🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

O QUE PODE VIR POR AÍ

O que sabemos até agora sobre o aumento da tributação dos investimentos e o fim da isenção de IR de LCIs, LCAs e outros incentivados

Propostas precisarão passar pelo crivo do Congresso; veja quais já foram comentadas publicamente por Haddad e Hugo Motta e quais ainda estão no campo do rumor

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
9 de junho de 2025
20:57 - atualizado às 21:00
Lula e leão do imposto de renda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Shutterstock/Pixabay/Montagem Brenda Silva

O dia foi agitado para os investidores brasileiros, principalmente os de renda fixa, depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público adiantar algumas das medidas que haviam sido discutidas com líderes do Congresso na tarde de domingo (8) para substituir a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Entre as propostas, que serão apresentadas ao presidente Lula amanhã (10), figuram uma série de mudanças na tributação dos investimentos financeiros, incluindo o fim da isenção de imposto de renda dos títulos e fundos incentivados, a extinção da tabela regressiva das aplicações financeiras e a elevação da tributação de alguns rendimentos.

Algumas medidas foram mencionadas pelo próprio Haddad e outras pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.

É o caso do fim da isenção de IR das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que passariam a ser tributados em 5%.

Ainda seria uma alíquota inferior à das aplicações financeiras que nunca contaram com isenção, como os Certificados de Depósitos Bancários (CDB) e os títulos públicos. Mas a isenção de imposto de renda tem sido o grande chamariz para esses investimentos desde que eles foram criados.

Houve também aquelas medidas que ainda não são "oficiais" e que foram apuradas junto a fontes próximas da discussão pela imprensa especializada. Ou seja, ainda estão mais no plano do rumor.

Leia Também

Entre elas estão o fim da isenção das debêntures incentivadas e dos rendimentos de fundos imobiliários e fiagros, que também passariam a ser tributados em 5%; a elevação da alíquota de IR para ganhos com ações de 15% para 17,5%; o aumento da alíquota de IR de juros sobre capital próprio (JCP) de 15% para 20%; e o fim da tabela regressiva da renda fixa e dos fundos de investimento, que seria substituída por uma alíquota única de 17,5%.

É importante frisar que nenhuma dessas medidas, nem mesmo as já mencionadas por Haddad e Motta, são certas de entrar em vigor.

Elas teriam primeiro que integrar o texto da Medida Provisória (MP) que está sendo preparada pelo governo; depois, para virarem Lei, precisam passar por discussões e aprovação do Congresso. Se aprovadas ainda neste ano, entrariam em vigor apenas a partir de janeiro de 2026.

Os rumores dão conta também de que a tributação dos investimentos hoje isentos de imposto de renda não atingiria o estoque, isto é, as aplicações feitas até a entrada em vigor da medida, valendo apenas para novos investimentos.

Ainda há muita água para rolar embaixo desta ponte, e para especialistas é até difícil comentar alguma coisa, dado que não há sequer um texto definindo quais de fato serão as medidas.

A seguir, reunimos o que se sabe até agora e com qual grau de segurança, a respeito das mudanças na tributação dos investimentos financeiros que estão sendo preparadas pelo governo:

1. Fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, que passariam a ser tributadas em 5%

A tributação de LCIs e LCAs foi comentada por Haddad, e sobre CRIs e CRAs foi comentada por Hugo Motta.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa, o fim da isenção e a tributação de 5% se estenderia também às debêntures incentivadas (e aos fundos que investem nesses papéis), bem como aos rendimentos pagos por fundos imobiliários e fiagros, geralmente isentos para a pessoa física.

A medida reduziria a atratividade desses investimentos frente às aplicações tributadas, mas ainda não a eliminaria totalmente, dado que se trata de uma alíquota menor do que a de CDBs e títulos públicos, por exemplo.

Porém, uma tributação nesses papéis incentivados mexe diretamente com os setores de infraestrutura, imobiliário e do agronegócio, que são segmentos da economia que o governo tem interesse em incentivar. Assim, é possível que o debate no Congresso a respeito desta tributação seja bastante intenso.

Nesta matéria, mostramos como ficaria o retorno das LCIs e LCAs caso fossem tributadas em 5%.

  • LEIA TAMBÉM: Ferramenta te mostra uma projeção de quanto é necessário investir mensalmente na previdência privada. Simule aqui

2. Extinção da tabela regressiva das aplicações financeiras, substituída por uma alíquota única de 17,5%

Segundo fontes ouvidas pela Reuters e pelo Broadcast, aplicações hoje sujeitas à tabela regressiva, cujas alíquotas variam de 22,5% a 15% de acordo com o prazo de aplicação, passariam a ser tributadas em 17,5% em qualquer prazo.

Tal medida desincentivaria um pouco os investimentos de longo prazo, hoje sujeitos a um IR de 15% após dois anos de aplicação, e incentivaria os de curto prazo, hoje tributados em 22,5% ou 20% quando o prazo é inferior a um ano.

Isso pode ser danoso aos emissores de dívida, incluindo o próprio Tesouro Nacional, que emite títulos públicos, pois um perfil de dívida mais alongado tende a ser mais saudável para empresas e governos.

3. Aumento da alíquota de IR sobre ganhos com ações, de 15% para 17,5%

De acordo com apuração da Bloomberg, o governo planeja aplicar a alíquota de IR de 17,5% também aos ganhos com ações, hoje tributados em apenas 15%. Não seria impossível que a medida se estendesse também aos fundos de ações.

4. Aumento da alíquota de IR sobre juros sobre capital próprio (JCP), de 15% para 20%

Outra medida que pode ser ressuscitada é o aumento da alíquota de IR sobre os JCP, dos atuais 15% para 20%. Foi o próprio Motta quem confirmou, em entrevista à CNN Brasil, que o governo federal pretende incluir os JCP dentro do pacote de alternativas para compensar o recuo da elevação do IOF.

Para o investidor, o aumento da tributação dos JCP resultará em menos ganhos para o investidor de ações, principalmente de bancos, que são o segmento que mais se vale desse tipo de distribuição de proventos aos acionistas.

Para as empresas em si, a mudança não pesaria, mas pode haver um impacto negativo nas ações daquelas que pagam mais JCP, pois eles ficariam menos atrativos.

Nesta reportagem, a repórter Camille Lima analisa mais a fundo o impacto desse aumento da tributação para investidores e empresas.

Para além da tributação dos investimentos, o que mais foi discutido

Mudanças na tributação dos investimentos não foram as únicas medidas discutidas por representantes do Executivo e do Legislativo no último domingo.

Para além das medidas que elevam a tributação dos investimentos e de alguns segmentos da economia, o que mais gerou críticas por parte de agentes de mercado foi o fato de que as propostas incluem muito mais medidas de aumento da arrecadação do que de redução de despesas por parte do governo.

Alguns dos demais pontos levantados na discussão, segundo o próprio Haddad, foram:

  • Aumento do imposto sobre o rendimento bruto das bets de 12% para 18%;
  • Fim da alíquota mínima de CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) de 9%, cobrada das fintechs, que passariam a se enquadrar numa das duas outras alíquotas existentes, 15% ou 20%. Discutimos mais essas medidas aqui.
  • Redução em 80% do IOF cobrado sobre operações de risco sacado, uma das medidas mais polêmicas do decreto do governo que aumentou o imposto para uma série de transações financeiras.

VEJA TAMBÉM: RENDA FIXA em XEQUE: O que muda com SELIC PARADA e possível FIM da ISENÇÃO de LCI e LCA

Correção de rota após anúncio desastrado

No dia 22 de maio, o governo havia anunciado o aumento do IOF sobre operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos. O objetivo era aumentar a arrecadação federal em R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.

Com a reação negativa do mercado, no mesmo dia o governo recuou e revogou o aumento do IOF sobre investimentos em fundos no exterior, além de ter reduzido a alíquota sobre as remessas para o exterior com fins de investimento.

Porém, o mal-estar e a pressão sobre o governo e a equipe econômica se estenderam por dias. Entidades empresariais manifestaram-se publicamente contra a medida, e parlamentares passaram a buscar a derrubada da decisão do IOF no Congresso.

Haddad reuniu-se com os presidentes da Câmara e do Senado negociando potenciais alternativas ao aumento de impostos. Foi dado ao ministro o prazo de 10 dias para anunciar um plano B.

Na segunda-feira passada (2), Haddad passou a falar em consenso entre o Executivo e o Congresso para apresentar propostas de mudanças estruturais, em vez de um aumento de impostos paliativo.

Na terça (3), as propostas foram apresentadas ao presidente Lula. Após este encontro, Haddad anunciou que haveria um encontro com as lideranças partidárias no domingo (8) para debater o plano.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
LINHA DE CRÉDITO

Clientes da Caixa podem dar imóvel em financiamento como garantia para mais de um empréstimo

19 de julho de 2025 - 16:56

A nova linha de crédito tem taxas de juros reduzidas e o valor do empréstimo pode chegar a 60% do valor de avaliação do imóvel

PRESENÇA CONFIRMADA

Não tem mais como escapar: Pix está em todas as telas de pagamento do e-commerce em 2025, diz pesquisa

18 de julho de 2025 - 16:29

Lançado em 2020, o sistema de pagamento se tornou padrão no comércio — virando até potencial alvo da guerra comercial de Donald Trump

VAI E VEM

Da previdência às viagens: de quanto será o IOF sobre VGBL, câmbio e crédito após a volta do decreto do governo

17 de julho de 2025 - 11:14

Veja como ficam as alíquotas depois que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu pela validade do decreto que aumentou o imposto

CONTA RENDEIRA 2.0

Banco do Brasil, Nubank, Itaú, Mercado Pago… quanto paga cada caixinha, cofrinho ou porquinho dos bancos e qual é a melhor?

17 de julho de 2025 - 6:02

O Seu Dinheiro avaliou as principais aplicações oferecidas pelos bancos e instituições financeiras para explicar o que cada uma oferece

ACOMODOU?

Preço do aluguel em São Paulo finalmente estaciona e não sobe pela primeira vez em 4 anos; veja os bairros mais valorizados

12 de julho de 2025 - 17:13

Valores de locação permaneceram praticamente estáveis em junho e mostram acomodação, mostra indicador do QuintoAndar; margem de negociação continua reduzida

MUDANÇAS TRIBUTÁRIAS

IR: isenção para quem ganha até R$ 5 mil vem aí, com tributação para alta renda e ‘puxadinho’ para quem ganha até R$ 7.350

11 de julho de 2025 - 10:28

Arthur Lira entregou o parecer sobre a proposta original do governo Lula e manteve a maior parte do texto original

INFLAÇÃO NA FEZINHA

“Investir na sorte” ficou mais caro: confira os novos preços da Mega-Sena e outras apostas

9 de julho de 2025 - 11:33

O reajuste visa ampliar as premiações e fortalecer os repasses sociais, segundo a Caixa.

LOTERIAS

Bolão da firma vai ficar mais caro: Caixa aumenta preço de apostas na Mega, na Lotofácil, na Quina e em 3 loterias mais

7 de julho de 2025 - 7:07

Além da Lotofácil, da Quina e da Mega-Sena, Caixa vai aumentar preço da Dupla Sena, da Loteca e da Super Sete

DINHEIRO EM CAMPO

Onde investir agora? Cinco lições essenciais e um alerta para o 2º semestre de 2025

6 de julho de 2025 - 7:27

O primeiro tempo de 2025 derrubou favoritos e consagrou zebras, com a bolsa brasileira nas máximas e o dólar caindo na tabela. E agora?

ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE

Além da Selic em 15%: especialista diz que é hora de voltar para as ações e indica onde investir para recalibrar a carteira no segundo semestre

5 de julho de 2025 - 9:10

Lucas Tambellini, gestor de renda variável da Lifetime, alerta para o pessimismo exagerado com ações e a necessidade de olhar para além da renda fixa para capturar ganhos com ativos de risco

CARTA SPARTA

A corrida dos isentos já está em curso e a Sparta vê FI-Infras à frente de títulos para manter isenção no longo prazo; gestora reabre seus fundos e explica estratégia 

3 de julho de 2025 - 13:33

Novas regras tributárias propostas pelo governo podem transformar o cenário de investimentos, mas ainda há oportunidades para quem busca isenção de imposto de renda até o final de 2025

NOVO ATIVO

EBIT11: Empiricus Asset lança ETF de bitcoin para quem quer investir na criptomoeda por meio da bolsa de valores

3 de julho de 2025 - 10:25

O fundo acompanha o índice Teva Bitcoin e foi estruturado totalmente no BTG Pactual; tem aplicação mínima de R$ 100, taxa de administração de 0,39% e resgate em dois dias

ATENÇÃO, CONSUMIDOR

Conta de luz vai ficar mais cara em São Paulo: Enel vai aumentar tarifa em 14%; confira quando o reajuste passar a valer

1 de julho de 2025 - 17:36

O aumento impacta exclusivamente a área de concessão de São Paulo capital e interior. Para grandes indústrias e shoppings, o reajuste será de 15,77%.

DIGITAL vs. TRADICIONAL

Bancos digitais conquistam mais ricos: por que bancos tradicionais estão ficando para trás?

30 de junho de 2025 - 14:34

Estudo da Ipsos-Ipec aponta que assessoria humana ainda é importante na hora de investir, mesmo nas plataformas digitais

DIVERSIFICAÇÃO

B3 lança contratos futuros de juros offshore: entenda o que são e como funcionam esses novos produtos

30 de junho de 2025 - 10:33

Investidores brasileiros poderão operar taxas de juros dos EUA, México e União Europeia diretamente na B3, sem precisar de conta no exterior

RESOLUÇÃO 175

Quem ganha e quem paga: Anbima lançará site detalhando taxas cobradas dos investidores pelos fundos de investimento

27 de junho de 2025 - 13:11

Transparência sobre os custos é uma das principais mudanças da Resolução 175, da CVM, cujo prazo de adaptação acaba na próxima segunda-feira (30)

UMA LOTOFÁCIL POR MÊS

Quina de São João: quanto rende o prêmio de R$ 250 milhões na poupança, no Tesouro Direto, no CDI e na LCI

27 de junho de 2025 - 10:02

Largado em uma caderneta de poupança, o prêmio da Quina de São João renderia R$ 1,6 milhão por mês, mas pode chegar a bem mais, mesmo na renda fixa conservadora

RENÚNCIA FISCAL

Câmara aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos; texto segue para o Senado

26 de junho de 2025 - 11:35

Reajuste na tabela do imposto de renda poderá impactar o orçamento público em R$ 3,29 bilhões

FINANCIAMENTO

Loft firma parceria com o Inter (INBR32) para ampliar rede de crédito imobiliário

24 de junho de 2025 - 16:52

A empresa já mantém acordos com Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Caixa Econômica Federal

GUERRA DAS IAs

Desafiamos o ChatGPT e a DeepSeek a darem palpites para nosso bolão da Quina de São João — qual inteligência artificial vai se sair melhor?

23 de junho de 2025 - 11:11

Caixa vai sortear a Quina de São João no próximo sábado, dia 28 de junho; o prêmio principal é estimado em R$ 230 milhões

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar