Webmotors, iCarros, NaPista e mais: Por que os bancos estão cada vez mais envolvidos com as plataformas de compra e venda de carros
O lucrativo negócio dos classificados automotivos online vai muito além da renda gerada pelo custo do anúncio e dos financiamentos de carros
Os classificados online de veículos substituíram por completo os antigos anúncios de jornal. O marketplace digital tornou-se uma ferramenta poderosa para lojistas e até particulares, porque facilitam a compra e a venda. Além disso, os anúncios de carros podem ser de vistos de qualquer local.
O indicador de vendas online da Sondagem do Comércio do FGV-IBRE mostrou recentemente a evolução da digitalização das vendas de veículos, motos e peças, que no segundo trimestre de 2024 apresentou crescimento de 22,4% nas vendas online em comparação ao mesmo período de 2023.
Além de plataformas de e-commerce como Mercado Livre e OLX Carros, as demais, ou pelo menos a maioria delas, têm um banco por trás. E não é à toa.
É o caso da Webmotors (Santander), iCarros (Itaú), NaPista (BV), Autoline (Bradesco) e Mobiauto (Banco Pan).

Muito além do financiamento de carros
Bruno Corano, economista da Corano Capital NY, aponta três motivos do interesse crescente de bancos investirem em plataformas de classificados: exposição de marca, captação de leads e o mais importante, geração de financiamentos.
“A quantidade de financiamentos é expressiva. E não existe melhor forma de se ganhar dinheiro do que emprestando dinheiro a bons juros.”
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A economista, professora e pesquisadora em Economia da PUC-SP, Cristina Helena Mello, apresenta um argumento parecido. Para ela, o financiamento é interessante para as instituições financeiras.
“Muitas vezes, há abertura de contas atraídas com financiamentos para veículos com taxas diferenciadas. Há também a possibilidade de venda de seguros. Ambos são vínculos que promovem ganhos alongados”, afirma.
Durante o período que a pessoa mantiver o veículo poderá renovar os seguros. Ainda, a abertura de contas, quando ocorre, também traz ganhos diversos para os bancos, como comercialização de cartões de crédito, cobranças de tarifas por serviços, ofertas de crédito etc.
Menos risco
“Outro aspecto a ser considerado é que a venda de veículo seleciona em si pessoas com capacidade de pagamento e, portanto, com renda. Ainda é um empréstimo de risco menor quando comparado ao cheque especial, por exemplo. Isso porque o financiamento de veículos normalmente é feito com o bem, o carro, como garantia”, afirma a economista.

Classificados de carros geram receita
O próprio classificado é um gerador de renda: todos os citados ganham com os anúncios.
Por exemplo, o Webmotors têm planos a partir de R$ 137 enquanto o Mobiauto cobra a partir de R$ 49.
O consumidor deve avaliar as condições dos anúncios (alguns são renováveis) e se for cliente daquela instituição bancária atrelada checar se há descontos.
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Outros serviços vinculados
Ao integrar seus serviços financeiros com essas plataformas de venda de veículos – que já contam com um público considerável e um alcance significativo no mercado – os bancos conseguem oferecer seus produtos de maneira mais fluida e acessível para um número maior de consumidores.
E assim aumentam a oferta de produtos e serviços.
Por meio dessas plataformas, os bancos não só alavancam operações de financiamento e seguros, como também consórcios e outros serviços financeiros, criando um ecossistema completo para o consumidor.
“Essa estratégia fortalece a presença digital das instituições financeiras. Investir nessas plataformas permite que os bancos acompanhem a transformação digital de um setor que, até recentemente, era predominantemente físico, como em feiras de carros e anúncios em ‘páginas amarelas’, e que já está consolidado no ambiente digital há vários anos”, explica Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios.
Há ainda a geração de novas fontes de receita.
“Ao se tornarem donos dessas plataformas, os bancos garantem que a procura por veículos seja direcionada para os seus próprios produtos financeiros, tornando a experiência mais exclusiva e vantajosa para ambas as partes, tanto para os consumidores quanto para as instituições”, afirma Lamounier.

Carros como fonte de garantia de dívidas
Embora não sejam diretamente direcionados aos classificados, os bancos fomentam o mercado de veículos usados a partir de ações judiciais.
Por serem um dos maiores credores do brasileiro e, quando o devedor não consegue honrar com as dívidas contraídas (geralmente empréstimos), os veículos dos inadimplentes costumam ser os primeiros bens perseguidos pela instituição financeira.
Lucas Affonso, advogado da equipe de direito societário do escritório Schiefler Advocacia, cita a alienação fiduciária em garantia do automóvel, quando o banco paga o valor do automóvel e se torna proprietário dele, conferindo ao consumidor apenas o direito de uso (posse).
“Se a dívida não for quitada, o banco pode exigir a consolidação da propriedade e retomar o bem para si”, afirma.
O banco pode exigir também a fiança de terceiros para garantir a dívida, que respondem junto com o devedor caso ocorra a inadimplência.
“É comum que sócios tenham que afiançar empréstimos da sociedade e, quando não pagas, podem ver seus bens (o que inclui os automóveis pessoais) penhorados em eventual ação judicial”, diz o advogado.
Além disso, o Poder Judiciário pode realizar uma execução: quando o banco vence uma ação judicial e precisa executar o patrimônio do devedor, é comum encontrar o automóvel do executado e exigir a penhora do bem.
“Em razão disso, os bancos possuem inúmeros veículos em sua propriedade e, para ‘transformá-los’ em dinheiro, são colocados em leilões”, afirma Affonso.
Muito procurados por revendedores profissionais, os veículos arrematados acabam alimentando posteriormente as plataformas digitais, num círculo virtuoso para o próprio negócio dos bancos.
O lado do consumidor: conteúdos e pesquisa
Além dos classificados em si, as plataformas criam espaços editoriais relevantes, como o WM1 (Webmotors) e a Revista Mobiauto.
Para Raquel Santos, gestora financeira e criadora do método Financeirar, esses conteúdos estão conectados com as necessidades dos consumidores.
“Eles geram uma nova forma de ponto de contato e mais uma fonte de aquisição de clientes. Os custos com a criação de linhas editorais e até blogs próprios são válidos e justificáveis pelo aumento de faturamento que esses canais proporcionam de forma direta e indireta”, diz ela.
Enquanto tudo parece muito vantajoso aos bancos, cabe ao consumidor interessado em comprar um carro pesquisar os modelos que busca nas plataformas, mas não se conformar com os financiamentos vinculados aos bancos que anunciam.
Fique atento: para facilitar, os portais costumam colocar ferramentas de simulação e depois cercam o cliente para convencê-lo a fechar negócio.
A dica é do economista Bruno Corano: “O consumidor sempre deve pesquisar todas as opções disponíveis no mercado para encontrar a melhor taxa. Mas, em geral, as melhores taxas já estão nos maiores bancos em razão da escala e do volume que eles possuem”.
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