Warren Buffett, a lenda do mercado financeiro: conheça a trajetória do bilionário desde a primeira ação
Filho de um operador da bolsa, que mais tarde se tornou congressista nos EUA, Warren Buffett comprou ações pela primeira vez aos 11 anos e hoje é dono de uma fortuna de US$ 82,5 bilhões

Um empresário chinês de 29 anos desembolsou o equivalente a R$ 18 milhões para almoçar com Warren Buffett numa churrascaria de Nova York. Ele venceu, com um lance recorde, um leilão online realizado anualmente pelo megainvestidor americano e cujo recurso vai direto para uma instituição de caridade. Só uma lenda teria esse prestígio. E foi o que Buffett se tornou.
- Esta reportagem faz parte da série especial Rota do Bilhão, que conta a trajetória dos 10 homens mais ricos do mundo. Quem são? Como vivem? Como ficaram bilionários? E que lições você pode aprender com eles? Veja todas as histórias neste link.
Com fortuna avaliada em US$ 82,5 bilhões pela Forbes, o terceiro homem mais rico do mundo respira os ares do mercado financeiro desde muito cedo. Filho de um operador da bolsa, que mais tarde se tornou congressista nos EUA, Warren Buffett comprou ações pela primeira vez aos 11 anos. Ele investiu numa empresa petrolífera chamada Cities Service. Comprou os papéis por US$ 38 e os vendeu, depois de algumas quedas, por US$ 40.
Embora tivesse suportado os primeiros solavancos, com um pouco mais de paciência teria vendido por US$ 200 cada ação - um dos primeiros aprendizados até a consolidação de sua estratégia de investimento, focada no longo prazo. Foi nessa época que Buffett traçou a meta de se tornar milionário aos 35 anos.
O objetivo fez com que, ainda adolescente, ele começasse a cultivar certa obsessão por fazer seu dinheiro se multiplicar. E trabalhava duro para isso. Foi entregador de jornais, vendeu Coca-Cola, assinatura de revistas, bolas de golfe. Comprou um Rolls Royce velho e depois de reformá-lo, passou a cobrar US$ 35 por passeio. Também alugava máquinas de fliperama para barbearias. Em 1944, aos 14 anos, fez sua primeira declaração de imposto de renda. Entre os bens, sua bicicleta.
Nasce o oráculo
O talento para fazer dinheiro foi aperfeiçoado na Columbia Business School, da Universidade de Columbia, onde Warren Buffett ingressou em 1950 depois de ter sido rejeitado por Harvard. Lá ele teve contato com um de seus gurus, o professor Benjamin Graham, uma referência em análise fundamentalista de investimentos. Único aluno a tirar nota máxima com Graham, Buffett foi contratado, depois de formado, para trabalhar na gestora de investimentos do professor. Ganhava US$ 12 mil por ano. E seguia investindo.
Em 1956, voltou para sua cidade natal, Omaha, com economias de US$ 140 mil e criou seu próprio fundo, a Buffett Partnership, que em três anos já dava um retorno de 250% aos cotistas, enquanto o índice Dow Jones entregava 75%. Em uma década, o retorno era de 1.156%. Começava ali a se desenhar o fascínio pelo homem que mais tarde ficou conhecido como “oráculo de Omaha”.
Leia Também
Mesmo antes de fechar o fundo, em 1962, Buffett começou a comprar ações de uma empresa têxtil chamada Berkshire Hathaway. Pagou US$ 7,60 por ação. Três anos depois, assumiu o controle da companhia, que se tornou uma holding de investimentos e hoje detém participação em mais de 60 empresas, como Coca-Cola, Gillette, Goldman Sachs e seguradoras (um de seus negócios preferidos).
A Berkshire Hathaway vale US$ 500 bilhões na Bolsa de Nova York. Nos seus primeiros 40 anos, a empresa de Buffett investiu fortemente em negócios de seguros, mas de 2007 para cá passou a adquirir uma sucessão de grandes empresas industriais. Desembolsou mais de US$ 100 bilhões por cerca de 160 companhias nesse período.
A empresa pagou dividendos pela primeira vez em sua história em 1967 (US$ 0,10 por ação). Foi também a última vez em que isso aconteceu. Em todos os outros anos, Buffett garantiu que conseguiria investir melhor o lucro da Berkshire do que seus acionistas, se eles aplicassem os dividendos. Para honrar com esse compromisso, o megainvestidor americano está sempre atrás de aquisições parrudas - que nem sempre dão certo.
Em 2017, por exemplo, a Berkshire não conseguiu concluir as negociações para a compra de uma empresa elétrica no Texas, assim como se frustrou com os planos da aquisição da Unilever pela Kraft Heinz, gigante de alimentos que tem a empresa de Buffett e o fundo 3G, do brasileiro Jorge Paulo Lemann, como acionistas.
Estilo próprio
Ainda que tenha começado sua trajetória seguindo os passos de Ben Graham, Warren Buffett criou uma estratégia própria de investimento, em alguns casos até se distanciando bastante dos conselhos de seu mestre. Graham sempre defendeu uma carteira diversificada.
Para Buffett, diversificar é nada mais do que se “proteger da ignorância”. Ele prefere concentrar seu portfólio com fatias relevantes de grandes companhias, de modo que possa participar da tomada de decisão, principalmente no que diz respeito à alocação de recursos. Também não investe em negócios que não consegue entender - está aí uma das explicações para ter evitado por anos as empresas de tecnologia. Outro mantra de Buffett: comprar ações de um grande negócio por menos do que ele vale. E focar no “valor intrínseco” da companhia, não na cotação das ações.
Os investidores naturalmente gostam de olhar para a carteira da Berkshire em busca de pistas sobre o pensamento de Buffett. Suas declarações têm um peso impressionante nos movimentos do mercado. No ano passado, o anúncio de que investiria US$ 1 bilhão na Apple fez o valor da fabricante do iPhone registrar alta de US$ 19 bilhões em um único dia.
As cartas anuais que ele escreve aos seus acionistas são esmiuçadas por analistas financeiros e jornalistas. Todo ano ele reúne milhares de investidores em Omaha para a reunião anual da Berkshire - que ficou conhecida como “Woodstock for Capitalists”.
O colunista da revista Forbes Karl Kaufman participou do último encontro, em maio, com outros 20 mil investidores e descreveu o evento como uma celebração do capitalismo e do consumismo. Viu gente dormir na rua para garantir o melhor lugar, já que não há assento marcado na arena onde Warren Buffet e o sócio Charles Munger se apresentam.
“Até que ponto eles precisavam chegar ao palco para ver dois homens falarem sobre valor intrínseco e receita operacional?”, Kaufman escreveu. Por cinco horas, os dois velhinhos responderam às perguntas da plateia sobre sucessão e novos investimentos, já que desde 2017 a empresa mantém um caixa de mais de US$ 100 bilhões.
Sem ostentação
Apesar de ter um patrimônio de US$ 88 bilhões, Warren Buffett não é um bilionário que gosta de ostentar e de gastar. Ele mora na mesma casa, comprada em 1958 por US$ 31,5 mil. Frequenta o mesmo restaurante e pede sempre o mesmo prato. “Se eu quisesse, poderia contratar 10 mil pessoas para não fazerem nada além de pintar um retrato meu a cada dia do resto da minha vida”, disse certa vez ao falar do poder de compra do dinheiro.
“A partir de um determinado ponto o dinheiro não tem mais utilidade. O que me move é a conquista.”
Tanto é assim que, em 2006, Buffett anunciou que iria doar 85% do seu patrimônio para instituições de caridade. Em 2010, criou com Bill e Melinda Gates o projeto “The Giving Pledge”, que estimula bilionários a destinarem parte significativa de seu dinheiro à filantropia. De lá para cá, ele já doou cerca de US$ 30 bilhões.
As lições
A trajetória de Warren Buffett é, sem dúvida, inspiradora. Mesmo que para muitos investidores seja difícil reproduzir a tese de investimentos que ele construiu ao longo de seus 88 anos (já que são apostas concentradas e que, às vezes, vão na contramão do mercado), alguns de seus princípios podem ser facilmente seguidos até pelo mais inexperiente investidor.
Buffett costuma dizer que não é preciso fazer coisas extraordinárias para obter resultados extraordinários. Nada de cálculos complexos, gráficos baseados em cotações, programas de computador para escolher em que negócio investir. Ele prega simplicidade e diz que, para começar a investir numa empresa, é preciso entender o que ela faz. Foi fazendo isso, com disciplina e foco no longo prazo que Buffett conseguiu enriquecer lentamente no mercado financeiro e se tornou uma lenda. Não haverá outro como ele.
A Tesla, de Elon Musk, está provocando uma revolução em uma indústria maior que a de carros elétricos — e ninguém está falando sobre isso!
Empresas que conseguirem entrar na casa dos consumidores com seus produtos terão a oportunidade de organizar o mercado de geração alternativa e autônoma de energia
Warren Buffett está autorizado a comprar até metade da Occidental Petroleum; entenda o que o bilionário vê na petroleira
Berkshire Hathaway, o conglomerado de Warren Buffet, já possui mais de 20% das ações da Ocidental Petroleum; analistas especulam que ele estaria atrás do controle da empresa
E se Elon Musk comprasse o Manchester United? Veja quanto ele teria que pagar se não fosse piada
Ações do Manchester United chegaram a disparar na bolsa de Nova York, mas perderam força depois que Elon Musk desmentiu o próprio tuíte
Limpando o nome: Entenda o leilão bilionário que pode acabar com as dívidas de Eike Batista
Nesta terça-feira (16), devem ser conhecidas as propostas por um lote de debêntures da Anglo American; o lance mínimo é de R$ 1,25 bilhão
O homem mais rico do mundo: Confira as polêmicas e tudo o que você ainda não sabe sobre Elon Musk
Fundador de empresas como Tesla, SpaceX, Neuralink e Starlink, o empresário viu sua fortuna multiplicar-se mais de dez vezes desde 2020, atingindo os atuais US$ 259,9 bilhões
Elon Musk desova US$ 6,88 bilhões em ações da Tesla por receio de acordo com o Twitter
CEO da Tesla não planejava novas vendas para depois de 28 de abril; judicialização de acordo com o Twitter está por trás do movimento de Musk
O Lobo de Cashmere: Como Bernard Arnault, dono da LVMH, fez uma fortuna de US$ 168,6 bilhões a partir de bolsas e joias
Formado em engenharia e apelidado como “Exterminador do Futuro”, o francês transformou uma empresa de tecidos falida na maior companhia da Europa
Respira fundo, Warren Buffett! Volatilidade em Wall Street pesa e Berkshire Hathaway (BERK34) tem prejuízo bilionário no segundo trimestre
Apesar do impacto da volatilidade, é bem provável que Warren Buffett não esteja perdendo o sono por causa disso. O bilionário é um grande defensor de investimentos de longo prazo e costuma ignorar oscilações de um período muito curto.
Como a crise imobiliária na China pulverizou metade da fortuna da mulher mais rica da Ásia
Yang Huiyan viu sua fortuna de US$ 23,7 bilhões cair pela metade nos últimos 12 meses; a bilionária controla a incorporadora Country Graden
Zuckerberg já pode se preocupar: Depois de fazer o Snapchat perder US$ 1 bilhão, Kylie Jenner critica Instagram por copiar o TikTok
A influência da modelo é tamanha que bastou um simples tweet em 2018 para fazer as ações da Snap derreterem em poucas horas — e a Meta pode ser a próxima
Bilionários de criptomoedas estão de olho no Brasil; Entenda como a FTX e a Binance querem ingressar no promissor mercado brasileiro
Ainda que os pretendentes tenham riquezas substanciais, o foco ainda é em manter o mercado de criptomoedas funcionando; entenda
Elon Musk não deixa barato: CEO da Tesla rebate rumores de caso com esposa de um dos fundadores do Google
Segundo reportagem do WSJ, Musk teria tido um caso romântico com Nicole Shanahan, esposa de Sergey Brin, o que teria motivado o cofundador do Google a pedir divórcio no começo deste ano
Jeff Bezos revolucionou o mundo dos livros e disputa o espaço com Elon Musk; saiba como o dono da Amazon se tornou o terceiro homem mais rico do mundo
O bilionário foi o homem mais rico do planeta por três anos consecutivos, antes de ser desbancado por Elon Musk; Bezos também teve o divórcio mais caro do mundo
Bill Gates: Como o fundador da Microsoft se tornou um dos homens mais ricos do planeta e revolucionou a forma como você lida com a tecnologia
O bilionário começou a programar aos 13 anos; estudou em Harvard, mas deixou a graduação para fundar a Microsoft, na década de 1970
A vida de Jorge Paulo Lemann por trás da Ambev: conheça os segredos e ensinamentos do homem mais rico do Brasil
O guia gratuito feito pelo Seu Dinheiro reúne as histórias dos maiores bilionários brasileiros, desde o início da jornada até a formação dos grandes impérios destes empresários
Conheça os segredos do ‘Véio da Havan’, Lemann e outros bilionários brasileiros: guia traz as lições dos homens e mulheres mais ricos do país
O guia do Seu Dinheiro mostra como as pessoas mais ricas do Brasil começaram a trajetória até atingirem o tão sonhado bilhão na conta e reúne os melhores ensinamentos dos bilionários
Passa a coroa pra cá, Musk! Tesla perde posto de maior vendedora de carros elétricos do mundo para chinesa apoiada por Warren Buffett
Enquanto a asiática BYD vendeu 641 mil veículos elétricos no primeiro semestre de 2022, a Tesla entregou apenas 564 mil automóveis
Warren Buffett: Como o megainvestidor acumulou uma fortuna de US$ 95 bilhões e se tornou o sétimo homem mais rico do mundo
Aos 11 anos, Buffett fez seu primeiro investimento na bolsa de valores; CEO da Berkshire Hathaway, construiu riqueza com alocações a longo prazo e baixo risco
A Tesla não é verde? Depois da empresa de Elon Musk ser excluída de índice ESG, CEO diz que bilionário não entende o significado da sigla
De acordo com a presidente executiva da Clarity AI, Rebeca Minguela, Musk pode ter pensado que o ESG mede apenas os impactos ambientais
É hora de comprar pechinchas e largar o bitcoin: Confira as dicas do megainvestidor Howard Marks, o “guru” de Warren Buffett
Com a venda generalizada, o preço de muitos ativos pode cair ainda mais — e, para o gestor da Oaktree Capital, o momento ideal para ir às compras agressivamente é agora; você pode investir no fundo em reais e no Brasil