A Caixa Econômica Federal anunciou no começo do ano o desejo de listar na bolsa suas subsidiárias com o objetivo de aumentar o volume de mercado de capitais. Segundo informações do jornal Valor Econômico, as ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) de empresas de seguros, cartões, lotéricas e gestora de recursos devem acontecer tanto na B3, em São Paulo, como na Nyse, em Nova York. Os dois IPOs devem acontecer ainda no segundo semestre deste ano.
Com a iniciativa da listagem dupla das ações de suas subsidiárias, a estatal busca maior liquidez e maior precificação para as ações. O maior volume de negociação também deve atrair mais investidores. As listagens serão feitas como American Depository Receipts (ADRs), de nível 3, o nível mais completo de operação. As subsidiárias cumprirão uma série de exigências regulatórias e obterão efetiva captação local de recursos, no mesmo tipo de emissão já realizada pela Petrobras e Embraer nos Estados Unidos.
A Caixa ainda precisa definir o percentual a ser vendido e a demanda dos investidores, portanto, não há como definir o valor a ser negociado nos IPOs. Analistas estimam que as quatro operações deva movimentar entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões.
Antes dos IPOs das subsidiárias, a Caixa Econômica Federal também prepara "follow on" de ativos do banco estatal. O objetivo do presidente Pedro Guimarães é que a empresa arrecade R$ 15 bilhões com as operações até junho. A primeira delas foi a venda de ações do resseguradora IRB Brasil. A Caixa já informou a Petrobras sobre o desejo de venda da participação na empresa. Segundo apuração do jornal Valor Econômico, os bancos contratados trabalham para efetivar o follow-on a partir da terceira semana de maio.
Outras estatais brasileiras também têm negociação de ADR, mas de nível 1 e 2, como Banco do Brasil e BB Seguridade.