O dia era para ser de festa para o governo de Jair Bolsonaro, Mas o coquetel de hoje deve cair mal: piora no mercado de trabalho, recuperação zero na avaliação boa ou ótima do seu governo, dólar rumo a R$ 3,97 e Bolsa em queda. E tudo isso no primeiro dia de negócios após a aprovação da proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Acrescente na conta a perspectiva de baixo crescimento no primeiro ano de seu governo e o resultado não pode ser outro além de preocupação.
Nem dá para dizer, que o confortável placar de 48 votos a favor e 18 contrários ao texto do governo, mesmo com a exclusão de quatro itens do texto originalmente entregue pelo próprio Bolsonaro ao presidente da Câmara em fevereiro, depõe a favor do governo. Ao contrário, o crédito da vitória folgada é atribuído a Rodrigo Maia (DEM-RJ). No comando da Casa, o deputado não se esquivou do discurso pró-reforma das aposentadorias mesmo afastando-se formalmente da articulação política, tarefa que lhe foi destinada pelo próprio presidente.
Sem uma reação rápida do presidente às pressões negativas que brotam contra suas relações institucionais na própria família, a visão de futuro é sombria. E não só para um reequilíbrio fiscal que dependerá do avanço da reforma previdenciária no Congresso. Um desgaste sem freio, se ocorrer, pode colocar em xeque a vocação para “presidente” que Bolsonaro já afirmou publicamente não ter.
