🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Vendendo a Nova Previdência

Em evento em Brasília, Guedes defende capitalização e Maia fala em “reforma que beneficia a todos”

Ministro da Economia afirmou que há de se ter a coragem de fazer o que tem de ser feito, mas que “não tem problema” se o Congresso diluir a reforma

Eduardo Campos
Eduardo Campos
8 de abril de 2019
18:47 - atualizado às 12:52
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender o regime de capitalização para a Previdência, dizendo que se o Congresso não entregar a economia que se acha razoável, estaremos prejudicando as gerações futuras.

Segundo Guedes, temos de ter a coragem de fazer o que tem de ser feito, mas que “não tem problema” se o Congresso fizer uma reforma mais diluída, pois “não tem capitalização”.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro deu uma “canelada” no ministro ao falar que os deputados devem derrubar a capitalização e que ele seria favorável a uma reforma mais simples.

Guedes participa de evento promovido pelo “O Globo e Valor Econômico” e chegou defendendo seu R$ 1 trilhão em economia ao ser perguntado se teria jogado a toalha na economia fiscal com a reforma.

Ainda na sua fala inicial, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Guedes disse que a Previdência é uma fábrica de privilégios e desigualdades.

“Nossa reforma vai em cima de quem ganha mais. No fim, um gari ou deputado vão terminar do mesmo jeito. Não é verdade que a reforma prejudica os pobres”, afirmou.

Leia Também

Guedes também votou a dizer que não já problema nenhum de termos no poder uma aliança de centro-direita.

“Estou em uma democracia vibrante, acredito no trabalho da mídia, congressistas, estamos desenvolvendo as instituições. Não tem porque ter preocupação com a eleição de centro-direita”, disse.

Segundo o ministro, o maior vilão dos últimos 40 anos de história republicana é o descontrole do gasto público.

Assim, a Previdência é o primeiro “ataque”, depois está a redução de gastos com juros via privatizações. Depois tem a redução do gasto com funcionalismo público via aumento de eficiência e maior tecnologia no Estado.

No lado tributário, Guedes falou em simplificar e reduzir isenções até chegar ao momento de promover redução de alíquotas para todos. Ele voltou a lembrar que parte não paga pois consegue benefícios e outra parte prefere pagar ao advogado que ao governo.

Guedes voltou a falar do grande poder do presidente e do ministro da Economia, que basta apontar que sai um estádio de futebol, portos em países amigos e a maior empresa de proteína animal do mundo. “Tá errado esse troço, ninguém pode ter tanto poder. Poder político tem que ser limitado”, disse.

Sobre redução de tarifas externas, Guedes falou em redução gradual, pois ainda não houve mudança nos impostos. “Somos liberais, mas não somos idiotas”, disse.

Segundo o ministro, a abertura comercial vai pegar no último ano de governo.

Guedes disse que “vamos levantar caixa o suficiente para ninguém ficar em dúvida”. Na sequência falou na devolução dos R$ 126 bilhões pelo BNDES, outros R$ 80 bilhões via privatizações, mais R$ 80 bilhões de instrumentos hibridos de crédito que estão em bancos públicos. A Caixa e o BB vão vender subsidiária para me pagar. Paguem a União.”

Guedes falou que achava que a transição seria serena, para um governo de centro-direita, mas se disse “absolutamente confiante no nosso papel, cada um fazendo seu papel. Não tenho medo de nenhum desvio com relação a isso. Somos democracia abusada, duas hiperinflações, e saímos do lado de lá”.

Maia: todo mundo vai ter que ajudar

Em sua fala inicial, Maia afirmou que a Câmara dos Deputados nunca será um instrumento para gerar problemas na questão fiscal do Brasil. Como exemplo, ele citou medida do Funrural, que teria impacto de R$ 30 bilhões e foi pedida por Bolsonaro para ser votada, mas que ele preferiu não colocar em votação.

Maia falou que “fomos capturados pelas corporações públicas e privadas, o Orçamento público atende a pouca gente”, existindo um divórcio grande entre a economia e a sociedade.

Com isso, disse Maia, a política perdeu as condições de responder às demandas da sociedade.

Sobre a agenda de reformas, Maia afirmou que “todo mundo vai ter que ajudar, do PT ao PP ou quem vai pagar é a sociedade e a política, divorciada dos interesses do cidadão brasileiro”.

Para Maia, a política precisa volta a cumprir seu papel, apesar de refutada pela sociedade. Mas o STF também tomou decisões ruins, disse o presidente da Câmara, que amarraram o orçamento e fortaleceram as corporações públicas, como mudanças na LRF e salários acima do teto.

Guedes aposenta função de coordenador

Na parte de perguntas e respostas, Guedes disse não ter a pretensão de ser coordenador político. “Vocês viram meu desempenho lá”, disse em referência à CCJ e tirando risos da plateia.

“Coordenação da Reforma está em excelentes mãos com o Rogério Marinho, o Bruno Bianco, timaço. Sou animal de combate, não sou animal para fazer essa coordenação. Sou animal de economia”, disse, complementando que “acho que sou um defensor, honesto, de algumas propostas, de uma agenda”.

Perguntado sobre eventuais pretensões políticas, depois de manifestantes gritaram seu nome em eventos no fim de semana, Guedes disse que “ministro da Economia aplaudido já é raro, aplaudido por medida impopular como reforma da Previdência é incompreensível”.

Para Guedes, tal fato só pode ser explicado pela existência de uma compreensão maior da população dos atuais conflitos que temos na economia. “A reforma faz ajuste no passado, mas deixa uma porta aberta para o futuro com o regime de capitalização”, voltou a dizer.

“Sem reforma da Previdência, ministro da Economia tem que devolver o Orçamento para a classe política. Essa é a reabilitação da classe política”, disse.

R$ 1 trilhão para Bolsonaro

Maia foi perguntado sobre notícia que circulou no fim de semana, de que os deputados não querem dar uma reforma de R$ 1 trilhão para Bolsonaro, temendo que ele fique muito forte em eventual reeleição.

Para o presidente da Câmara, tudo mundo fica forte com a aprovação de uma reforma da Previdência. Além disso, Maia disse que o sistema atual é feito por presidentes reeleitos e que seria natural Bolsonaro ganhar novas eleições se fizer um bom mandato.

“Não vejo isso como um problema”, disse.

Para Maia, abrir mão de uma reforma que fará o país voltar a crescer e ter investimentos porque o Bolsonaro pode ser reeleito, mostra total falta de compreensão do atual momento político brasileiro.

De acordo com ele, há uma transição no Brasil e em outros países como EUA, mas esses movimentos “se prepararam para tirar algo do lugar e não se prepararam para colocar algo no lugar”.

Na sequência, disse que não adianta cobrar nada de Bolsonaro com três meses, mas são mudanças que estão ocorrendo e contestando o ideal de democracia liberal.

Para Maia, esses movimentos não podem relegar uma democracia mais fraca.

Respeitar para ser respeitado

Novamente questionado sobre articulação política, Paulo Guedes disse que o desafio é de todos nós e que há uma lei básica, que é respeitar para ser respeitado e que vale para os dois lados, para tudo mundo. “Se o presidente não respeitar a política, a política não vai respeitá-lo”, disse.

Para o ministro, os atritos políticos são um choque de acomodação. E Bolsonaro tem de manter sua base mobilizada, pois o adversário (PT) faz e fez isso muito bem.

“Realmente estou confiante quanto à dinâmica. Eu quero R$ 1 trilhão, para ter capacidade de fazer transição, algo que vai beneficiar os futuros governos”, disse.

Guedes também disse que “não saio na primeira derrota”. Sobre segunda ou terceira derrota, disse que depende da qualidade da derrota. "Vai ver todo mundo está feliz em crescer 0,6% e eu estou errado."

O ministro também pontuou que a queda de popularidade do governo “não assusta” e que o jogo segue adiante. “O Congresso vai fazer a parte dele. Uma reforma será aprovada. Não tenho dúvida disso. Haverá mobilização de Estados e municípios”.

Para o ministro, Bolsonaro entendeu que “tem que governar com todo mundo”, depois da crise de acomodação e que novos interlocutores vão fazer a nova política. “A mídia será construtiva, o Congresso será construtivo”, disse.

“Não há razão para acharmos que a coisa vai degringolar. Vou dar meu melhor esforço”, disse, complementando que o máximo que vai fazer se achar que “coisa vai para a bagunça” é ir embora para casa.

Paulo Guedes também disse que nunca ficou uma noite sem dormir por causa do ambiente político. Para ele, Maia e Bolsonaro tentam se comunicar, “vejo como um minueto”.

“Um é mais duro nos modos, mas sabe, viveu aqui muito tempo, o outro pode ser suave nos modos, mas sabe dar canelada bem dada. Mas é o mundo político. É uma crise de acomodação”, disse Guedes, complementando que “o que me aborrece é achar que estou fazendo algo que ninguém quer”.

Para Maia, a queda de popularidade do governo também atinge o Parlamento. “Nós também temos responsabilidade”, disse, lembrando que toda a população vive em um recessão faz cinco anos.

Voltando à articulação política, Maia disse que segue defendendo a reforma, mas que não articula como vinha fazendo, pois achava que Bolsonaro defenderia um modelo de coalizão, com o Legislativo participando e atuando junto com o Executivo. Mas o presidente disse que não quer esse modelo e ele pode até estar certo, segundo Maia.

Mas o presidente da Câmara disse que “não vou ser mulher de malandro, apanhar e ficar achando que está bom”.

Rodrigo Maia disse estar estimulado pela agenda do governo é que continuará sendo um defensor da reforma da Previdência em qualquer ambiente. “Mas não tenho as condições de ser articulador político que tinha há duas semanas. Perdi as condições de cumprir o papel porque fui mal compreendido”, disse.

Ainda de acordo com Maia, a data para a votação da reforma é irrelevante, o importante é conseguir a economia de R$ 1 trilhão.

Maia também disse que não fala mais sobre prazos e votos. Se o governo quiser votar em 15 de junho, Maia disse que pode votar, mas se ganha ou não, tem de se perguntar ao ministro Onyx Lorenzoni.

Nova política

No fim do evento, no famoso “quebra-queixo”, perguntei a Maia se o presidencialismo de coalizão acabou, como ele sugeriu ao longo de sua fala no evento.

“Imaginei que o diálogo era em um caminho, o presidente decidiu no outro. Acho corretíssimo, democrático, respeito. Claro, cabe a ele, agora, junto com os ministros e líderes organizarem uma pactuação, uma convergência com relação a uma agenda, começando pela Previdência. Mas é claro que uma eleição em um outro formato, que abre um novo ciclo, abre uma nova relação. Acho que é legitimo”, disse.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
HORA DE BATER O MARTELO

Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo

16 de abril de 2025 - 11:44

No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

AUMENTO DA ISENÇÃO

Tabela progressiva do IR é atualizada para manter isento quem ganha até 2 salários mínimos; veja como fica e quando passa a valer

14 de abril de 2025 - 11:47

Governo editou Medida Provisória que aumenta limite de isenção para R$ 2.428,80 a partir de maio deste ano

ÚLTIMO ROUND

Eletrobras (ELET3) convoca acionistas para aprovar acordo com governo federal e encerrar disputa

11 de abril de 2025 - 15:00

A União ingressou em 2023 com ação questionando dispositivo do estatuto da Eletrobras que limitou a 10% o poder de voto de qualquer acionista

DANÇA DAS CADEIRAS

Sai Durigan, entra Anelize: Banco do Brasil (BBAS3) convoca assembleia de acionistas para trocar 5 dos 8 membros do conselho; veja as indicações

8 de abril de 2025 - 13:20

Colegiado passará por mudanças depois de governo Lula ter manifestado a intenção de trocar liderança do conselho; reunião está marcada para 30 de abril do Banco do Brasil

DIA 73

A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC

2 de abril de 2025 - 20:54

O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa

2 de abril de 2025 - 8:13

Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA

DIA 72

Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA

1 de abril de 2025 - 19:32

Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas

O QUE SABEMOS ATÉ AGORA

Isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil: o que muda para cada faixa de renda se proposta de Lula for aprovada

18 de março de 2025 - 18:43

Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, governo prevê redução de imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; já quem ganha acima de R$ 50 mil deve pagar mais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços

17 de março de 2025 - 7:59

Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China

MENSAGEM DA DISCÓRDIA

Comissão confirma votação do Orçamento na próxima semana depois de suposto adiamento; entenda o que causou a confusão

15 de março de 2025 - 16:01

Congresso vem sendo criticado pela demora na votação; normalmente, o orçamento de um ano é votado até dezembro do ano anterior

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale

21 de fevereiro de 2025 - 8:03

Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda

APOSENTADOS NO MUNDO

Nova reforma da previdência? Aposentadoria pública brasileira é uma das menos sustentáveis do mundo; veja ranking dos melhores sistemas

21 de fevereiro de 2025 - 7:03

Apesar da necessidade de mais reformas, Previdência Social do Brasil tem a maior taxa de benefícios do mundo e alta cobertura da população, mostra levantamento da seguradora Allianz

EXPLORANDO OPORTUNIDADES

De olho no Brasil e na América do Sul, UBS investe na gestora de Paulo Guedes e de ex-presidente do BNDES

20 de fevereiro de 2025 - 10:49

Aquisição de participação minoritária ainda está sujeita a aprovações regulatórias

PESQUISA

Datafolha: Aprovação de Lula cai ao pior patamar de todos os seus mandatos, enquanto rejeição bate recorde; veja os números

14 de fevereiro de 2025 - 17:56

Queda de 11 pontos em dois meses é inédita, segundo a pesquisa feita com 2.007 eleitores em 113 cidades do Brasil

A CONTA FECHA?

Haddad apresenta nova estimativa de corte de gastos em meio a negociações para aprovar Orçamento de 2025

12 de fevereiro de 2025 - 8:58

Nova estimativa da Junta de Execução Orçamentária agora prevê economia de R$ 34 bilhões em 2025, segundo Fernando Haddad

TÁ NO AR

Governo divulga resultados individuais do “Enem dos Concursos”; veja como conferir se você foi aprovado no Concurso Público Nacional Unificado

4 de fevereiro de 2025 - 13:47

A divulgação dos resultados do “Enem dos Concursos” veio em meio a polêmicas sobre as avaliações. Já a lista definitiva ainda será publicada

SALDO POSITIVO

Fim da polêmica? Transações por Pix voltam a aumentar na segunda metade de janeiro após onda de polêmicas e fake news

28 de janeiro de 2025 - 19:11

Onda de notícias falsas sobre taxação do Pix fez o volume de transações cair 13,4% no início do mês, em meio à polêmica com instrução normativa da Receita Federal

VEM PRO BRASIL

Viagem de avião, voo internacional: Turistas estrangeiros gastaram mais de US$ 7 bilhões em 2024, maior valor em 15 anos

25 de janeiro de 2025 - 10:49

Uma das apostas do governo para elevar o número de turistas estrangeiros no país é a regulamentação da reforma tributária; saiba como

EFEITOS DA REFORMA

O polêmico veto de Lula: como a possível taxação dos fundos imobiliários pode impactar o investimento em FIIs

23 de janeiro de 2025 - 7:17

Em relatório, o BB Investimentos lista as possíveis consequências do dispositivo que obrigaria os FIIs a pagarem impostos de consumo; advogado critica aumento da complexidade tributária

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar