Horário de verão pode voltar para evitar apagão; ONS explica o que deve acontecer agora
Déficit estrutural se aprofunda e governo pode decidir em agosto sobre retorno da medida extinta em 2019

Você se lembra do horário de verão? Aquele ajuste nos relógios que adiantava o pôr do sol e dividia opiniões. Uns amavam o dia mais longo, já outros detestavam acordar no escuro. Pois ele pode estar de volta, e por um motivo urgente: evitar apagões.
A possibilidade foi levantada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por planejar e coordenar a geração e o fornecimento de energia no país.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Alexandre Zucarato, diretor de planejamento do órgão, afirmou que o retorno do horário de verão pode ser recomendado ainda este ano.
A medida emergencial tem como objetivo reforçar a potência disponível no horário de pico do consumo, que ocorre geralmente entre 18h e 21h.
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O Plano de Operação Energética (PEN) para o período de 2025 a 2029, recém-divulgado, confirma o agravamento de um problema que já era conhecido: o déficit estrutural de potência no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Mesmo com a expansão da capacidade instalada no país, o sistema não consegue garantir energia firme suficiente no fim da tarde e início da noite, quando a demanda atinge o auge e a geração solar, por exemplo, já está em queda ou indisponível.
A estimativa do ONS é que o horário de verão, se adotado, possa oferecer um alívio de até 2 gigawatts (GW) ao sistema, deslocando parte do consumo para momentos de menor estresse da rede.
A decisão precisa ser tomada até agosto, pois a adoção da medida exige cerca de três meses de antecedência.
Verão com o apagão no horizonte
Segundo Zucarato, como este ano não houve leilão, "apesar da recomendação feita desde 2021 para que fossem realizados leilões anuais", além das medidas já tomadas — como a antecipação da entrada de projetos do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2021 e maior uso de térmicas —, o ONS poderá também importar 2,5 GW de energia de países vizinhos.
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Ainda de acordo com ele, essas conclusões são as mesmas chegadas desde o PEN de 2021, que é a observação de que o sistema está sobreofertado de energia.
“Mas em 2021 a gente enxergava no final do horizonte a violação do critério de potência. Mas, enfim, o futuro chegou. Aquilo que era final do horizonte virou o início do horizonte", afirmou.
Outra medida adotada para evitar problemas no SIN é a resposta da demanda para o atendimento da ponta (de consumo).
Seu volume conhecido no próximo dia 16 de julho, quando serão contratadas as reduções de carga de grandes consumidores.
No ano passado, esse instrumento gerou apenas 100 megawatts (MW) de economia.
"O consumidor oferta a redução do seu consumo em determinados horários do dia mediante o pagamento de uma compensação", disse Zucarato.
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Solar não segura a ponta
De acordo com o diretor do ONS, a expansão recente da geração elétrica no Brasil tem sido puxada por fontes renováveis, em especial a solar.
A capacidade da chamada MMGD (mini e microgeração distribuída) no PEN 2025-29 deve saltar de 35 GW para 64 GW até 2029. Já a solar centralizada deverá crescer de 16,5 GW para 24 GW e a eólica de 32,5 GW para 36 GW.
O problema é que esse avanço não resolve o principal gargalo do sistema, que é o atendimento da demanda no período noturno.
Energia solar, por definição, não está disponível à noite — e a falta de armazenamento suficiente faz com que a potência firme não acompanhe o crescimento da capacidade instalada.
"Então, basicamente, isso explica todo esse crescimento de 232 GW para 268 GW no SIN entre 2025 e 2029, são quase 40 GW de solar, que não atende a ponta noturna", disse Zucarato.
"E é aí que a gente enxerga que o critério de atendimento da ponta, que já não estava atendido, fica menos atendido ainda. Ou seja, esse déficit estrutural se aprofunda", afirmou.
Próxima chance só em 2026
Na avaliação do diretor do ONS, a preocupação aumenta com a possibilidade de chuvas abaixo da média entre outubro e novembro, meses historicamente mais críticos para o sistema.
“O principal recado do PEN é, repetindo o que vimos no ano passado, que os critérios de potência não estão sendo atendidos e a situação se agravou com o aumento da demanda”, disse.
Neste cenário, segundo Zucarato, a solução será realizar o leilão de reserva de capacidade (LRCAP) o mais rápido possível em 2026.
Se o relógio vai ou não ser adiantado, ainda é cedo para saber. Mas o risco de um novo apagão, este sim, parece cada vez mais próximo.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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