🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Bolsonaro está no preço. O que importa é se Paulo Guedes vai vencer os generais

As ideias de Guedes incluem as privatizações do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Petrobras e da Eletrobras. Entre os aliados de Bolsonaro, há resistência em vender as ‘estatais estratégicas’. O salto do Ibovespa depende da visão que vai prevalecer no (provável) governo de Bolsonaro.

22 de outubro de 2018
13:05 - atualizado às 14:17
O economista Paulo Guedes (esquerda) e o general Augusto Heleno, aliados de Jair Bolsonaro - Imagem: Estadão Conteúdo e Twitter

Por volta do segundo trimestre deste ano, se analisássemos as eleições presidenciais do próximo domingo, poderíamos supor que a semana que se inicia hoje seria composta de cinco dias de enorme volatilidade.

Pode até ser que isso aconteça, mas não pelos motivos imaginados naquela época.

Na ocasião, ainda não estava certo se Lula disputaria a presidência e se haveria um candidato liberal com chances de vencer e de fazer as reformas política, fiscal, previdenciária e administrativa, das quais o Brasil precisa desesperadamente.

Pois bem, a seis dias da votação, já se sabe que Jair Bolsonaro será o presidente. É este o único cenário que estou estudando.

Do lado perdedor, há dois tipos de eleitores: os petistas de carteirinha e os antibolsonaristas de fé. Este segundo grupo está encolhendo a olhos vistos.

Em várias comunidades de renda baixíssima, Bolsonaro já vence Haddad. Nas favelas do Rio de Janeiro, dominadas por traficantes ou milicianos, nem se fala.

Leia Também

Só que o campo dos derrotados não interessa ao mercado, justamente porque será derrotado, após 16 anos de governo PT − não podemos nos esquecer que Michel Temer era vice na chapa de Dilma, tanto em 2010 como em 2014.

Vamos ao que importa: os vencedores.

O maior grupo de eleitores do Brasil

Se há gente tão chata quanto os fanáticos petistas, estes são os fanáticos bolsonaristas (ou bolsonarianos; o vocábulo ainda não chegou aos dicionários). E não são eles que irão eleger o capitão. Este subirá a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro de 2019 amparado pelos antipetistas, o maior segmento eleitoral do Brasil.

Sim, boa parte desse pessoal a quem o petismo causa urticária vota no capitão apenas para se livrar da turma do Mensalão, do Petrolão, dos invasores de terra, da anarquia e da gatunagem que tomou conta do Brasil nos últimos tempos.

Vejamos porque acho que esta semana não será decisiva. Isso só acontecerá quando ficar óbvio que o capitão fará as reformas necessárias, nelas incluídas o enxugamento do Estado, privatizações em massa, alteração nos sistemas previdenciário, trabalhista e fiscal.

Os civis e militares que apoiam Jair Bolsonaro estão sempre enviando mensagens conflitantes, muitas de um nacionalismo estilo Ernesto Geisel, o grande propulsor das estatais mastodônticas brasileiras.

Digamos que Paulo Guedes, o “Posto Ipiranga”, consiga impor suas ideias na economia. Não podemos nos esquecer que elas incluem as privatizações do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Petrobras, da Eletrobras, entre outras.

Isso seria simplesmente a coisa mais bullish que poderia acontecer no mercado de ações brasileiro. Estou falando da entrada nos cofres do Tesouro de valores que poderiam chegar a R$ 1 trilhão.

Nessa hipótese de privatização das quatro grandes, elas, só em impostos, arrecadarão, além do trilhão acima mencionado, valores muito maiores do que pagavam em dividendos. Isso aconteceu com a Companhia Vale do Rio Doce, desestatizada em maio de 1997, durante o governo FHC.

Se Paulo Guedes prevalecer, 200 mil pontos são pouco para o Ibovespa.

Discursos contraditórios

Só que as coisas não são bem assim. Jair Bolsonaro tem dito e repetido diversas vezes que é contra a privatização de estatais estratégicas, conceito que, se interpretado de uma maneira muito abrangente, poderá deixar de fora as empresas que realmente têm valor.

Não há de ser o fechamento do escritório do trem-bala Campinas/São Paulo/Rio que irá sanear as finanças.

Vejamos as ideias de alguns generais que cercam o candidato do PSL. Nem vou mencionar o Hamilton Mourão, que será eleito vice-presidente. Ele só está ali porque o senador Magno Malta recusou a candidatura, assim como aconteceu com a advogada Janaina Paschoal. Fora o príncipe Luiz Phlippe de Orleans e Bragança, que atrasou duas horas para o registro de sua candidatura.

Bolsonaro olhou para o lado, viu Mourão e disse algo como: “Vai você”.

Mas não é difícil isolá-lo durante quatro anos no recôndito do Jaburu.

Mas tratemos dos generais de Bolsonaro:

Augusto Heleno Ribeiro Pereira, 70 anos, coordenador do programa de governo e provável ministro da Defesa. Primeiro comandante das forças da ONU no Haiti, dificilmente ele causará problemas para o capitão.

A bronca do general Heleno é com os índios. Acha que as terras demarcadas para eles são extensas demais.

Certa ou errada, essa linha de pensamento não altera o ânimo do mercado nem pra cima nem pra baixo, embora vá deixar muito cacique zangado e pintado para a guerra.

O general Oswaldo Ferreira, provável ministro de Infraestrutura, tem como grande ambição o término das obras de Angra 3. “Mas com que dinheiro?”, pergunto eu.

A usina está com 60% de suas obras prontas, já recebeu 10 bilhões de investimentos. Só que faltam mais 17 bilhões para a conclusão do projeto, valor esse que, de acordo com o general Ferreira, poderia ser obtido através de uma parceria com a China.

Acontece que Bolsonaro tem bronca dos chineses (“eles querem comprar o Brasil”) e aí surgirá um impasse.

O terceiro general, cotado para ministro da Educação do novo governo, é Aléssio Ribeiro Souto. Entre outras ideias pouco convencionais, Souto acha que o criacionismo deve ser ensinado nas escolas.

Guedes ou Geisel?

A eleição de Jair Bolsonaro pode dar um impulso gigantesco ao mercado de ações. Mas, antes que esse avanço ocorra, é preciso saber se vamos ter o liberalismo de Paulo Guedes ou uma nova versão do governo Geisel que, entre outros pecados, ignorou por muito tempo o primeiro choque do petróleo, do mesmo modo como Lula chamou a crise do subprime de “marolinha”. E deu no que deu.

Nada disso será decidido nestes últimos cinco dias úteis antes do segundo turno das eleições.

Essa é a razão pela qual eu confio desconfiando nas mudanças da economia e na aprovação das reformas, sem as quais o Brasil não sairá do lugar.

Bobagem apostar na Bolsa Bolsonaro (com perdão pelo trocadilho) esta semana. Tudo de bom que ela contém já está embutido no preço das ações. Resta saber se teremos um avançado Paulo Guedes ou um retorno anacrônico de Adão e Eva aos livros escolares.

Nem o Papa Francisco defende mais essa lorota.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PESQUISA

Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde

28 de abril de 2025 - 18:13

Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

Conteúdo Empiricus

Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são

25 de abril de 2025 - 14:58

Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

DINHEIRO CHEGANDO

Copel (CPLE6) vai distribuir R$ 1,25 bilhão em dividendos; confira quando essa bolada vai pingar na conta e quem mais paga

24 de abril de 2025 - 18:59

A maior fatia dos proventos é da Copel, referentes a proventos adicionais, enquanto a Magazine Luiza distribui proventos referentes ao lucro de 2024

Conteúdo Empiricus

‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado

24 de abril de 2025 - 10:00

CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

DE VOLTA AO JOGO

Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor

22 de abril de 2025 - 14:31

Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

RESUMO DA SEMANA

Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana 

18 de abril de 2025 - 11:34

Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou

ALÍVIO

Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano

17 de abril de 2025 - 17:03

Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

MEXENDO

Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia

16 de abril de 2025 - 11:05

Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

MERCADOS HOJE

Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta

14 de abril de 2025 - 11:27

Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje

14 de abril de 2025 - 8:46

Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar