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Maria Eduarda Nogueira

Maria Eduarda Nogueira

Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Já trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens. Atualmente, é repórter de lifestyle do Seu Dinheiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.

PASSA PIX?

Nem pesos, nem dólar blue: turistas brasileiros vão poder usar Pix na Argentina; veja como

Solução do Mercado Pago será liberada progressivamente para empreendedores argentinos que usam maquininha da empresa

Bandeira da Argentina
Bandeira da Argentina - Imagem: Shutterstock

O Pix, forma de pagamento mais usada pelos brasileiros, foi exportado para a Argentina

Agora, todos os estabelecimentos do país vizinho que utilizam as maquininhas Point Smart do Mercado Pago, empresa de pagamentos do Mercado Livre (MELI34), poderão receber de clientes brasileiros por Pix via QR Code.

Para o turista que sai do Brasil, essa nova forma de pagamento é mais vantajosa porque as taxas cobradas (como o IOF) são menores que as dos cartões de crédito internacionais. 

Para os empreendedores argentinos, o custo por transação também é mais baixo e o dinheiro já cai na conta do Mercado Pago na hora. 

“Com a nova funcionalidade, o Mercado Pago traz essa novidade para fomentar o consumo na Argentina, oferecendo aos brasileiros uma alternativa prática e econômica para pagamentos no exterior, evitando a necessidade de ir a casas de câmbio para fazer a troca do dinheiro durante a viagem”, afirma Priscila Faro, Head de Legal do Mercado Pago no Brasil.

Este é um período de alta temporada de turismo na Argentina, e a possibilidade de pagar com Pix pode atrair mais brasileiros para o comércio local.

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  • Em 2024, os brasileiros foram os principais turistas estrangeiros na Argentina, representando 22% do total, de acordo com o Instituto Nacional de Estadística y Censos de la República Argentina (INDEC).

Vale lembrar que o uso informal do Pix na Argentina já ocorre há algum tempo, por meio de contas brasileiras, o que já sinalizava a existência desta demanda. Fora o fato de que há comércios locais que já aceitavam até mesmo o pagamento em reais, além de dólares

Como usar o Pix na Argentina

  1. O lojista indica na maquininha Mercado Pago Point Smart o valor em pesos argentinos;
  2. Em seguida, ele sinaliza a opção de realizar um pagamento com Pix e o QR code é gerado;
  3. O consumidor brasileiro escaneia o QR code com o seu aplicativo do banco ou instituição de pagamento brasileira. Na tela do seu celular, ele verá o valor da operação em reais. Na maquininha, o consumidor verá o valor em pesos argentinos também para conferência do valor cobrado;
  4. Assim que o cliente confirmar a compra, o saldo da venda será refletido na conta do comerciante em pesos argentinos e debitado de sua conta-corrente ou de pagamento.

Nesta primeira fase, a funcionalidade será disponibilizada de forma progressiva para os estabelecimentos que utilizam a Point Smart e, em breve, estará disponível para toda a base de vendedores na Argentina que sejam clientes da maquininha. 

Segundo dados do terceiro trimestre de 2024, o Mercado Pago tem uma base de 56 milhões de usuários ativos mensais na América Latina. 

Com operação no Brasil desde 2004, ao todo, o Mercado Pago está presente em sete países, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai. 

E as cotações ‘paralelas’ da Argentina?

Hoje em dia, a Argentina tem pelo menos três cotações de dólar importantes para os turistas — o oficial, o blue e o especial para cartões. Só que essa é uma realidade com os dias contados.

O presidente Javier Milei confirmou que os controles cambiais no país — conhecidos localmente como cepo — serão eliminados a partir do próximo ano. 

A promessa original de Milei previa o dólar livre na Argentina ainda neste ano — o que ainda é possível de acontecer, embora dependa de algumas condições. 

Segundo o presidente argentino, caso o país receba um desembolso do Fundo Monetário Internacional (FMI) adequado às suas necessidades financeiras, a saída do cepo poderá ocorrer ainda em 2025.

“Em 1º de janeiro de 2026, o cepo não existirá. Se houver um desembolso do FMI, podemos fazer isso mais rápido. É preciso avaliar como o programa será estruturado e como os recursos serão alocados, isso determinará a saída do cepo”, afirmou Milei em entrevista ao La Nación.

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