🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Choque liberal

Paulo Guedes quer acabar com os “amigos do rei”

Proposta liberal do ministro da Economia pode resultar em transformação histórica na economia brasileira

Eduardo Campos
Eduardo Campos
6 de janeiro de 2019
5:17 - atualizado às 9:53
Paulo Guedes: Piratas privados, burocratas corruptos e criaturas do pântano politico se associaram contra o povo brasileiro - Imagem: Ministério da Economia

Já tinha assistido a uma das palestras do agora ministro da Economia, Paulo Guedes, no período de campanha e sua fala na cerimônia de transmissão de cargo não se distanciou do que ele pregava quando ainda era aspirante ao cargo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só que agora o peso de suas palavras é outro e ele tem o poder necessário para realizar uma transformação em estruturas históricas da economia e da sociedade brasileira.

Para o nosso bolso, essas mudanças podem resultar em uma nova onda de valorização na bolsa de valores, impulsionar o mercado de imóveis e de Fundos Imobiliários, e promover uma redução mais consistente e duradoura dos juros reais de longo prazo, com impacto nos títulos que conhecemos do Tesouro Direto.

Além de estimular o mercado de crédito privado e debêntures. Podemos estar diante de um momento singular para investimentos, formação de patrimônio e para especular.

Enquanto Guedes falava sobre os "piratas privados, burocratas corruptos, criaturas do pântano político" e da pirâmide invertida que é sociedade brasileira, lembrei das aulas de um professor visitante sobre América Espanhola que tive no breve período no qual frequentei o curso de História na USP.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ponto em discussão era a grande diferença das sociedades formadas na América Espanhola e Brasil Colônia com os Estados Unidos e outras sociedades europeias. A divisão se dava entre as sociedades do pacto e as sociedades do contrato.

Leia Também

Nós estamos no primeiro grupo, do pacto, onde a proximidade de relações pessoais, do tal “jeitinho” e “malandragem” se sobrepõem ao contrato, representado pelas leis e pelas normas.

A expressão que melhor traduz é que somos o país “dos amigos do rei” e o termo não é por acaso. Ele remete à ideia de “corpo” que vem da época feudal, na qual a cabeça mística do rei era sustentada por um "pacto" com o corpo então composto pelos nobres, religiosos e o resto. Quanto maior a sua proximidade da “cabeça”, maior o seu privilégio.

Cortando a cabeça mística do rei

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nas sociedades onde a cabeça mística do monarca foi cortada (em muitos casos literalmente pelas guilhotinas da Revolução Francesa), a sociedade se estruturou em torno do “contrato”, que passou a determinar direitos e deveres, e não em condições de nascimento ou pertencimento de classe. Não é por acaso que Guedes faz, com frequência, uma analogia entre Brasília e Versalhes.

Brasília é a terra dos amigos do rei, dos campeões nacionais, do crédito subsidiado, dos regimes tributários diferenciados e de algumas castas do funcionalismo que são imunes ao ciclo econômico. Quase nada se estabelece por competência, mas sim por quem você conhece, quão próximo você é do rei.

Esse modelo se repete nas demais unidades da federação e em todos os seus órgãos que representam o Estado. Quer um exemplo? Detrans e seus despachantes. Agências reguladoras e suas consultorias. Prefeituras e seus régios fiscais. Empresas e seus vistosos agentes de lobby. Incentivos importam e todos eles sempre estiveram no sentido de manter essa estrutura do pacto.

“É hora de otimizar o crescimento, tornar o Estados eficiente e fraterno. Hoje, ele é ineficiente e transfere renda para privilégios”, disse Guedes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sobre o sistema previdenciário ele foi ainda mais assertivo, dizendo que: “A Previdência é uma fábrica de desigualdade. Quem legisla e julga têm as maiores aposentadorias. O povo, as menores”.

A proposta liberal na economia, de acabar com privilégios, ou de buscar “quem está com o boi na sombra”, como disse Guedes, pode ser vista como uma tentativa de finalmente romper com essa estrutura social histórica e enraizada no pacto, nos amigos do rei.

Esse DNA sobreviveu a todas as mudanças que tivemos desde nossa época colonial. Já falei isso antes, mas toda a lógica do Estado brasileiro sempre esteve centrada em arrecadar o máximo possível para pagar “direitos adquiridos” da fidalguia pública e privada. Algo contado magistralmente por Jorge Caldeira no livro “A História da Riqueza no Brasil”.

O choque liberal proposto por Guedes pode ser visto como a tentativa de estabelecer, finalmente, uma sociedade do contrato, na qual regras definem diretos e deveres, onde a estrutura de incentivos premia a excelência e a meritocracia, que esteve no discurso de posse de Jair Bolsonaro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O desafio liberal é criar, também, condições de igualdade no ponto de partida na disputa de todos contra todos dentro dos distintos mercados que regem a sociedade. Por isso mesmo da ênfase dada ao investimento em educação de zero a nove anos, período no qual, segundo Guedes, o indivíduo “se forma ou se perde”. Por isso da visão que o investimento em capital humano é libertador. É daqui, também, que parte da ideia de maior justiça social, com menos assistencialismo.

O corpo reage

O “corpo” vai reagir a essa tentativa de mudança, a esse choque liberal e contratual, de forma voluntária e involuntária. O próprio Guedes lembrou das gritarias de setores do empresariado que tentaram impedir a fusão de Ministérios.

Guedes também falou das “meias dúzias” que regem os mercados no país, lembrando que são meia dúzia de bancos, meia dúzia de empreiteiras, “tudo é meia dúzia”. O remédio é aumentar “brutalmente a competição”.

Outro ponto citado por Guedes é que os problemas do BNDES, Mensalão e Petrolão aconteceram em empresas públicas e na sequencia ele mesmo se questionou: “onde estávamos enquanto o Brasil era saqueado? Onde estávamos? Somos bons”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele mesmo respondeu, dizendo que o poder absoluto corrompe, quanto mais fechada a economia, maior a venda de favores, quanto maior o poder do Estado, maior a corrupção.

Vou ser repetitivo, pois já citei isso outra vezes, mas cabe bem, pois Guedes falou tanto no Guilherme Afif Domingos, que estava na plateia, quanto no ex-ministro Roberto Campos, que se disse traído por seu amor ao Brasil.

Campos cita em seu livro de memórias, “Lanterna na Popa”, um diagnóstico de Guilherme Afif Domingos sobre corrupção que claramente foi e é abraçada por Guedes.

“A corrupção é sobretudo o excesso de governo e a concentração de poder no triângulo de ferro – a tecnocracia, as empresas cartoriais e os políticos clientelescos. A corrupção é o salário suplementar do funcionário que tem poder demais e acha que tem salário de menos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desregulamentação e privatizações são por isso a melhor receita de moralidade. Que o digam os regimes comunistas, onde a concentração de poder burocrático institucionalizou a corrupção”, escreveu Campos, sobre a definição dada por Afif.

Guedes tem noção desse desafio liberal e falou em fazer mudanças de forma gradual e de estar determinado a ser compreendido. Tomara saia vitorioso desse embate com os "amigos do rei" e o Estado brasileiro deixe de ser uma máquina de desigualdade com autorização Constitucional e chancela do STF para funcionar, como comentamos quando da recriação do auxílio-moradia.

Também torço para que não se prove verdadeira, novamente, uma piada atribuída ao ex-presidente francês Georges Pompidou e contada por Campos: Há três caminhos para se cair na desgraça. O mais rápido é o jogo, o mais agradável são as mulheres e o mais seguro é consultar um economista.

Em todo caso, é hora de paramos de admirar o que não deu certo e abandonar os "ismos fatais" que tornam o país um "laboratório para análises de patologia econômica": populismo, estruturalismo, protecionismo, estatismo e nacionalismo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MEGA TURBO

Como uma mudança na regra de distribuição de prêmios ajudou a Mega da Virada a alcançar R$ 1 bilhão em 2025

28 de dezembro de 2025 - 10:43

Nova regra de distribuição de prêmios não foi a única medida a contribuir para que a Mega da Virada alcançasse dez dígitos pela primeira vez na história; veja o que mais levou a valor histórico

ALEATORIEDADE ESTRATÉGICA

ChatGPT, DeepSeek, Llama e Gemini: os palpites de IAs mais usadas do mundo para a Mega da Virada de 2025

27 de dezembro de 2025 - 11:51

Inteligências artificiais mais populares da atualidade foram provocadas pelo Seu Dinheiro a deixar seus palpites para a Mega da Virada — e um número é unanimidade entre elas

MAIS E MAIS RICOS

Os bilionários da tecnologia ficaram ainda mais ricos em 2025 — e tudo graças à IA

26 de dezembro de 2025 - 15:52

Explosão dos investimentos em inteligência artificial impulsionou ações de tecnologia e adicionou cerca de US$ 500 bilhões às fortunas dos maiores bilionários do setor em 2025

CORRIDA FORA DA PISTA

Quanto ganha um piloto de Fórmula 1? Mesmo campeão, Lando Norris está longe de ser o mais bem pago

26 de dezembro de 2025 - 11:26

Mesmo com o título decidido por apenas dois pontos, o campeão de 2025 não liderou a corrida dos maiores salários da Fórmula 1, dominada por Max Verstappen, segundo a Forbes

NA MIRA

Caso Master: Toffoli rejeita solicitação da PGR e mantém acareação em inquérito com Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do Banco Central

25 de dezembro de 2025 - 11:05

A diligência segue confirmada para a próxima terça-feira, dia 30

OTIMISMO NOS NEGÓCIOS

Bons resultados do fim de ano e calendário favorável reforçam confiança entre empresários de bares e restaurantes para 2026, aponta pesquisa

25 de dezembro de 2025 - 10:35

O próximo ano contará com dez feriados nacionais e deve estimular o consumo fora do lar

MISTÉRIO

O que aconteceu com o ganhador da Mega da Virada que nunca foi buscar o prêmio

25 de dezembro de 2025 - 9:28

Autor de aposta feita pelos canais eletrônicos da Caixa não reivindicou o prêmio da Mega da Virada de 2020 e o dinheiro ficou com o governo; saiba o que fazer para não correr o mesmo risco

ACIMA DA INFLAÇÃO

Governo estabelece valor do salário mínimo que deve ser pago a partir de 1º de janeiro; veja em quanto ficou

24 de dezembro de 2025 - 13:30

A correção foi de 6,79%, acima da inflação, mas um pouco abaixo do reajuste do ano anterior

NA MIRA DA JUSTIÇA

Caso Master: Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do Banco Central vão depor frente a frente no STF

24 de dezembro de 2025 - 12:42

O objetivo é esclarecer as diferentes versões dos envolvidos na tentativa de compra do Banco Master pelo BRB

ÁGUA LIMPA E VISTA BOA

Das 4 praias mais limpas do Brasil, as 3 primeiras ficam em ilhas — e uma delas no sudeste

24 de dezembro de 2025 - 12:13

Entre as praias mais limpas do Brasil, três estão em ilhas e apenas uma fica no Sudeste, com critérios rigorosos de preservação ambiental

MANDADO DE SEGURANÇA

ACSP aciona Justiça Federal para garantir isenção de Imposto de Renda sobre dividendos de micro e pequenas empresas

23 de dezembro de 2025 - 18:00

A medida é uma reação às mudanças trazidas pela Lei nº 15.270, que alterou as regras do IR

NAVE (E AÇÕES) NO CHÃO

Primeiro foguete comercial lançado pelo Brasil explode no céu; ações de empresa sul-coreana derretem

23 de dezembro de 2025 - 12:04

Após uma série de adiamentos, o Hanbit-Nano explodiu logo após a decolagem no Centro de Lançamento de Alcântara e derrubou as ações da fabricante Innospace

FINAL DE ANO

Bancos funcionam no Natal e no Ano Novo? Veja o que abre e o que fecha

23 de dezembro de 2025 - 9:44

Bancos, B3, Correios e transporte público adotam horários especiais nas vésperas e nos feriados; veja o que abre, o que fecha e quando os serviços voltam ao normal

LOTERIAS

Com atenção voltada para prêmio bilionário da Mega da Virada, Lotofácil abre semana fazendo um novo milionário

23 de dezembro de 2025 - 7:48

Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores ontem; prêmio principal da Super Sete foi dividido por dois apostadores

PROJEÇÕES 2026

Ano eleitoral, juros menores e Ibovespa em alta: o que esperar da economia brasileira em 2026

23 de dezembro de 2025 - 6:02

Cenário global favorável para mercados emergentes deve ajudar o Brasil, e trade eleitoral será vetor importante para guiar os investimentos no próximo ano

BOA NOTÍCIA

Só 1 em cada 10 praias de São Paulo está imprópria para banho no início do verão; veja onde

22 de dezembro de 2025 - 16:17

Levantamento da Cetesb mostra melhora em relação ao ano passado e aponta que apenas 1 em cada 10 praias paulistas tem restrição para banho

A JANELA ESTÁ FECHANDO

Brasil tem hoje a última chance de lançar primeiro foguete comercial

22 de dezembro de 2025 - 10:24

Após quatro adiamentos por falhas técnicas, clima e problemas em solo, o Hanbit-Nano, primeiro foguete brasileiro comercial tem nesta segunda-feira a última janela para decolar do Centro de Lançamento de Alcântara

R$ 1 BILHÃO!

Mega-Sena interrompida: agora toda aposta vale apenas para o bilionário sorteio da Mega da Virada

22 de dezembro de 2025 - 9:15

Mega da Virada vai sortear pela primeira vez na história um prêmio de R$ 1 bilhão; sorteio está marcado para a noite de 31 de dezembro

DIA DE DECISÃO

Final da Copa do Brasil: veja o horário e onde assistir a Corinthians x Vasco

21 de dezembro de 2025 - 14:30

Após empate sem gols no jogo de ida, Corinthians e Vasco decidem o título da Copa do Brasil neste domingo, no Maracanã, com premiação milionária em jogo

ACORDOS TRAVADOS

“Nossos países não têm mais 10 anos a perder”: para Milei, lentidão do Mercosul é o que está travando acordos com a UE

21 de dezembro de 2025 - 12:45

Na cúpula do Mercosul, presidente argentino acusa o bloco de travar o comércio com burocracia, diz que acordos não avançam e defende mais liberdade para negociações individuais

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar