O volume de serviços prestados aumentou 0,3% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou nesta quinta-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo da mediana de alta de 0,5% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo das expectativas, que ia de taxa zero a avanço de 1,0%.
No mês anterior, o resultado foi revisto de uma queda de 0,7% para um recuo de 0,8%. Já na comparação com abril do ano anterior, houve queda de 0,7% em abril de 2019, já descontado o efeito da inflação.
O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo lembra que a alta de alta de 0,3% em abril não recupera a perda registrada no mês anterior. O setor de serviços acumulou uma perda de 1,8% nos três primeiro meses do ano e encontra-se ainda 1,4% abaixo do patamar de dezembro de 2018, lembrou Lobo.
"Não dá para dizer que é o início de uma recuperação. Tem que levar em consideração a trajetória ao longo do tempo", resumiu Lobo.
O recuo ficou mais intenso que a mediana negativa de 0,48% das projeções, mas também veio dentro das expectativas: de queda de 1,1% a alta de 1,7%. A taxa acumulada no ano foi de 0,6%. Em 12 meses, houve elevação de 0,4%.
Serviços de informação e comunicação crescem 0,7%
Segundo o IBGE, três das cinco atividades de serviços registraram crescimento na passagem de março para abril.
Houve aumento no volume de serviços prestados nas atividades de informação e comunicação (0,7%), serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%) e serviços prestados às famílias (0,1%).
Na direção oposta, houve recuos nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,6%) e nos outros serviços (-0,7%).O agregado especial de Atividades turísticas registrou redução de 1,5% em abril ante março.
Falta demanda e investimentos
De acordo com Lobo, a demanda enfraquecida e a falta de investimentos são elementos que têm dificultados uma recuperação do setor de serviços. O índice de difusão de serviços - que mede a proporção dos 166 segmentos investigados com avanços no volume prestado - aumentou de 44,0% em março para 48,8% em abril.
"Ainda está negativo, ainda tem mais da metade dos serviços com queda em relação ao mesmo mês do ano anterior", ressaltou Lobo.
"Tem um cenário ainda muito enfraquecido economicamente, a demanda enfraquecida", mencionou. "A gente tem uma freada clara dos investimentos públicos de 2014 para cá, e que não foram compensados por aumento nos investimentos privados. As sondagens davam conta de algum tipo de melhoria depois das eleições de 2018, mas as expectativas não se confirmaram. A gente vê um discurso de que algumas reformas precisam ser aprovadas para que haja algum tipo de estimulo de parte do empresariado para retorno de investimentos, mas a gente não tem certeza se esse retorno de fato vai acontecer", completou o gerente da pesquisa do IBGE.
*Com Estadão Conteúdo.