Tarifas de Trump: o dia que o mercado caiu em uma fake news e não sabia que o pior estava por vir
Wall Street chegou a operar com alta de 1% por cerca de dez minutos nesta segunda-feira (7), mas a alegria durou pouco; entenda toda a confusão

Há quem diga que, assim como a tristeza, a felicidade não dura para sempre — mas o mercado financeiro não esperava que a alegria desta segunda-feira (7) duraria pouquíssimos minutos.
Pelo terceiro dia seguido, as bolsas globais abriram em forte queda, com as tarifas anunciadas por Donald Trump paralisando os investimentos em ativos mais arriscados ao redor do mundo.
Mas tudo mudou quando começaram a pipocar notícias na imprensa internacional afirmando que o governo norte-americano suspenderia a taxação por 90 dias.
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As bolsas reagiram na hora: Nova York zerou as perdas, chegando a operar com ganhos de 1%, com o Ibovespa acompanhando o repentino bom humor.
A felicidade dos investidores durou cerca dez minutos. Tratava-se de uma fake news.
"Fake news", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
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Tudo começou com uma entrevista de Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, à Fox Business.
Ele foi questionado sobre se Trump poderia conceder uma suspensão de 90 dias para os países tarifados. O telefone sem fio começou a tocar.
Imediatamente, nas redes sociais, os perfis começaram a publicar threads indicando que o governo norte-americano faria uma pausa de 90 dias na taxação, com exceção da China.
A Casa Branca desmentiu a notícia, publicando o trecho da entrevista de Hassett que não traz a confirmação da suspensão das tarifas.
O próprio Trump usou as redes sociais para repostar um vídeo da apresentadora da Fox Business, Maria Bartiromo, onde ela diz: “O presidente Trump não vai ceder”.
Pelo contrário. Trump dobrou a aposta.
Logo depois dessa confusão, veio o pior: o republicano ameaçou aumentar as tarifas sobre a China em mais 50% a menos que Pequim abandone as tarifas retaliatórias sobre as importações norte-americanas.
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A ação da China ocorreu "apesar do meu aviso" de que qualquer país que retaliar as tarifas dos EUA "será imediatamente confrontado com taxas novas e substancialmente mais altas, além das inicialmente definidas", escreveu Trump na Truth Social.
"Além disso, todas as negociações com a China sobre as reuniões solicitadas conosco serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente. Obrigado por sua atenção a este assunto!"
Trump deu até esta terça-feira (8) para a China recuar. Hoje, pelo o Nasdaq, conseguiu fechar no azul. Amanhã é outra história.
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