nova York para negociar ações 24 horas por dia, sete dias da semana
O tema esquentou nos últimos anos por conta da negociação de criptomoedas e também por concorrentes da Nyse, que tentam registro para funcionar sem intervalo
Leia Também
-
Prévia da inflação veio melhor que o esperado — mas você deveria estar de olho no dólar, segundo Campos Neto
-
Combo de dividendos bilionários: CPFL Energia (CPFE3) anuncia R$ 3,1 bilhões e Eletrobras (ELET3) aprova mais de R$ 1 bilhão em proventos
-
Bolsa hoje: Dólar cai a R$ 5,11 com inflação nos EUA; Ibovespa retoma os 126 mil pontos com NY e avança 1% na semana
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas