A Dívida Bruta do Governo Geral fechou fevereiro aos R$ 5,337 trilhões, o que representa 77,4% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual, divulgado nesta sexta-feira, 29, pelo Banco Central, é superior aos 77,3% do PIB de janeiro. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral - que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais - é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.
Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) seguiu em 54,4% do PIB em fevereiro de 2019, mesmo porcentual registrado em janeiro. A DLSP atingiu R$ 3,753 trilhões.
Tendência de alta
Ao analisar os dados divulgados, o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou que a tendência de aumento da dívida pública vai continuar, porque ainda há déficits primários.
Segundo ele, existem três fatores que influenciam a dívida. Primeiro, os juros que servem de indexador. "O que vai ocorrer com os juros daqui para frente, eu não sei. Vai depender do Comitê de Política Monetária (Copom)", pontuou Rocha, lembrando que a Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano, é um dos principais indexadores da dívida pública.
O segundo fator é a tendência de crescimento da dívida, em função dos recorrentes déficits fiscais. Nos 12 meses até fevereiro, o déficit primário acumulado pelo setor público está em R$ 105,818 bilhões. "A tendência de crescimento da dívida vai continuar, porque ainda temos déficits primários", disse Rocha.
O terceiro fator está ligado ao crescimento do PIB. Na prática, quanto maior o crescimento, menor a proporção da dívida.
*Com Estadão Conteúdo.