Após tempestade perfeita, ações da Embraer (EMBR3) têm potencial de alta de até 159%, diz JP Morgan
O banco prevê um cenário macroeconômico mais difícil em 2023, mas espera que os resultados do quarto trimestre deste ano sejam suficientes para levantar voo e melhorar as receitas da companhia

Um raio de sol surge em meio aos céus nublados da Embraer (EMBR3). Após a forte queda das ações no ano e o prejuízo líquido de R$ 160,4 milhões reportado no terceiro trimestre, a fabricante brasileira de aeronaves deve viver dias melhores no próximo ano, na visão do JP Morgan.
Em relatório, o banco prevê um cenário macroeconômico mais difícil em 2023, mas espera que os resultados do quarto trimestre deste ano sejam suficientes para levantar voo e melhorar as receitas da companhia.
O JP Morgan manteve a recomendação de compra dos papéis da Embraer e aumentou o preço-alvo de R$ 34,00 para R$ 35,00 para 2023. Ou seja, trata-se de um potencial de valorização de 159% em relação ao fechamento anterior do Ibovespa.
Por volta das 12h50, as ações da Embraer (EMBR3) operavam em alta de 1,55%, negociadas a R$ 13,75.
Embraer (EMBR3) enfrenta tempestade perfeita
No acumulado do ano, a Embraer amarga uma perda de superior a 30% na B3. Em geral, o banco atribui a “tempestade perfeita” que abateu a empresa na bolsa a:
- Turbulência nas cadeias de suprimentos;
- Aumento de capital de Eve (a subsidiária responsável pelo projeto do “carro voador”) mais fraco do que o esperado em sua listagem, acompanhado de taxas de juros mais altas globalmente;
- Redução no contrato de entrega de aeronaves ao governo brasileiro;
- Revisão de contabilidade de Eve.
“Em nossa visão, o fluxo de notícias negativas sobre entregas e cadeia de suprimentos superou as notícias positivas sobre pedidos, bem como novos contratos no segmento de serviços e parcerias estratégicas, que a nosso ver darão suporte ao crescimento da empresa no longo prazo”, escrevem os analistas Marcelo Motta, Jonathan S. Koutras e Seth M. Seifman, que assinam o relatório.
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Por outro lado, a recomendação de compra dos papéis EMBR3 é sustentada, segundo o relatório, por três razões:
- Posição de liderança na aviação comercial regional, além de crescimento e recuperação mais rápidos em relação às viagens internacionais;
- Sólida recuperação dos resultados com avanço do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) em 30% ano a ano;
- Vantagens atraentes como os segmentos de Aviação Executiva e Serviços & Suporte.
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Expectativas para o 4º trimestre
Com a expectativa de entrega de 81 aeronaves entre setembro e dezembro deste ano, contra 69 no trimestre anterior, o JP Morgan prevê uma receita de US$ 1,9 bilhão no quarto trimestre, 4% acima do consenso de mercado.
Em outubro, a Embraer (EMBR3) anunciou que a partir do ano que vem vai ampliar sua presença nos céus europeus, mais especificamente na Bélgica. Isso porque o Grupo Tui, empresa alemã que opera no continente, encomendou três jatos E195-E2 da AerCap da fabricante brasileira que devem ser entregues no próximo semestre.
Perspectivas e riscos para 2023
Mesmo considerando o potencial de recessão global no próximo ano, os analistas do JP Morgan esperam que 2023 seja “um ano sólido” para Embraer, a partir dos seguintes fatores:
- Melhoria contínua nas cadeias de suprimentos e maior número de entregas — projeção de alta de 10% na comparação anual;
- Risco de upside em ordem de defesa, já que a companhia está desenvolvendo um navio-tanque americano com L3 Harris;
- Crescimento de serviços e suporte refletindo novos contratos e maturação da Indústria Aeronáutica de Portugal (OGMA), subsidiária da Embraer.
Além disso, o banco pontua que a Eve — fabricante de “carros voadores” e subsidiária da Embraer — “representa outra fonte de enorme vantagem para a empresa, já que a empresa está atualmente avaliada em US$ 2,1 bilhões”.
No longo prazo, os analistas projetam que a empresa deve se beneficiar do aumento da demanda por viagens domésticas mais curtas.
Contudo, o relatório também aponta uma possível incapacidade de sustentar a participação de mercado e as margens, dado o aumento da concorrência na aviação comercial no segmento de aeronaves de até 150 assentos. A recuperação abaixo do esperado ou uma rentabilidade menor também são potenciais riscos para a fabricante de aeronaves.
Por fim, novos investimentos sem financiamento claro, como o projeto Turbo Prop previsto para início de 2023 e uma possível deterioração nos fundamentos do mercado eVTOL (nome técnico do “carro voador”), podem prejudicar a empresa e pressionar a percepção do investidor em relação ao retorno de capital.
“Um consumo de caixa maior do que o esperado ou atraso no desenvolvimento de sua aeronave poderia impactar a percepção sobre o valor da Eve e, portanto, o potencial de criação de valor para a Embraer.”
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