O bilionário mora ao lado: economizar é coisa de rico também
Levando em conta que muitos são empreendedores e investidores, com certeza os ricos se preocupam em negociar e não pagar caro, isto é, acima do que acham que as coisas valem. Essa é a essência do bom investimento

Economizar é “coisa de pobre”? No jornalismo financeiro brasileiro parece haver uma ideia disseminada de que conteúdo sobre economizar e gastar menos do que se ganha é mais relevante para quem ganha “pouco”, não tem bens nem grande capacidade de poupar e investir.
Mas em veículos de comunicação gringos, especialmente nos Estados Unidos, onde o jornalismo financeiro é mais popular, conteúdo sobre “como economizar” aparece ao lado de reportagens sobre como fazer um bom plano de aposentadoria, qual ação comprar ou como distribuir os recursos numa carteira de investimentos balanceada.
É possível defender que num país de juros baixos como os EUA, todo mundo precisa investir em ações para fazer seu dinheiro render alguma coisa, mesmo quem recebe salários mais modestos.
Isso é até verdade, mas não sei é só isso. Ao longo da minha carreira como jornalista de finanças, algumas vezes fui defrontada com a ideia de que o leitor que tem dinheiro para investir ou 1) já tem educação financeira e sabe gastar menos do que ganha, o que não poderia estar mais distante da realidade ou 2) não gosta de dar de cara com conteúdo sobre gastar e economizar porque não estaria, digamos… no seu “nível”.
Eu não sinto que poderia cravar julgamentos a esse respeito sobre as culturas de outros países, mas sempre senti que, no Brasil, se você tem uma vida financeira tranquila - ou mesmo se você é rico, pura e simplesmente - é esperado que você atinja certas expectativas de estilo de vida.
Viagens ao exterior, restaurantes chiques, carrões, múltiplos imóveis, vinhos caros, ir trabalhar de helicóptero, frequentar camarotes, roupas e sapatos de grifes de luxo… é isso que vêm à cabeça da maioria de nós quando sonhamos em nos tornar milionários ou até bilionários.
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Continuar andando de metrô, morar num apartamento de classe média e comprar roupa na Renner pareceria um contrassenso. Quanto mais se recusar a pagar caro nos restaurantes da moda que oferecem um serviço sofrível, pedir desconto numa compra ou tentar economizar na viagem de férias.
“Mas se você PODE, por que você não paga/compra?”, um crítico poderia questionar. Hum… por que não vale? Infelizmente, essa postura muitas vezes é meio que condenada, por mais estranho que isso possa parecer num país pobre como o nosso. No fim, as aparências importam.
Já vi gente muito endividada que se recusava a cortar gastos um tanto supérfluos simplesmente para não transparecer, para a própria família, seus problemas financeiros - que por sinal, não eram segredo para ninguém. Também já vi gente que tinha boas condições de vida ser criticada porque vestia roupas baratas ou se contentava em comer arroz, feijão e carne de panela todo dia.
É verdade que muitos ricos vivem estilos de vida luxuosos. Só que também é verdade que muitos desses mesmos ricos gastam sim mais do que ganham, embora não pareça. Também não faltam exemplos dos que são perdulários e eventualmente perdem tudo, principalmente depois de seguir péssimas dicas de investimento de gente sem expertise alguma, o que é muito comum entre atletas, artistas e pessoas que ganharam na loteria.
Será que ricos não economizam? Bem, levando em conta que muitos são empreendedores e investidores, com certeza eles se preocupam em negociar e não pagar caro, isto é, acima do que acham que as coisas valem. Essa é a essência do bom investimento. Por que você queimaria dinheiro com uma extravagância fútil se aquilo não te der um bom retorno, mesmo que emocional, certo? Será que gastar de maneira sábia, ainda que cultivando hábitos “de pobre” como economizar, não seria simplesmente uma forma de priorizar o que é importante?
Curiosamente, algo que desperta muita admiração, inclusive entre os brasileiros, são os super ricos que têm hábitos frugais. É o caso do megainvestidor Warren Buffett, que vive até hoje na casa que comprou em 1958 por pouco mais de US$ 30 mil - uma boa casa, é verdade, mas não chega a ser uma mansão - e toma café da manhã no McDonald’s todos os dias por menos de U$ 4.
Amancio Ortega, o fundador da rede varejista Zara e sexto homem mais rico do mundo, também é um desses. De infância pobre, Ortega é avesso a holofotes e até hoje almoça regularmente no refeitório da empresa. Ele é o personagem de hoje da série do Seu Dinheiro sobre as 10 pessoas mais ricas do mundo, e você pode conhecer a história dele aqui.
No Brasil, temos exemplos talvez até melhores, como o bilionário Luiz Barsi, um dos maiores investidores pessoas físicas da bolsa, que vai trabalhar de metrô. Ou o empresário Antônio Ermírio de Moraes, que tinha de ouvir piadas sobre seus ternos antigos, dirigia o próprio carro e andava a pé sozinho pelas ruas do Centrão de São Paulo, onde ficava a sede do seu grupo Votorantim.
É claro que quando um rico economiza e leva uma vida “normal” é bem diferente de quando os mais pobres economizam para conseguir sobreviver. A vida frugal de um bilionário ainda é luxuosa para a maioria das pessoas do planeta. Mas eu acho educativo pensar que, enquanto gente muito rica simplesmente não liga para restaurantes caros, roupas de marca e carrões, embora possa pagar por tudo isso, tantos outros gastem mais do que deveriam com essas coisas, a ponto de perder tudo.
Milionários e bilionários que economizam não o fazem porque precisam, mas sim porque são aficionados pela ideia de empregar seus recursos em algo que eles realmente acham que vale. E também pela ideia de não queimar seu patrimônio, mas sim garantir que ele continue gerando frutos.
A verdade é que recursos sempre serão limitados, não importa quão rico você seja, porque os desejos humanos são ilimitados. Todo mundo precisa eleger suas prioridades e gastar menos do que ganha dentro do seu padrão de vida. Se economizar fosse “coisa de pobre”, investir seria “coisa de rico”. E com tantas boas aplicações financeiras por aí que começam com investimentos de R$ 30, R$ 50, R$ 100 - como o Tesouro Direto ou inúmeros fundos oferecidos por plataformas on-line de investimento -, há muito tempo já não podemos dizer isso.
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