A sobra de dólares no mercado cambial brasileiro somou US$ 1,037 bilhão na terceira semana de janeiro, após ingresso de US$ 1,448 bilhão na semana anterior, que marcou o primeiro resultado positivo desde o começo de novembro do ano passado.
No acumulado do ano, a conta é positiva em US$ 1,173 bilhão, sendo formada por ingresso de US$ 1,532 bilhão na conta financeira e uma saída de US$ 359 milhões na conta de comércio exterior.
Em função do comportamento sazonal do mercado era esperada essa entrada de moeda, já que boa parte do fluxo negativo do fim de ano tem relação com questões contábeis e tende a retornar na abertura do ano. Ao longo dos próximos meses também se espera maior contribuição da conta de comércio junto com a intensificação de embarques das safras para o mercado externo.
O acompanhamento do fluxo à vista é algo relevante, mas a formação de preço do dólar ocorre, mesmo, no mercado futuro da B3, pois é lá que os comprados, que ganham com a alta do dólar, e os vendidos, que ganham com a queda da moeda, protegem suas exposições em outros mercados e fazem apostas direcionais na moeda americana.
Na semana passada, o dólar acumulou alta de 1,16%, retomando a linha de R$ 3,75. Nesta semana, o dólar seguiu ganhando fôlego e foi acima de R$ 3,80.
Desde o fim do ano passado, os fundos de investimentos vinham ampliando sua posição vendida em moeda americana, movimento que teve pausa nos últimos dias. Ainda assim, os fundos seguem com expressiva posição vendida de US$ 33,8 bilhões em dólar futuro e cupom cambial (DDI, juro em dólar). São US$ 11,8 bilhões em contratos de dólar e outros US$ 21,9 bilhões em cupom cambial. No fim de 2018, a posição líquida era de US$ 26,5 bilhões.
Na ponta de compra, o estrangeiro segue com estoque comprado de US$ 35,2, sendo US$ 5,9 bilhões em dólar futuro e US$S 29,3 bilhões em Cupom cambial. O não residente tinha fechado o ano comprado em US$ 31,9 bilhões.
Os bancos deixam de ser relevantes nesse mercado, após um firme ajuste de posições iniciado no fim do ano passado. A posição líquida é vendida em apenas US$ 3,2 bilhões, depois de passar de US$ 17 bilhões em meados de dezembro.
Os bancos também carregam uma expressiva posição vendida no mercado à vista, na casa dos US$ 25 bilhões, reflexo do fluxo cambial negativo do fim do ano passado somado às atuações do BC no mercado via leilões de linha com compromisso de recompra.