O fundo que ficou conhecido como calça de veludo ou bunda de fora
Uma história de um projeto de alto risco que fez sucesso no mercado
Na época em que eu era diretor da distribuidora de valores FNJ, no Rio, resolvemos criar um fundo fechado de alto risco. O próprio nome já dizia tudo: Fundo de Investimentos FNJ de Alto Risco.
Para não ser objeto de reclamações de investidores (“especuladores” seria o termo mais adequado para o perfil dos cotistas que desejávamos captar), no próprio termo de adesão o interessado tinha de declarar que sabia que poderia perder todo o dinheiro aplicado. E que as chances de isso acontecer eram muito grandes.
A estratégia era comprar calls e puts super out of the money (ou “fora do dinheiro”, como se abrasileirou agora) e com pequeno time value, portanto, prestes a vencer. Nosso objetivo era ter um lucro fenomenal. Se não conseguíssemos, paciência.
Curiosamente, muita gente aderiu ao fundo. A maior parte dos cotistas era composta de traders da própria FNJ e de profissionais de outras instituições financeiras. Gente que topava arriscar uma merreca para tentar dar uma porrada.
Logo o fundo ganhou um apelido: Calça de veludo ou bunda de fora, ou simplesmente Calça.
“Como está a cota do Calça?”, um aplicador ligava perguntando.
Leia Também
“Ih, ferrou, cara. A maior parte das calls e puts virou pó. A cota fechou ontem a dois centavos. O caixa que sobrou não dá para aplicar em nada. Estamos aguardando a entrada de novos recursos para fazermos alguma coisa.”
Como só tinha profissa, ninguém reclamava. Com o passar do tempo, o Calça deixou de ser novidade e a entrada de recursos diminuiu muito. Mas sempre vinha algum. Afinal de contas, era melhor pôr dinheiro ali do que, por exemplo, apostar na loteria esportiva.
Então aconteceu...
Eu havia aplicado todos os recursos do fundo numa opção de compra de Vale do Rio Doce que venceria no pregão seguinte. Para que desse exercício, precisaria que a Vale subisse no mínimo uns seis por cento. Passou de onze!!!
Tudo por causa de uma inesperada maxidesvalorização do cruzeiro. Eu não me lembro exatamente dos números, mas a cota subiu algo como de cinco centavos para 25 cruzeiros. Ninguém ganhou uma fortuna porque ninguém aplicava muito. Mas muita gente pôde, com isso, comprar um carro zero ou passar férias na Europa. Por conta do Calça.
Mesmo aqueles que já tinham perdido quase tudo em lances anteriores, mantinham um ínfimo resíduo de cotas, cujos valores nunca chegavam a zero. Pois até esses conseguiram tirar uma graninha para algo como viajar para um resort do Nordeste no fim de semana.
Como seria de esperar, a partir daquela tacada, choveu dinheiro no Fundo FNJ... no Calça.
Costuma-se dizer que o mercado é uma combinação de ganância e medo. Pois deveríamos acrescentar a inveja. Entre os traders do Rio e de São Paulo, os que ficaram de fora daquela parada (vale dizer, quase todo mundo) resolveram aplicar forte.
“Se aquele cagão do Abelardo aplicou 50 mil cruzeiros (equivalentes a cem dólares; sim giovinezza, nós já tivemos uma baita inflação) e ganhou cinco milhões (dez mil dólares)”, deduziu um ‘ganancio-invejoso’ , “basta eu pôr uma quina (meio milhão) e ficar repetindo isso todo mês. Na hora que o Calça der a próxima porrada, vou ficar rico.”
Honestamente, quando começou a chover dinheiro, nós, os gestores, ficamos com medo. Porque sabíamos que a possibilidade de acontecer novamente era muito remota. E agora os caras estavam entrando pra valer. Por isso, mudamos o approach. Nossos out of the money já não eram tão outs assim. As chances de um acerto se repetir ficaram maiores. Mas o resultado seria muito menor.
Fomos salvos pelo Banco Central, que proibiu expressamente fundos de alto risco (já estavam surgindo outros) e determinou que todos os fundos fechados, independentemente de quaisquer cláusulas aceitas pelos cotistas, teriam de cumprir as regras dos fundos em geral: diversificação, limites por empresa, etc.
Devolvemos o dinheiro dos aplicadores e fechamos o Calça de veludo, não sem uma ponta de tristeza. Isso não impediu que eu continuasse com o meu Calça particular, pois sempre fui chegado a uma call ou put out of the money e até mesmo a algumas deep out of the money. Isso até acontecer uma das maiores frustrações de minha vida de trader.
Decepção
Em 1987, eu estava convicto de que a Bolsa de Valores de Nova York sofreria um crash. Naquela ocasião, eu escrevia uma newsletter mensal, a Relatório FNJ, e antecipei esse crash para meus assinantes. Me baseara em um artigo do economista John Kenneth Galbraith que jurava que a queda seria similar à de 1929.
Para o vencimento Setembro, apliquei o que tinha e o que não tinha em puts fora do dinheiro (pronto, estou me abrasileirando) do S&P 500 na bolsa de futuros de Chicago.
Chegou o vencimento e, como a bolsa não caiu, minhas opções viraram pó. Só me restava fazer a rolagem, comprar puts para dezembro. Só que aí o time value tinha muito valor, que se refletia no preço das opções. Resolvi esperar um mês, um mês e pouco, para adquirir as puts.
Veio então a sexta-feira 16 de outubro de 1987 e o mercado levou um tombo colossal. Mais importante: fechou nas mínimas do dia, da semana, do mês, do ano. Quem examinou os gráficos após o fechamento percebeu que o crash do Galbraith aconteceria na segunda-feira, dia 19. E eu, zerado. Amanheceu a segunda, que até hoje os historiadores do mercado chamam inimaginosamente de Black Monday, e o S&P já abriu com um gap de 25%. Isso mesmo, 25% abaixo do fechamento da sexta.
Se eu tivesse rolado minha posição um mês antes, pagando o pedágio do tempo, teria ganho alguns milhões de dólares.
Perdi completamente o entusiasmo pela profissão de trader que, àquela altura, já exercia há 29 anos. Concluí que o mercado era claramente dividido entre winners e losers e que eu pertencia à segunda classe.
Fui salvo pelo grande bull market da soja, menos de um ano depois, quando dei a grande tacada de minha vida. Foi meio por sorte, meio por desespero.
O certo é que multipliquei meu dinheiro e o dos clientes cujas carteiras administrava por 50, isso em pouco mais de um mês.
Sem que o Banco Central pudesse fazer nada a respeito, o Calça de Veludo ressuscitara.
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
Convocação da Seleção Brasileira: veja onde assistir ao vivo à última lista de Ancelotti em 2025
A última convocação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira acontece nesta segunda (3); veja o horário e onde assistir ao anúncio ao vivo
Receita coloca organizações criminosas na mira e passará a exigir o CPF de todos os cotistas de fundos de investimentos; entenda o que você precisa fazer
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa foi inspirada na Operação Carbono Oculto, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro do PCC por meio de fundos de investimento
Sorteios das Loterias Caixa têm novo horário a partir de hoje (3); veja como ficam os sorteios da Mega-Sena e outros jogos
Mudança em horário de sorteio das loterias começa a valer nesta segunda-feira (3); prazos para apostas também foram atualizados
Maré baixa para fundos de infraestrutura isentos de IR, dados de PMI, e o que mais o investidor precisa saber hoje
Rentabilidade das debêntures incentivadas, isentas de IR, caiu levemente mês passado, mas gestores se preocupam com ondas de resgates antecipados; investidores também estão de olho em dados econômicos internacionais e na fala de dirigente do Fed
Decisão do Copom, balanço da Petrobras (PETR4) e mudança de horário das bolsas — confira a agenda econômica da semana
A temporada de resultados pega fogo aqui e lá fora, enquanto a política monetária também dá o tom dos mercados no exterior, com decisão na Inglaterra, discursos do BCE e ata do BoJ
Horário de verão na bolsa? B3 vai funcionar por uma hora a mais a partir desta segunda-feira (3); entenda a mudança
A Bolsa de Valores brasileira ajusta o pregão para manter sincronia com os mercados de Nova York, Londres e Frankfurt. Veja o novo horário completo
Mega-Sena começa novembro encalhada e prêmio acumulado já passa dos R$ 40 milhões
Se a Lotofácil e a Quina entraram em novembro com o pé direito, o mesmo não pode ser dito sobre a Mega-Sena, que acumulou pelo terceiro sorteio seguido
Quina desencanta e faz 19 milionários de uma vez só, mas um deles vai ficar bem mais rico que os outros
Depois de acumular por 14 sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio das loterias sorteadas pela Caixa na noite de sábado, 1º de novembro
Lotofácil entra em novembro com o pé direito a faz um novo milionário no Nordeste
Ganhador ou ganhadora Lotofácil 3528 poderá sacar o prêmio a partir de amanhã, quando vai mudar o horário dos sorteios das loterias da Caixa
De hacker a bilionário: o único não herdeiro na lista de ricaços brasileiro antes dos 30 da Forbes construiu seu patrimônio do zero
Aos 28 anos, Pedro Franceschi é o único bilionário brasileiro abaixo dos 30 que construiu sua fortuna do zero — e transformou linhas de código em um império avaliado em bilhões
Caixa abre apostas para a Mega da Virada 2025 — e não estranhe se o prêmio chegar a R$ 1 bilhão
Premiação histórica da Mega da Virada 2025 é estimada inicialmente em R$ 850 milhões, mas pode se aproximar de R$ 1 bilhão com mudanças nas regras e aumento na arrecadação
Quina acumula de novo e promete pagar mais que a Mega-Sena hoje — e a Timemania também
Além da Lotofácil e da Quina, a Caixa sorteou na noite de sexta-feira a Lotomania, a Dupla Sena e a Super Sete