Trump pressiona a Europa no comércio e acaba sobrando para o Brasil
Estados Unidos assumiu a posição de maior exportador de soja para a Europa, deixando o Brasil para trás

Nuvens carregadas no horizonte econômico brasileiro. O país vem perdendo espaço significativo no comércio europeu desde que o presidente americano Donald Trump passou a pressionar o velho continente para comprar produtos dos Estados Unidos.
Trump ameaçou, e a Europa aumentou suas compras de produtos americanos, deixando o Brasil para trás e perdendo a posição de maior fornecedor de soja para o mercado europeu. Dados publicados pela Comissão Europeia nesta quinta-feira, 20, apontam que a exportação de soja dos EUA já atende 52% do mercado do bloco entre julho e setembro de 2018. No mesmo período de 2017, essa taxa era de apenas 25%.
Foi uma mudança para lá de expressiva. Em apenas um ano, as importações da soja americana aumentaram em 133% por parte dos europeus. No total, os produtores dos EUA exportaram 1,4 milhão de toneladas no período dos três meses avaliado por Bruxelas.
Nesse esquema, sobrou para o Brasil a fatia de apenas 39% do mercado de soja local, segundo maior exportador. O terceiro colocado é o Canadá, com apenas 2,3% do mercado, taxa similar à do Paraguai.
Para se ter uma ideia do tropeço brazuca, entre julho e setembro de 2017, o Brasil exportava 1,2 milhão de toneladas, representando 48% de todas as compras europeias. O Paraguai ainda vendia 500 mil toneladas e abarcava 20% do mercado da UE.
Em 2018, porém, a taxa de participação do Brasil caiu para 39%, com 1,1 milhão de toneladas vendidas. Já a participação do Paraguai foi cortada em quase 90%. Bom para Trump, que na pressão fez uma ultrapassagem digna de cinema.
Leia Também
A (velha?) culpa do preço
Os europeus insistem que a opção pela soja americana tem uma relação com o preço, mais competitivo neste ano que o restante da soja sul-americana. A exportação americana estaria custando 338 euros por tonelada, contra 359 euros do produto vendido pelo Brasil.
Mas, num comunicado de imprensa, Bruxelas deixou claro que o movimento atendia a um pacto entre os dois aliados do Atlântico Norte.
Em julho, na esperança de fortalecer a relação entre Bruxelas e Washington e evitar uma retaliação da Casa Branca contra os produtos europeus, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, e o presidente americano Donald Trump assinaram um compromisso de aumentar o comércio em várias áreas. A soja era um dos setores no alvo dos americanos.
Um mecanismo de acompanhamento foi criado e, agora, Bruxelas quer mostrar à Casa Branca que está cumprindo sua parte de incrementar a compra de bens americanos.
"Estamos comprometidos em cumprir nosso compromisso feito pelo presidente Juncker para aumentar o comércio, em especial sobre a soja", disse o comissário de Agricultura da UE, Phil Hogan. "Isso reflete nossa parceria de longa data no comércio e o potencial de atingir muito mais", apontou.
A pressão americana aos europeus ainda ocorre no mesmo momento em que Mercosul e UE praticamente abandonaram uma vez mais o diálogo sobre a criação de um acordo de livre comércio. O objetivo do presidente Michel Temer era o de fechar seu governo com a assinatura do entendimento, negociado já durante 18 anos.
Mas uma oferta abaixo do esperado pelos europeus impediu que o Mercosul pudesse, na semana passada, aceitar os termos do entendimento.
De acordo com o levantamento, a UE hoje importa 14 milhões de toneladas de soja por ano, principalmente como fonte de proteína para alimentar galinhas, porcos e gado, assim como para a produção de leite.
*Com Estadão Conteúdo.
China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril
Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
O recado de Ratinho Júnior: Brasil não deve exportar milho e soja para “engordar rebanhos asiáticos”
Na visão do governador do Paraná, a produção da carne gera muito mais capital do que o envio de grãos por navios
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
O dia em que parte da Europa parou: Portugal, Espanha, França e mais três países ficam no escuro
Até o torneio de tênis precisou ser interrompido, com os jogadores retirados de quadra; um fenômeno atmosférico raro teria provocado a falta de luz