Com recuperação, Odebrecht ‘blinda’ Braskem de credor
Após a recuperação judicial ser reconhecida por um juiz, ficam suspensas as execuções, inclusive de alienação fiduciária e bens essenciais

A possibilidade de a Odebrecht entrar com pedido de recuperação judicial vai permitir a proteção de sua participação na Braskem. Um dos únicos ativos saudáveis do grupo, a petroquímica foi dada como garantia em seis empréstimos, que somam R$ 13 bilhões. O grupo quer evitar o pedido de recuperação judicial, mas, desde que a Caixa sinalizou que poderá executar suas dívidas com a Odebrecht e o acordo de compra da Braskem foi extinto, a opção tem sido vista como uma saída iminente.
Se correr à Justiça, a Odebrecht poderá alegar que a Braskem é essencial para a recuperação do grupo e a preservação dos empregos, argumentos que os juízes costumam levar em consideração nesses casos. Além do mais, o grupo conseguiria blindar as ações da Braskem do acesso dos bancos. Os papéis foram alienados para garantir empréstimos para a controladora.
Após a recuperação judicial ser reconhecida por um juiz, ficam suspensas as execuções, inclusive de alienação fiduciária e bens essenciais, de acordo com advogados especializados em recuperação judicial consultados pelo Estadão/Broadcast.
Os bancos teriam, portanto, de tentar recuperar as garantias antes de a empresa entrar com o pedido de recuperação judicial. Especialistas ponderam, porém, que esse caminho não é tão simples ou vantajoso, especialmente por uma provável queda no preço das ações, em resposta a esse movimento.
O melhor seria maximizar o valor dos papéis da Braskem - o que a Odebrecht conseguiu quando começou a negociar sua venda para a holandesa LyondellBasell. Com o anúncio do fim das conversas, na terça-feira, o valor da participação da Odebrecht na petroquímica encolheu em R$ 1,6 bilhão com a forte queda das ações.
Consenso
Caso tomassem para si as ações da Braskem, os bancos não poderiam também ficar por muito tempo com essa posição em seu balanço. O esforço de venda exigiria ainda consenso entre as instituições financeiras sobre a eventual oferta, uma vez que alguns dos empréstimos foram concedidos em conjunto.
Leia Também
Por isso, acrescentam os especialistas, a venda das ações da Braskem no âmbito de uma recuperação judicial eventualmente pode não ser tão ruim. As ações seriam vendidas dentro de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI), como manda a lei de recuperação judicial, para um comprador, que teoricamente estaria protegido de problemas do grupo.
A insegurança em relação à transferência de responsabilidades financeiras do grupo para o novo dono das ações foi, inclusive, um dos fatores que teriam desmotivado a Lyondell a desistir do negócio.
Esse risco existiria porque as ações da Braskem só deixariam ter o nome da Odebrecht carimbado com a quitação das dívidas da holding - um ponto de dúvida que foi agravado pelo pedido de recuperação da Atvos, o braço de açúcar e álcool do grupo, na semana passada.
Ontem, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou que uma possível recuperação judicial da Odebrecht preocupa as instituições financeiras. Ele ressaltou, porém, que os bancos estão preparados para essa hipótese. "Há preocupação, lógico, os bancos têm um crédito grande (junto à empreiteira)", disse. "Mas felizmente estão provisionados e preparados para qualquer situação."
De acordo com o Novaes, a exposição do Banco do Brasil com a Odebrecht é de cerca de R$ 9 bilhões.
Já o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, fugiu ontem de perguntas sobre a Odebrecht. Ao ser questionado sobre o tema durante um evento, foi retirado da sala pela assessoria de imprensa do banco, que argumentou que ele não poderia falar sobre o grupo porque os empréstimos são protegidos por sigilo bancário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Tempo fechado: Voepass entra com pedido de recuperação judicial e culpa Latam
Essa é a segunda vez que a companhia entra com pedido de recuperação judicial; em jogo está uma dívida que gira em torno de R$ 400 milhões
Mil e uma contas a pagar: Bombril entrega plano de recuperação judicial para reestruturar dívida de mais de R$ 2 bilhões
Companhia famosa por seus produtos de limpeza entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, alegando dívidas tributárias inconciliáveis
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Vítima da guerra comercial, ações da Braskem (BRKM5) são rebaixadas para venda pelo BB Investimentos
Nova recomendação reflete o temor de sobreoferta de commodities petroquímicas no cenário de troca de farpas entre Estados Unidos e o restante do mundo
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Ações da AgroGalaxy (AGXY3) sobem na bolsa após aprovação do plano de recuperação judicial
O plano foi aprovado na madrugada desta quinta-feira (10), depois de questionamentos dos credores
Após prejuízo de R$ 2,9 bilhões, Oi (OIBR3) quer pagar R$ 199 milhões a executivos; ações caem forte na bolsa
A proposta, que será discutida em assembleia geral no fim do mês, indica o pagamento de R$ 199 milhões entre 2025 e 2027, o que representa aumento de 42,5%
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
CFO da Gol (GOLL4) renuncia ao cargo em meio ao adiamento do fim do processo de recuperação judicial nos EUA
A renúncia do CFO vem acompanhada do adiamento do processo de RJ da Gol nos EUA, que estava previsto para acabar ainda neste mês
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Braskem (BRKM5) salta na bolsa com rumores de negociações entre credores e Petrobras (PETR4)
Os bancos credores da Novonor estão negociando com a Petrobras (PETR4) um novo acordo de acionistas para a petroquímica, diz jornal
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Gol (GOLL4) anuncia financiamento de até US$ 1,25 bilhão para seguir com processo de reestruturação
O financiamento será utilizado para o pagamento de custos do processo de reestruturação da companhia aérea, que está em recuperação judicial nos EUA
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Sem exceções: Ibovespa reage à guerra comercial de Trump em dia de dados de inflação no Brasil e nos EUA
Analistas projetam aceleração do IPCA no Brasil e desaceleração da inflação ao consumidor norte-americano em fevereiro
AgroGalaxy (AGXY3): Justiça marca assembleia de credores, com plano de recuperação judicial e dívidas de mais de R$ 4 bilhões em pauta
A convocação ocorre após 80 credores apresentarem objeções ao plano de recuperação judicial da AgroGalaxy; veja o que determinou a Justiça
Um trimestre para esquecer: Braskem (BRKM5) lidera perdas do Ibovespa com queda de mais de 7%; saiba o que o futuro guarda para a petroquímica
A companhia registrou um prejuízo de R$ 5,649 bilhões no quarto trimestre de 2024 e explica as razões para essa performance; banco diz o que fazer com o papel agora
PDG Realty (PDGR3) informa retirada de oferta da SHKP para aquisição da empresa e diz ter sido vítima de proposta ilegítima
A PDG Realty havia anunciado uma proposta feita pela Sun Hung Kai Properties Limited para a aquisição da empresa brasileira, porém a desenvolvedora de Hong Kong negou, e a operação caiu na mira da CVM