Medo de teto de gastos furar faz Ibovespa ter 1ª queda em 5 sessões, mas dólar fecha no menor nível em 6 meses
Índice interrompe rali, após notícia de que flexibilização de regra que limita aumento das despesas públicas à inflação consta de minuta de substitutivo da PEC Emergencial; moeda americana tem leve queda e fecha a R$ 5,12
					O principal índice da bolsa brasileira caminhava para mais uma sessão de ganhos nesta segunda-feira (7). Até que uma notícia sobre o teto de gastos (sempre ele) virou o jogo.
O Ibovespa iniciou a segunda semana de dezembro em alta, destoando do mau humor no exterior que ficou evidenciado pelas quedas em S&P 500 e Dow Jones, índices à vista dos Estados Unidos que haviam encerrado a sexta (4) nas máximas históricas.
O movimento era puxado predominantemente por ações de bancos, Vale e Ambev, pesos-pesados na composição do índice.
O sinal do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que poderá apreciar a PEC Emergencial em janeiro foi um dado positivo para o ambiente doméstico, para além de dizer, pela manhã, que "vamos agora sentar à mesa e aprovar pautas" e que, se for necessário, "vamos trabalhar em janeiro" para garantir o reequilíbrio fiscal.
O cenário doméstico contrastava com o externo, em que tanto as bolsas de Nova York como da Europa tiveram uma sessão negativa.
Como pano de fundo esteve o avanço de casos de coronavírus nos Estados Unidos, levantando preocupações de investidores acerca da recuperação econômica durante os meses de inverno no hemisfério norte. As internações no país subiram à máxima histórica.
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Diversas partes do estado da Califórnia entraram em lockdown. Em termos de população, o equivalente a cerca de 34 milhões das 40 milhões de pessoas (85% da população total) está sob medidas mais duras de isolamento social. Os casos de covid-19 atingiram níveis recordes no estado mais populoso do país e a capacidade dos hospitais está em queda.
Enquanto isso, no Reino Unido permanece o impasse do Brexit, após o telefonema entre o premiê Boris Johnson e a presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen sobre a resolução do acordo de saída da União Europeia.
Johnson e von der Leyen falaram por pelo menos 90 minutos, mas nada foi anunciado a respeito da visão deles sobre se o Reino Unido e a UE serão ou não capazes de chegar a um acordo comercial, informa o The Guardian, citando que havia "diferenças significativas" entre os dois.
Mas por volta das 16h50 as coisas mudaram. O Ibovespa alterou o seu sentido e passou a reduzir a alta, eventualmente virando para queda, reagindo a uma notícia da Broadcast.
Segundo a matéria, a minuta do projeto substitutivo da PEC Emergencial prevê que as despesas financiadas com a receita vinda da desvinculação de fundos públicos não sejam submetidas ao teto de gastos, regra constitucional que limita o aumento do dispêndios à inflação do ano anterior.
Ou seja, tais recursos, de certa forma, na prática "driblariam" o teto, e seriam usados em programas de erradicação da pobreza e investimentos em infraestrutura.
Logo em seguida, o Ministério da Economia respondeu que "é contra qualquer proposta que trate da flexibilização do teto de gastos, mesmo que temporária".
Mais tarde, perto do fim da sessão do Ibovespa, o ministro Paulo Guedes ressaltou que, em conversa com Jair Bolsonaro, o presidente disse que "não há flexibilização do teto".
No fim do dia, o impacto podia ter sido bem maior. Na mínima, o índice chegou a cair 1% para 112.629,18 pontos, mas conseguiu fechar com leves perdas de 0,14%, cotado aos 113.589,77 pontos — a 1ª queda em 5 sessões.
De qualquer forma, a moral do dia é que o fator político, que havia sido posto de lado recentemente e até ajudado no rali do índice, voltou a pesar hoje.
"Também acho que o mercado aproveitou para dar uma realizada, era algo por que nós estávamos esperando, e na primeira notícia mais negativa que sai tem essa correção", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor.
Quem sobe, quem desce
O índice foi puxado, do lado positivo, pelos papéis de bancos — Itaú PN avançou 0,5%; Banco do Brasil ON, 0,9%; Bradesco PN 0,5% e as units do Santander, 2,4% —, que se mostraram de novo atrativos aos investidores estrangeiros. Papéis de outra gigante, a Ambev, também subiram forte (1,2%).
Enquanto isso, as ações da Vale registraram alta de 0,9%, após o minério de ferro avançar 1% em Qingdao.
A Gol foi um dos principais destaques do dia. As ações ficaram entre as principais altas percentuais do índice.
A aérea realizou nova oferta pela incorporação de ações da Smiles e ampliou as possibilidades de contrapartidas aos detentores de ações da Smiles com a possibilidade de o acionista receber em dinheiro por sua posição.
Além disso, a companhia anunciou que vê a demanda se fortalecendo e gerou fluxo de caixa antes do esperado, o que anima os investidores.
Confira as maiores altas do índice:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO | 
| BTOW3 | B2W ON | 84,03 | 7,73% | 
| IRBR3 | IRB ON | 7,36 | 6,82% | 
| CMIG4 | Cemig PN | 13,23 | 4,50% | 
| GOLL4 | Gol PN | 27,94 | 3,29% | 
| USIM5 | Usiminas PNA | 14,46 | 3,14% | 
Entre as principais baixas do dia, os papéis do setor de saúde se destacam e três empresas caíram. A maior queda foi a da distribuidora Cosan. Confira abaixo:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO | 
| CSAN3 | Cosan ON | 71,76 | -5,95% | 
| RAIL3 | Rumo ON | 19,98 | -3,20% | 
| RENT3 | Localiza ON | 64,96 | -3,07% | 
| BRDT3 | BR Distribuidora ON | 20,77 | -2,90% | 
| CCRO3 | CCR ON | 13,70 | -2,63% | 
Dólar reduz alta após aflição com teto; juros recuam
O dólar manteve o seu enfraquecimento contra o real, embora tenha reduzido o ímpeto de queda e se distanciado das mínimas após a notícia sobre o teto de gastos.
A moeda chegou operar em queda de 1,3% na mínima, aos R$ 5,0578, mas fechou a sessão em leve baixa de 0,1%, aos R$ 5,12, ainda no menor nível desde 12 de junho. Naquela ocasião, encerrou cotado aos R$ 5,0411.
Nos últimos 30 dias, o dólar caiu 5% frente ao real, repercutindo o avanço com as vacinas contra a covid-19, o fluxo estrangeiro e um melhor ambiente fiscal.
O movimento de hoje ocorreu na contramão da valorização do dólar no exterior, como indicado pelo Dollar Index (DXY), índice que compara o dólar a uma cesta de moedas fortes como euro, libra e iene, e operou em leve avanço ao longo do dia.
A continuidade de ingresso de recursos estrangeiros na bolsa contribuiu com a queda da moeda, que hoje apresentou recuo frente a alguns pares do real, como rublo russo e rand sul-africano.
Os juros futuros, por sua vez, fecharam antes da divulgação da notícia e terminaram o dia em queda, mais expressiva na ponta longa, refletindo o fluxo estrangeiro e, até então, uma relativa redução da percepção do risco fiscal.
No front inflacionário, uma notícia positiva: o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) avançou menos do que o esperado para o mês de novembro, abrandando a visão de forte aumento dos preços — e reduzindo a pressão sobre os juros de curto prazo.
Ainda assim, os analistas de maior esperam maior aceleração dos preços medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial. O mercado elevou mais uma vez a projeção para inflação em 2020, como indicado pela pesquisa Focus do Banco Central divulgada pela manhã.
Amanhã, véspera de decisão sobre o futuro da Selic, será divulgado o IPCA relativo a novembro.
Veja o fechamento dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: estável em 1,916%
 - Janeiro/2022: de 3,08% para 3,06%
 - Janeiro/2023: de 4,50% para 4,42%
 - Janeiro/2025: de 6,13% para 6,08%
 
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